Ele se chamava João, mas todos os conheciam pelo apelido: Dosca. Dosca de Dona Maria do Ó ou Dosca de Zé Lira. Conterrâneo, contemporâneo, companheiro de aventuras nos idos do Exército em 72, nos Guararapes de Recife, irmão dos não menos companheiros Tonho, Lula, Marcos e Preto.
Estava fechando os olhos para o sono de todas as noites, quando o telefone tocou. Do outro lado da linha minha irmã Nininha Lucena dá a notícia: Dosca acabou de morrer.
Estava internado no São Vicente de Paula. Fazia hemodiálise há mais de dois meses. Parou de viver, parou de sofrer.
O corpo está sendo levado neste exato momento para Princesa. Amanhã haverá o velório e o enterro.
Lembro das nossas farras de juventude e dos últimos encontros já perto da velhice, em Princesa. Dono de bar, oferecia aos clientes um tira gosto sui generis: couro de toucinho de porco torrado no caco.
Era minha visita obrigatória quando eu chegava a Princesa.
Agora virou saudade.
1 Comentário
Todos tem seu tempo aqui na terra; se foi bom terá um bom lugar no ceu ( penso assim),somos vizinhos de serra talhada. Que Deus o coloque em bom lugar.