VESTIBULAR
Meu segundo neto está fazendo o Enem, aquele exame que no meu tempo se chamava vestibular. Fez a redação na semana passada e gostou. Falaram sobre a escravidão no Brasil e eu soube que meu neto, costumeiramente calado, chegou a citar pensadores europeus nas suas divagações.
O mundo mudou, surpreendeu, facilitou a vida de muita gente. No meu tempo o vestibular era sarrafo em cima de sarrafo. Cinquenta questões de cada matéria, o sujeito tinha que se valer das mágicas dos catimbozeiros para vencer a batalha. Não que os méritos de hoje sejam menores, pelo contrário, lembro que no meu tempo fiz a prova de matemática na base do chute, chutei as cinquenta questões e somei 800 pontos. Pura sorte de um matuto que foi obrigado a abandonar o cursinho no meio do ano porque precisava trabalhar para garantir a feira.
Mas eu falei de vestibular para lembrar os furos de reportagem que A União dava nos demais jornais da cidade no dia da divulgação dos resultados. A União tinha o melhor equipamento e contava com um repórter furão chamado Chico Pinto, que se enfiava na Comissão do Vestibular e encostava o professor Xavier na parede, só largando-o quando recebia, em primeira mão, a lista dos aprovados. Dali corria ao jornal, no Distrito, Carol jogava as páginas em cima das máquinas e as modernas máquinas de A União garantiam a edição extra na frente de O Norte e do Correio da Paraíba.
Quando fui aprovado em 75 no Curso de Direito raparam meu cabelo e me enfiaram tanta cachaça no quengo que passei dois dias vomitando. Morava na Torre na casa da amiga Eleika e os moradores da casa cuidaram da festa. Dali segui para Princesa e outra festa foi dada pelo velho Miguel Lucena, com direito a discursos e louvaminhas. Foi lá que o inesquecível Gominho, numa saudação poética, nos chamou de “as jove de Migué” e garantiu que fazia discursos em português e em matemática.
Que o neto Samuel honre, como vai honrar, a tradição da família.
EU E VAVÁ
Será dia 30, no fim deste mês de novembro, a festa de aniversário de Vavá da Luz. E por sugestão dele, a manhã de autógrafos do meu livro “Lembrar para não esquecer”, ele interando “anus” e eu pegando morcego na festa para vender o livro. Mas a grande atração do dia será o troca/troca entre eu e o aniversariante, eu dando meu livro a ele e ele dando o livro dele a eu.
CEM GRÃOS DE FÉ
Aconteceu em Campina no último dia 8 o lançamento do livro “Cem Grãos de Fé”, de Manoel Clementino , obra prefaciada pelo Padre Leandro Màrcio e apresentada por Felix Araújo Filho.
2 Comentários
Tião onde posso comprar o seu livro??
Me contate pelo zap 91302020