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E eu fico a buscar o meu carnaval de antigamente

7 de fevereiro de 2025

Ah, saudade daquelas prévias domésticas, em início de carreira, das Muriçocas em estágio embrionário, das cantigas de carnaval de porta em porta, do carrinho velho com uma difusora anunciando o frevo, dos outrora de antigamente.

Era bom, era muito bom, muito ótimo demais.

Muito antes, bem antes, muito antes dessa industrialização carnavalesca, havia a festa de rua, o desfile na praça, o corso, o cheiro da lança perfume. E os bailes do Astrea, do Cabo Branco, da Assex, do Internacional de Cruz das Armas, da  Associação de Toinho em Jaguaribe, um mundo de animação sem despesas e sem cobranças.

Apareceu a Margarida, ou melhor, o carnaval antes do carnaval.

Começou com as Muriçocas de bicos afiados, asas zoadentas e sede de sangue, a animarem o carnaval de Miramar.

Fez sucesso, foi copiada. E João Pessoa foi transformada num corredor da folia de carnaval fora de época. Industrializou-se o carnaval, criaram os cordões de isolamento, camisas foram transformadas em ingressos, perdeu a graça.

E eu fico a buscar o meu carnaval de antigamente.

Alguém sabe informar onde ele está?

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