O BAR DE PIRPIRITUBA
Há, na saída de Pirpirituba sentido Belém e Bananeiras, um barzinho de uma porta só com dizeres chamativos para a prática do amor fugaz. Nunca parei para vê-lo ao vivo e em cores porque sempre passo por lá acompanhado e a patroa não admite esse tipo de enxerimento.
Sei que é um barzinho com tempero de algo mais por causa das belas moças que se espalham pelas mesas a espera de alguém. Vejo-as de relance porque, como disse, não me é dado a privilégio de chegar até elas e perguntar pelo clima e pelo clímax. Nem o nome do bar consegui gravar, mas quem é de Pirpirituba o conhece.
Tem um jeito romântico de ser, tem aquela pitada de pecado na sua entrada, tem mulheres, não tão formosas no vestir, mas ostentando aquele ar de pecado que o moderno alijou de nosso convívio e sepultou no passado, transformando-o em saudade.
E vendo o bar de Pirpirituba não tem como evitar a lembrança de outros bares que povoaram a juventude cada vez mais distante.
Ficavam na Rua da Lapa, uma ruazinha estreita, de entrada sem saída, que desembocava na bacia do Açude Novo, em cujas águas as belas lavavam e enxaguavam os vestígios do pecado para retornarem, limpas e cheirosas, ao pecado novo.
Lembro do bar de Chico Pena, de Socorro Rouca, de Estrela com seu salão enorme e seus quitutes, e, claro, das doces meninas sentadas ao redor da enorme sala, se oferecendo para dançar gafieira ao som da sanfona de Manoel Tocador. Como esquecer Ritinha Quarto de Bode, Pipoca, Litinha, Toinha Baú, Lindalva, Lurdes Branca, Espedita de Aderbal, Pixuita e Eridã?
Registre-se que Pixuita, a mais bela entre as belas, é hoje nome de praça em Princesa. A Praça Pixuita, construída e inaugurada pelo prefeito Ricardo Pereira em homenagem as putas da Rua da Lapa.
O BARBEIRO
Terto, o saudosista, recriou um cabaré novo na cidade, só que do outro lado, na saída para Jericó. E para chamar a atenção dos que passavam, confeccionou um cartaz com os dizeres “Cabaré de Terto”, ilustrando-o com uma imagem de mulher nua, mostrando a “mata do buraquinho”.
O promotor da cidade viu o cartaz e de imediato intimou o proprietário para exigir que cobrisse a vergonha da mulher.
Não tendo como escapar, Terto pregou uma folha de papel em cima da pentelhada.
E a providência fez com que o poeta Miguezim escrevesse um poema, cujo título chamava a atenção: “O promotor de Veneza é barbeiro de buceta”.
1 Comentário
Tião, eu já declarei aqui nesse espaço literário e fundamental que foi RITA QUARTO DE BODE quem tirou meu CABAÇO quando eu tinha 16 anos. E também de muitos princesenses contemporâneos, hoje célebres doutores que hoje vivem aí na Capital Paraibana. Ok, boy ?