Domingueiras do Tião

DOS TIROS DE GERALDO AOS TIROS DE TRUMP

Esse negócio de tiro em candidato a cargo eletivo quem inventou foi meu amigo Geraldo.

Ele era candidato a vereador e precisava de um acontecimento capaz de galvanizar a opinião do eleitorado.

E aconteceu.

Era noite, perto das 10 horas. A cidade dormia, a luz fora apagada, o breu tomava de conta.

De repente, os pipocos. Um, dois, três, quatro, cinco, seis.

A cidade acordou, as portas se abriram, mulheres vestidas com as camisolas das intimidades saíram à rua, maridos de pijamas ou cuecas idem, até as putas desceram do cabaré para ver o acontecido.

– Os tiros foram na casa de Geraldo -, anunciou João Passarinho, o indormido.

Postaram-se diante da casa do moribundo e, depois de certo suspense, a madeira rangeu e do escuro apareceu Geraldo com a camisa branca aberta ao peito e, nas duas bandas, seis tiros militarmente distribuídos, três de cada lado, enquanto a titela se apresentava virgem como nascera.

Houve quem dissesse que o exemplo de Geraldo foi levado aos Estados Unidos por um sapeense que, cansado de plantar abacaxi, resolveu mudar-se para a América do Norte. Lá nas terras estranhas ele adotou o nome de Biu Clítóris, mas quando morava na terra do abacaxi todo mundo o conhecia como Severino Pinguelo.

Agora, sobre os tiros de sábado em Trump: a bala teria raspado a face e ferido a orelha. Recebi uma foto, que serve para ilustrar a coluna, mostrando um furo na camisa, debaixo do suvaco.

Pense num homem de sorte!

 

ORELHA DECEPADA

Conheci um apaixonado jovem que ao romper o namoro com a bela namorada decidiu morrer com um tiro no ouvido.

O tiro foi disparado, mas ele continuou vivo.

É que, na hora do suicídio, quase morto apontou a arma para o lóbulo da orelha, aquela parte mole que fica logo abaixo do buraco das oiças.