Aos poucos os amigos vão sumindo, sendo substituídos pelos anúncios de morte e missa de sétimo dia.
Quantos, ao longo do tempo, já se foram, viraram saudade!
Os de lá e os de cá, todos eles riscados do mapa da vida e lembrados pelas coisas que deixaram plantadas em nossas mentes e em nossos corações.
Quando volto ao meu lugar, visito logo o cemitério para me atualizar com os vivos.
Ali, nas lápides frias, reencontro o riso espalhafatoso de Astreço Massaroca, a fidalguia de João Barros, a prestimosidade de José, seu filho, o abraço afetuoso do meu velho Miguel Lucena, a saudação inimitável -“fala Bastião do Véi Migué!” – do cunhado Sebasto, a gargalhada de Zé Lira, as confidências do velho Dosca, o abraço apertado de Bosco Coxim, a fidalguia de Gonzaga Bento, a tolerância de Marçal Lima, as piadas de Luizinho de Calu, a saudade de Carlinhos, o bem querer de Tia Jove, e assim por diante.
Já em solo litorâneo, não há como esquecer as tertúlias com Paulo Mariano, as farras com Vavá Lima, o sorriso doce de Dona Emília, o barraco de Zezão que não existe mais, as valentias de Flavão, a humildade de Galego, as presepadas de Pedro Moreira, a rebeldia de Abmael, a inteligência de Burity, a animação de Luiz Otávio, os doces ensinamentos do mestre Artur Moura, os discursos de Cabral, as piadas inocentes de Jardel, as manhãs regadas a cachaça ao lado do velho Goró e outros e mais outros que se mudaram daqui para fazer falta e machucar de saudade.
Dizem que é a roda da vida, uma roda que nunca estaciona, que nunca deixa de rodar.
Ontem foram eles, amanhã seremos todos.
Por isso é conveniente a cada um de nós chegar a senha para ver se chegou a nossa vez ou se está perto a hora de chegar.
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Mais um companheiro que vira saudade: Martinho Moreira Franco.