As “voluntárias” que mandavam na PMCG na gestão Veneziano
MARCOS MAIVADO MARINHO
O histórico de “serviços prestados” a Campina Grande, no portfólio da candidata Ana Cláudia Vital do Rego (PODEMOS), não pode ser considerado dos melhores, em que pese ela se apresentar no guia eleitoral se dizendo qualificada para o cargo por ter experiência em gestão pública a níveis federal e estadual.
De fato, a esposa do senador Veneziano Vital do Rego (PSB) já teve excelentes empregos públicos e, por isso mesmo, amplas chances de, por exemplo, prestar relevantes serviços à cidade onde agora pede votos para administrá-la.
No Governo Maranhão III, Ana foi brindada com a Secretaria de Interiorização, cuja sede ficava no bairro da Estação Velha, exatamente em Campina Grande. A Pasta tinha um orçamento pífio e não passava de um cabide de empregos para afilhados de políticos, a maioria na época indicados por ela e pelo marido.
Durante a sua gestão, nada há absolutamente a registrar, mas a ela se atribui o fato da secretaria vir logo depois a ser extinta.
Findo o Governo Maranhão, Ana Cláudia por indicação do seu cunhado, então deputado federal Vital do Rego Filho, foi presenteada com o importante cargo de superintendente do escritório estadual da Fundação Nacional de Saúde da Paraíba (FUNASA), tempo em que ignorou por completo Campina Grande, conforme registra o próprio relatório que ela apresentou ao final da gestão.
Enquanto isso, Ana Cláudia atendeu muito bem dezenas de municípios, a maioria bases políticas da família, com projetos de abastecimento e milhões para esgotamentos sanitários, bem como implantação de estação de tratamento de água em 51 cidades.
Na época da gestão de Ana Claudia a Funasa financiou ainda 20 municípios no Plano de Saneamento Básico, além de ter executado a construção de sistemas de resíduos sólidos em outras localidades, mas para Campina Grande quase zero de atenção.
Para não dizer que não fez nada por Campina Grande, registre-se que ela destinou apenas uma ação do Projeto Remediar, não por coincidência um nome que veio a calhar para o remediamento da sua falta de projetos para o Município.
O Programa Remediar teve por objetivo a identificação de estoques de pesticidas POPs em locais da antiga SUCAM e a remediação das áreas contaminadas.
O último cargo público de Ana foi a de titular da Secretaria de Desenvolvimento e Articulação Municipal do Governo do Estado, já na atual gestão de João Azevedo, mas também nessa Pasta não há nada de relevante que possa ser mostrado em relação a Campina Grande durante o período em que ela atuou.
Antes, Ana Cláudia Vital do Rêgo atuou como Conciliadora do 1º Juizado Especial Civil da Comarca de Campina Grande e, como primeira dama da cidade, nos oito anos da gestão Veneziano acompanhou e incentivou as atividades voltadas à mulher, ao bem estar da população e à garantia dos direitos do cidadão e se identificava, ao lado da sogra Nilda Gondim, como “voluntária” do Governo.
As duas voluntárias faziam indicações para cargos nas Secretarias do Município, com mais ênfase na Saúde, na Ação Social, na AMDE e no IPSEM. Em todos esses apêndices municipais cargos-chave na área de Recursos Humanos eram de pessoas de absoluta confiança: a prima do prefeito na Saúde, amigas “do peito” da sogra na Ação Social e na AMDE, a irmã no IPSEM, etc. Até cargos terceirizados, a exemplo dos ofertados pela Alerta Segurança e outras similares, só eram preenchidos após aval das duas “voluntárias”.
Na Secretaria da Saúde, onde existia o maior número de contratações, a famosa empresa Maranata, pertencente a notório amigo-laranja da família Rego, só admitia pessoal se a indicação viesse chancelada pelas senhoras “voluntárias”.
famoso cheque da Saúde que acabou cassando o mandato de Veneziano
A Maranata, dessa forma, teria contribuído consideravelmente para que a mãe do prefeito, Nilda Gondim, fosse eleita deputada federal naquela época.
Na reeleição de Veneziano, a própria Maranata virou alvo de grande investigação pela Justiça Eleitoral por conta do famoso CHEQUE DA SAÚDE.
O caso se referia a um cheque no valor de R$ 50 mil depositado pela Maranata na conta de campanha de Veneziano, nas eleições de 2008.
No caso, o empresário Paulo, dono da empresa, sacou o dinheiro e depois depositou utilizando os CPFs de supostos doadores de campanha, e a maioria deles nem sequer sabia que estava doando alguma coisa.
A ação na Justiça resultou na cassação do mandato do prefeito Veneziano, mas ele recorreu e, em 2014, a ministra do Tribunal Superior Eleitoral Laurita Vaz encerrou o processo por perda de objeto, uma vez que o mandato do prefeito havia encerrado.
COM RICARDO COUTINHO
No passado, Ricardo Coutinho era ídolo de Ana Cláudia
Ana Cláudia também foi aquinhoada com cargos de primeiro escalão no Governo Ricardo Coutinho assim que o seu marido deixou o MDB e se filou ao PSB: ganhou a Secretaria Executiva da Casa Civil do Governo do Estado, e depois a Secretaria Executiva da Mulher e da Diversidade Humana do Estado.
Também não consta que seu trabalho nesses dois órgãos tenha resultado em algum importante benefício para a cidade onde deseja ser prefeita a partir de 2021.
Apesar do marido de Ana permanecer filiado ao PSB, mesmo tendo traído vergonhosamente o ex-governador e presidente de honra da legenda, Ricardo Coutinho, que sempre lhe distinguiu com a melhor das atenções e ela mesma ter publicamente elogiado RC, este agora virou alvo das suas estocadas em face das investigações empreendidas pela Operação Calvário, o que no mínimo mostra o caráter nada ético e sobretudo oportunista da sua biografia.
3 Comentários
Apresentação pra lá de arretada, para uma candidata à Prefeita de Campina Grande.
Com um currículo deste, só perde pra o nosso Bozo!! Kkkkkkkkkkkkkk
Que currículo essa senhora carrega, dá prá ser candidata a prefeita de várias cidades, aquinhoadas por ela.