Por Léo Mendes
Do CANAL 2N
Nos últimos dias, vem repercutindo em diversos órgãos de imprensa e nas redes sociais, em especial em grupos de partidos políticos de Campina Grande, recentes declarações do senador Veneziano Vital (PSB) sobre as eleições municipais de 2020.
Dentre as que chegaram a este articulista, a que mais chamou a atenção foi a que o parlamentar aventava a possibilidade de composição com uma aliança de centro-esquerda em torno do nome do neocomunista Inácio Falcão (PCdoB), na qual também se agregaria PT e PSB, além de outros partidos.
Como lhe é comum, sua fala está eivada de dubiedades. Mas, a impressão que temos é a de que o senador acende uma “vela pra Deus” e outra “pra o Diabo”. Ou, em outras palavras: insinua que pode vir a compor com a tal frente de centro-esquerda ainda no primeiro turno, indicando o nome de sua esposa, a suplente de deputada federal Ana Cláudia (Podemos), à vice na chapa majoritária.
Ato contínuo, aposta poder levar o PSB junto e na ampliação do leque de alianças, no segundo turno, com a união das forças políticas “por terem os mesmos princípios ideológicos e fazerem oposição a gestão atual (…)”. Embora não saibamos se tenha “combinado com os russos”, mesmo os de seu partido.
Destacamos isso por ser público e notório, aos dias de hoje, que a direção municipal do PSB firmou posição em defesa da candidatura própria para prefeito em Campina Grande; entre outros motivos, por acreditar que isso fortalece e dá articulação e motivação às candidaturas proporcionais.
Mas, não só. O senador é visto como um contumaz traidor tanto por grande parte dos militantes de centro esquerda, devido a seu voto pela deposição da presidente Dilma Rousseff (PT) no golpe de 2016, como dentro de seu próprio partido, por conta de ter “dado as costas” ao ex-governador Ricardo Coutinho (PSB), seu “padrinho eleitoral”, quando este passou a sofrer “lawfare” por parte do Ministério Público “lavajatista” da Paraíba.
Aliás, para grande parte dos militantes do PSB campinense, a postura de Veneziano Vital só lhe reforça a pecha, pois, sendo senador pelo partido, usa do mandato para enfraquecer o mesmo, trabalhando diuturnamente pela candidatura de outra legenda.
A isto soma-se um agravante: o nepotismo com forte teor oligárquico, uma vez que o nome pelo qual se empenha é o de sua esposa, embora a esta não se neguem méritos. Mas, não deixam de apontar certo contrassenso já que o senador passa a impressão de, a pretexto de enfrentar uma oligarquia, não abre mão da sua própria oligarquia.
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Deixando o agradecimento ao Blog do Tião Lucena pela publicação de nosso texto.
Leonidas Mendes Filho
(Campina Grande – PB)