Alguém poderia ajudar o vereador Fernando Milanez Filho na sua dúvida atroz? Quem gravou as conversas do prefeito Luciano Cartaxo com os seus secretários Adalberto Fulgêncio e Diego Tavares?
Indagado pela imprensa na manhã desta segunda-feira, o vereador disse que não sabia a quem atribuir a responsabilidade pelas gravações.
Disse apenas o que a Prefeitura tem dito: “O prefeito está sendo vítima de uma rede de arapongagem”.
Mas não contestou o conteúdo das gravações.
Nessas gravações o prefeito e os secretários combinam uma maneira de pagar a credores da Prefeitura previamente escolhidos em valores superiores aos dos créditos originais, de forma a propiciar alguma sobra para cobrir alguma coisa.
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Meu caro Sebastião Lucena,
Eu gostaria mesmo de expender, mas, se expendesse, me levaria ao lugar consueto: é claro que eles sabem. Sendo assim me resta transcrever neste respeitado espaço seu, esse diálogo que deveria ser proibido para menores e maiores decentes: obrigado.
Assim como na gravação anterior, divulgada na semana passada, Adalberto continua hesitante em ser o “operador” de tais transações. Inicialmente, Diego, na época já havia se desincompatibilizado da presidência do Instituto de Previdência do Município (IPM) para posteriormente concorrer as eleições como 1º suplente de senador, teria sugerido R$ 90 mil em propina, algo que o gestor da Saúde da Capital rebate. “Não, porra, eu não ia nunca tá acima disso aqui”.
O possível valor que Diêgo aponta, em seguida, é de R$ 80 mil, e Adalberto confirma. “É, isso é mensal. Quando a gente fizer, é. Se o contrato for de 800 (mil reais), se for R$ 1 milhão”, explicou.
Ao longo da conversa, Fulgêncio alega que já existiria um valor fixo mensal de possíveis propinas entre ele e os fornecedores da SMS. Diego chega a resolução de que já teria duas empresas fechadas neste esquema e que possivelmente haveria uma terceira. Mas, Adalberto pede para que seja mais realista nas projeções. “Vá por baixo, porque se vier mais, é melhor”.
Confira a transcrição do áudio na íntegra abaixo:
ADALBERTO – AÍ, AÍ A GENTE TEM QUE SABER QUEM VAI FAZER E QUEM NÃO VAI FAZER…
DIEGO – MAS O QUE É QUE EU VOU DIZER…
ADALBERTO – AGORA, POR EXEMPLO…
DIEGO – O QUE É QUE EU VOU DIZER? O QUE A GENTE TEM CERTO… CERTO, BATIDO O MARTELO… VAMOS LEVAR EM CONSIDERAÇÃO (INAUDÍVEL), NÉ ISSO? ENTÃO, EU TENHO 90 AQUI…
ADALBERTO – HUM? NÃO, PORRA, EU NÃO IA NUNCA TÁ ACIMA DISSO AQUI. EU NÃO QUERIA… ISSO É MINHA OPINIÃO. EU NÃO IA. AGORA, BICHO, ASSIM…
DIEGO – NÃO, CALMA. DEIXA EU DIZER UMA COISA. EU TENHO MAIS… É 80 DESCONTADO, É ISSO?
ADALBERTO – É. ISSO É MENSAL. QUANDO A GENTE FIZER, QUANDO A GENTE FIZER… É. SE O CONTRATO FOR 800… SE FOR 1 MILHÃO…
DIEGO – ENTÃO, ASSIM, O QUE É QUE EU ACHO… NESSE ASPECTO… EU TENHO 170 AQUI…
ADALBERTO – É.
DIEGO – SENDO QUE TÁ FECHADO…
ADALBERTO – É, MAS ISSO AQUI É FIXO, NÉ?
DIEGO – FIXO?
ADALBERTO – FIXO É ESTE. VOCÊ PODE TER COM OS…
DIEGO – ISSO AQUI É MENSAL?
ADALBERTO – MENSAL, PORRA.
DIEGO – É 70 MENSAL?
ADALBERTO – É!!!
DIEGO – ENTÃO É O SEGUINTE. EU TENHO… EU TENHO AQUI… O QUE EU TENHO DUAS COISAS FECHADAS É ISSO. OK? PRONTO. E TENHO PERSPECTIVA DE MAIS UMA. SE EU DISSER MAIS OUTRO, JÁ CRIA UMA EXPECTATIVA.
ADALBERTO – VÁ POR BAIXO PORQUE SE VIER MAIS É MELHOR.
DIEGO – 1 A 1200. AGORA… NÃO… AÍ QUANDO ESSE AUMENTO (INAUDÍVEL) EU ATÉ MONITORO, MAS NÃO POSSO IR LÁ CONVERSAR COM O CARA, NEM PEGAR NEM NADA…
ADALBERTO – HOMI, ESSAS COISAS É O SEGUINTE: O CARA QUE FAZ ISSO, ELE TEM QUE FAZER TUDO. NÃO SE DIVIDE.
DIEGO – MAS NÃO PODE.
ADALBERTO – O CABA FICA COM MEDO, RAPAZ. O CARA QUER FALAR SÓ COM UMA PESSOA.
DIEGO – ISSO. EXATAMENTE.
ADALBERTO – AGORA QUAL É O PROBLEMA QUE EXISTE COM VOCÊ? VOCÊ TEM QUE TER CONFIANÇA NAS PESSOAS, TÁ ENTENDENDO? NO MAIS, VAMOS VER SE A GENTE SENTA… HEIN?
DIEGO – EU ACHO QUE… VAMOS SENTAR PRA… VOCÊ É BOM NOS CÁLCULOS, PRA FAZER, BOM NOS CÁLCULOS.
ADALBERTO – NÃO, EU ACHO TAMBÉM…
DIEGO – TIVESSE COM ELE, NUM FOI?
ADALBERTO – TIVE COM LUCÉLIO. TAVA ANIMADO QUE SÓ A PORRA, COM LUCIANO.