1BERTO DE ALMEIDA
1 – começaram os jogos indígenas. Não sei as regras. Ainda. Não sou índio. Talvez um dia seja. Se Deus quiser. O árbitro, porém, já foi escolhido: será um índio. Apesar da preferência de muitos por um celular de última geração, o apito parece – disse “parece” – ser ainda o sonho de muitos. Isso é marcação? Não. Os jogos serão em Marcação, Litoral Norte parahybano. Irei marcar presença. Não como “branco”. Sou negro.
B – falo para o amigo ao lado que o “obituário” – uma das palavras mais feiras da língua portuguesa, uma palavra de morte. – avisa que num dia assim como este, quinta-feira, em anos diferentes, Steve Golin, Kazuo Koike e Bradleyy Welsh trocaram de roupa e foram morar noutra cidade. Ele me olha com aquele olhar de “quem são ?!” sem o menor interesse, e lembra que não faz muito tempo que morando nessa cidade estão Chinelo, Caixa D’água e Vassoura. Achei arretado. Chinelo deixou rastros por aqui.
E – não é que viva em cima do muro. Nunca. Sou um tipo que prefere sofrer, mesmo escolhendo um lado errado, a permanecer se equilibrando nesse como num fio de navalha. Vi muitos sendo condenados sem que as provas fossem suficientes à condenação. Mas, ultimamente, os inocentes” não estão mais em silêncio: gritam e provam que são culpados.
R – leio que milhares de pessoas com doenças mentais foram mortas na segunda guerra mundial, essa que chamam de “Grande”, sem perceberem que todas as guerras são pequenas. Uma loucura. Toda guerra é uma coisa de loucos. Assim, não estranhei a notícia. Loucos que matam loucos. Em tempo: lembrei e deixo a pergunta: não se matam cavalos ?! Foi mais uma noite dos desesperados. Deve ter sido.
T – vem por aí mais um “maior são do mundo” de Campina Grande. A cidade merece maiúsculas. Mas acho a programação dessa festa uma grande piada. Enorme. Uma piada de mau-gosto? Não, de péssimo. Muitos dos forrozeiro convidados despontarão para o anonimato. Não reclamem das “atrações”. Quem, afinal, nunca ouviu falar em Gabriel Diniz, Aldair Playboy e Xand Avião? Eu. E de Avine Vinny, Raniery Gomes, Gerê Bismarck e Aduílio Mendes? Eu também. Porém, acreditem, esses e outros ilustres convidados para a festa pensam que existem – se não pensam, logo… -. E o pior, muito pior, que são forrozeiros.
O – do excelente escritor e romancista Aldo Lopes de Araújo, num romance arretado de bom, o Dia dos Cachorros, sobre a bandeira de Princeza, sua terra natal: “Nunca negou ser uma obra de arte: um retângulo amarelo com um fundo azul e uma estrela de cauda em forma de arco-íris. Acima, nos cantos superiores do retângulo, havia uma flor de algodão e outra de mandacaru” – O dia dos Cachorros.
Agora, sobre a bandeira da Paraíba: “Bem diferente, pois, da bandeira que num futuro breve criariam para representar a bandeira da Paraíba, onde o preto e o vermelho — luto e sangue — davam-lhe um aspecto funerário. E depois havia ainda aquele tal “nego” que inventariam de escrever no luto, como se a tal bandeira tivesse sido pensada para ficar eternamente no banzo do meio-pau.” – Odiados cachorros.
Em tempo: vai escrever ótimo assim em… Princesa Isabel!
Putabraço pra vocês! (humbertodealmeida.com.br)
2 Comentários
Prezado Sebastião,
A visão do escritor 1berto de Almeida sobre o mundo é maravilhosa. Ele, em poucas palavras, consegue dizer o que muitos letrados e intelectuais jornalistas, tentam e não conseguem. Faz gosto ler o que ele escreve. Ler-se, com gosto, até o fim. A festa de São José de Campina Grande é realmente uma piada. Parece mais uma festa de peão. Parabéns. Tornei-me leitor
Pois é, 1Berto. Por isso BILIU DE CAMPINA está puto da vida porque não foi convidado para se apresentar no Maior (?) São João do Mundo. Aliás, eu que nasci e vivo em Campina posso dizer que essa festa junina já foi boa. Hoje é uma BOSTA, porque transformou-se numa concorrente da festa do peão de BARRETOS-SP. Perdeu o sentido.