Por: Aldo Ribeiro – Economista e progressista. Um sonhador.
Não nos enganemos, a sociedade civil brasileira continua zonza, letárgica e contaminada de doses cavalares de idiotização, desinformação e ódio seletivo. Tudo é relativizado. Minimizado. Continuamos sobrevivendo num Fla x Flu. Na luta do bem contra o mau, onde os dois lados se auto intitulam do bem.
A lucidez do bom senso ainda voa longe. Distante sobretudo daqueles que lá atrás, foram bombardeados pelos grandes meios de comunicação. Um onda bem articulada de criminalização da política com alvos pré-determinados: Lula e o PT. Esqueça o MDB, DEM, PP ou outro partido qualquer. Nossa “elite burra que se empanturra de biscoito fino”, foi cerebral. Atirou na base da pirâmide. Conseguiu cegar uma parcela significativa do cidadão mais humilde, do que trabalha de sol a sol e ao que vai aos cultos pedir aos céus o linchamento público do Lula e de todos os comunistas do planeta terra. Uma tolice histórica. Uma espécie suicídio coletivo.
Aquela retórica chula de uma nota só, “e o PT? E a Dilma? E o Lula?”, virou mantra dessas pessoas. Demonizaram esses três personagens como se os mesmos fossem a origem de todos os nossos problemas. De uma imbecilidade sem precedentes.
Não, eu não sou Lulista nem petista. Não, o campo progressista não se resume ao PT, embora o próprio insista em incutir no inconsciente coletivo das pessoas. Um erro estratégico que o PT insiste em repetir.
Entretanto, sou defensor ferrenho do Estado Democrático do Direito. Dos princípios básicos da Constituição Federal. É dessa lucidez e desse bom senso que necessita essa parcela manipulada do país. Entender que no jogo democrático existem regras, e que quando as regras são quebradas sistematicamente, lá na frente um de nós ou um dos nossos, poderá efetivamente ser engolido pelas práticas marginais de quem não joga o jogo de forma correta. Imaginem quantas pessoas humildes desse país devem ser julgadas e condenadas inadvertidamente? Ao bel-prazer de quem detém o poder? Você até pode ser um “pobre de direita”, faz parte. Mas não pode ser um pobre direita incapaz de entender o que acontece à sua volta. Da aposta arriscada que faz ao apoiar tudo que elite te impõe. Questione. Busque fontes confiáveis. Faça um exercício de reflexão. Contextualize e se insira nesse contexto.
A Lava Jato, que no início apresentou-se como uma operação isenta e disposta a passar a limpo nossa instituições, passou dos limites. Rompeu a fronteira das regras do jogo citadas acima. Não se combate corrupção praticando corrupção. Não se combate corrupção colocando a ética de castigo num quarto escuro. Criando um poder paralelo à margem da lei. Burlar, intimidar, ameaçar, mentir e destruir reputações? Paralisar a economia do país? Deixar em frangalhos um setor estratégico como a Construção Civil? Tudo isso pra tirar o PT do poder, e não deixar o Lula ser candidato?
A Lava Jato junto com os grandes meios de comunicação, potencializaram o punitivismo numa sociedade já encharcada de desesperança e ávida por vingança à qualquer custo. Entranhada no dia-a-dia da violência, seja nos programas de TV, seja nas ruas da cidade. Mais de sessenta mil homicídios por ano. Um trânsito que mais mata e aleija do que educa. Uma juventude se afundando nas drogas, e destruindo famílias. Sim, todos nós temos um pouco de culpa. Falhamos como nação. E a coisa é muito mais profunda do que PT e as esquerdas. O fato é que o justiçamento à todo custo, doa a quem doer, dividiu o país. Fez renascer o autoritarismo. Dado as práticas e subversões adotadas por Dallagnol e Sérgio Moro, e publicadas pelo The Intercept, conclui-se que estes são tão autoritários e facistas quanto Bolsonaro. Diria até que até mais perigosos.
A Lava Jato irá retroceder. A justiça anulará condenações e soltará réus, entres eles, o seu principal alvo, Lula. Por um julgamento justo e garantista, que lhe dê direito a ampla defesa e ao contraditório. Pra que exista racionalidade na aplicação das leis. Pra que não aja presunção de culpa. Pra que um mesmo indivíduo não acuse e julgue ao mesmo tempo. Pra que as provas apareçam, se é que elas existirem.
A Lava Jato se perdeu no caminho. Transformou-se numa organização criminosa. E a culpa, meus caros, é somente da própria Lava Jato.
Parabéns ao Moro e seus comparsas. Irresponsáveis com sinais de psicopatia. Vocês incendiaram o país, e ainda colocaram um lunático no poder.
“Somos todos passageiros clandestinos dos destinos da nação”.
5 Comentários
Vivemos um período sombrio, onde as piores pessoas perderam o medo e as melhores perderam a esperança!
Hanna arendt
Parabéns! Excelente análise!
Mas, para mim, a Lava Jato não se perdeu pelo caminho. Ela cumpriu o papel
para o qual foi criada, e entregou a encomenda conforme o pedido: destruiu
as bases da economia brasileira; tirou do país o papel de protagonista no
cenário mundial. Minimizou a força do país dentro dos blocos econômicos
nos quais os Estados Unidos não faziam parte, em especial o BRICS.
O Moro, Dalagnol & cia, merecem ser julgados como traidores da pátria!
AUDITORIA CIDADÃ DA DÍVIDA PÚBLICA MOSTRA COMO OS BANCOS ESPOLIAM O PAŚ HÁ DÉCADAS
Publicado por Redação RBA 26/09/2019 18:54
São Paulo – O programa Entre Vistas desta quinta-feira (26), na TVT, poderia ser definido como uma aula de economia sobre a dinâmica da dívida pública no país se fosse para dar uma definição meramente conceitual. Mas, na prática, a conversa desta noite do jornalista Juca Kfouri com a especialista em finanças Maria Lucia Fattorelli, coordenadora da Auditoria Cidadã da Dívida, mostra como o setor financeiro, leia-se ‘bancos’, vem há décadas espoliando o país, por mecanismos de manipulação de títulos públicos que remetem a uma dívida que, segundo a especialista, se mostra em muitos aspectos sem legitimidade.
Os títulos da dívida pública são emitidos pelo Tesouro Nacional e depois entregues ao Banco Central (BC), que os leiloa para um grupo que Maria Lucia chama de “privilegiados” – um seleto grupo de 12 instituições financeiras, inclusive bancos estrangeiros, definido por uma portaria do BC editada a cada seis meses. Somente esse grupo participa dos leilões de títulos, que depois são repassados ao mercado.
“É uma opção do governo brasileiro de construir o modelo dessa forma”, diz Maria Lucia. Ela explica que desde 2008 a taxa de juros é próxima de zero ou negativa em muitos países do mundo, mas não no Brasil. “Se os juros forem reduzidos a níveis civilizados, os dealers (os representantes do setor financeiro) podem não comprar”, afirma, em relação às alegações do governo brasileiro.
O programa desta noite conta com as participações do jornalista João Franzin, diretor da Agência Sindical, e Rosana de Souza Fernandes, secretária adjunta de Combate ao Racismo da CUT.
Maria Lucia explica que o ciclo da dívida que o país vive hoje teve início em 1964, com a instauração da ditadura civil-militar no país. Essa dívida cresceu como “externa” até os anos 1980, quando “unilateralmente os bancos aumentaram as taxas de 5% para 20% ao ano, o que marcou aquele período como década perdida”. Segundo ela, naquela época muita dívida de bancos privados foi transformada em dívida pública assumida pelo BC. “Em 1992, há uma forte suspeita de que essa dívida prescreveu”, afirma.
Mas em 1994, quando o governo editou o Plano Real para debelar a inflação galopante no país, “essa dívida prescrita foi transformada em novos títulos da dívida externa em uma operação realizada em Luxemburgo, que é um paraíso fiscal”. Segundo a especialista lembra, os títulos Braid, na verdade, títulos podres, foram aceitos pelo governo de Fernando Henrique Cardoso como pagamento de empresas privatizadas. “Metade da Companhia Vale do Rio Doce foi paga com esses títulos, que não eram aceitos em nenhuma bolsa de valores do mundo”, diz. Ela também destaca que uma outra parte desses títulos simplesmente foi transformada em dívida interna. “E com a desculpa do governo de controlar a inflação, esses títulos pagavam quase 50% ao ano”.
Atualmente, a dívida do país está em 100% do Produto Interno Bruto (PIB). E não reflete a atuação do poder público com investimentos, mas para remunerar o mercado financeiro, como as sobras de caixa dos bancos, que o Banco Central remunera – esse é um alvo constante das críticas de Maria Lucia. Ela diz também que as definições de dívida externa e dívida interna não tem sentido mais, por conta da globalização da economia. Segundo ela, o correto é considerar o conceito de ‘dívida pública’.
Por conta de toda a manipulação que o governo admite por meio do BC, não é feita uma auditoria da dívida, para separar o que é legítimo do que é prescrito, e não há transparência para a população. “Não se investiga, e o mercado (leia-se ‘bancos’) foi muito esperto ao escolher a dívida para ser o veículo do roubo de recursos”, afirma, destacando que essa é a real questão que amarra a economia do país.
Frente à manipulação em favor do mercado financeiro, a reforma da Previdência, que tramita no Congresso e ataca direitos dos trabalhadores, sobretudo dos mais necessitados, é mero jogo de cena para enganar a sociedade. “Essa reforma da Previdência é totalmente desnecessária. Não é aí que estão os problemas das finanças públicas do país. Os problemas estão no manejo da dívida pública”, defende.
Link da entrevista: ttps://www.youtube.com/watch?time_continue=5&v=lVDO9aKHww0
Texto raivoso, irônico, apaixonado, injusto, antinacionalista e petista até a medula. Viva a LAVA JATO, viva MORO, viva o MITO, viva o BRASIL e LULA com toda a PETRALHA trancafiados na masmorra até o fim da vida, para pagar os danos causados à nossa pátria.
Por que será que a mídia está ignorando a delação de Palloci? #TUDOBANDIDO.