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Domingueiras do Tião

7 de julho de 2024

MULHER VALENTE

Meus avós paternos se chamavam Vicente e Maria. Quando nasci em 1951 meu avô já não mais existia, Vó Maria viveu por muito tempo ainda, mas nunca fomos íntimos. Ela morava com minha Tia Zefa e só nos visitou uma ou duas vezes. Cuidava dos filhos de Tia Zefa como se fossem os únicos netos da sua vida e a nós destinava um sorriso amarelo, tipo “nunca te vi, nem te conheço”.

Vô Vicente e Vó Maria tiveram quatro filhos, dois homens e duas mulheres.

O mais velho era José Lucena, meu pai, Miguel, era o segundo, Tia Maria era a terceira e a caçula era Tia Zefa.

Vi tio Zé somente uma vez, eu já casado e morando em João Pessoa e ele internado no Hospital Santa Isabel vítima da doença que o levou à morte.

Contava meu pai que esse Tio brigou na revolução de São Paulo. Pertencia ao contingente do Nordeste que foi pra lá derrotar os paulistas. Ele operava uma metralhadora e matou muita gente.

Logo cedo foi morar em Bonito de Santa Fé e constituiu numerosa família. Era o oficial de justiça da comarca e, pasmem, tinha duas mulheres. Ambas moravam em casas contíguas e se davam bem. Tanto se davam que compartilharam a viuvez e as lágrimas de saudade.

A caçula Tia Zefa morou em Princesa, onde conheceu Bastos, seu esposo. Bastos era eletricista e tinha Pereira no sobrenome. Não sei se o Pereira dele era o mesmo do coronel Zé Pereira.  Com os meninos crescidos, Zefa e Bastos foram embora de Princesa, fixaram residência em Bezerros, Pernambuco, onde estão enterrados.

Tia Maria casou com Messias e morou a vida inteira em Afogados da Ingazeira. Tia era bonachona e costumava nos dar presentes. Ainda lembro das camisas que costurou para mim e Edmilson vestirmos nas festas de fim de ano. O mesmo modelo, o mesmo pano e as mesmas listras. Parecia uma farda, mas gostamos tanto que vestimos nas festas e depois delas.

Sobre Vó Maria, contava papai que certa vez a Polícia prendeu vovô Vicente e o levou para uma cidade próxima. Tia correu por dentro dos matos para chegar antes da Polícia e pedir a proteção a um parente poderoso. Rasgando o mato na escuridão de breu, viu de repente seus passos interrompidos por um fino cipó. Não contou conversa, torou o cipó com os dentes e seguiu adiante. Só que o cipó era uma cobra e ela nem percebeu.

 

JOSINATO

Josinato Gomes (foto) não perde tempo como pré-candidato a Vereador de João Pessoa, e foi visto, na tarde de ontem, no bairro de seu coração, o Valentina de Figueiredo, dividindo mesa com os empresários Diego Pires

e Lourival Pereira de Araújo.

O galego de Itaporanga é filiado ao PMN (Partido da Mobilização Nacional), e segue o prefeito Cícero Lucena (PP), que luta pela reeleição.

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