Essa ponte dentro do peito tornou mais fácil o acesso para o meu coração

1BERTO DE ALMEIDA

 

C – A primeira semana é para tirar aquele que costumo aqui lembrar a vocês do Ramo: o São Severino. E quem assim não achar, nenhuma dúvida: não tem coração.  Mexer no relógio do peito, atrasa ou adianta. Nunca fica no ponto nos primeiros dias. E, se vocês me perguntarem se vi “uma luz” vindo ao meu encontro nesse momento, responder-lhes-ei sem pensar duas vezes: nenhuma. E não me culpem por isso, imputem a culpa a Energisa.

 

 Assim, logo que acordei – lembrei-me dos “sonos intranquilos” do Gregor Samsa -, agradeci pela nova oportunidade de estar com Carol e a Rosa, irmãos e os meus. Todos sem S (leia-se “sem exceção”). Em seguida, veio à lembrança aquele “Testamento” do Vinicius de Moraes e Toquinho “: ”Você que só ganha para juntar/O que é há? Diz para mim o que que há? /Você vai ver um dia em que fria você vai entrar”.

 

O – Pois é, meu bom Tião de Deus, acordei para o mundo, como diria a minha saudosa Chiquinha, hoje no seu doce sono eterno, gozando de uma eternidade que nenhuma Academia, seja essa de letras ou de tetas emprestará   a pseudos imortais!

 

R – Foi assim de repente ou mais que de repente, como diria o poetinha Vinicius de Moraes, que também veio a esta cabeça cheia de mistérios, esses que sempre pintarão por aí, mais um pedacinho do seu – dele – “Testamento”:  ” Pois é, meu amigo, como se dizia antigamente, o buraco é mais embaixo… E você com todo o seu baú, vai ficar por lá na mais total solidão, pensando à beça que não levou nada do que juntou: só seu terno de cerimônia. Que fossa, hein, meu chapa, que fossa…”

 

A – Nada daquela história de que num momento assim ver-se toda a vida vivida passar como um filme em nossa cabeça.  Também nenhum resquício daquela outra eterna que um dia irá nos aborrecer. Por quê? Ora, a eternidade deve ser um saco! E não adianta perguntar a esses “imortais” que recebem a imortalidade por gratidão de amigos ou não sendo assim compram-na aos amigos “imortais” que tem. Um saco! A eternidade é um saco!

 

 A coisa acontece como se nunca acontecido antes tivesse. Aconteceu comigo. O inesperado. É isso aí, meu amigo, estás com o peito cheio e meio de tudo e, por isso mesmo, estando assim, não tens por onde desaguar depois de puxar a descarga! Pois é, Tião, foi mais ou menos assim. Mais ou menos.

 

Ç – o pior, o mais pior, como diria o falso matuto Luiz Vieira, é que sobra para todo mundo. Em especial para aqueles que gostam da gente. Em síntese: agora, mesmo que não houvesse necessidade, pois nunca fui de construir muros, trago uma ponte dentro do peito!

 

à –  se doeu? Pensando bem, agora passados os dias, descobrimos que a dor maior se encontra fora do peito. Reflexões. E tudo isso saiu no papo – de coração, de coração -, dias antes, com a equipe que fez mais novo este coração cheio de caminhos atalhos.       

 

Nesses 09 nove dias de ponte nova, não precisa de nenhum esforço para os meus cheguem até ele. Os doutores Maurílio Deininger, Eugênia de Giuseppe, Ricardo, Norlan, Ademar Martins e outros que a memória esquece, mas coração nunca, renovaram-me em coração, corpo e, especialmente, mente.

 

O – Por fim, meu bom Tião, last but not least, aqui, com a Rosa ao lado, conto esta história com as participações indispensáveis da minha doce filha Carolina e dessa que carrego em pétalas dentro do peito. Duas indispensáveis colunas para que este Malabarista de palavras, hoje, num domingo de uma manhã somente esperança, essa coluna escrevesse

 

Da vida, Tião, depois dessa, a única coisa que espero e ao dono dela peço é um pouco mais de vida. Esperança? Ah, essa é enorme!  Não estou vencendo mais uma batalha, deixas aí no teu lido e comentando espaço de vastas emoções e pensamentos perfeitos, vencemos!

Um puto domingo para todos! E nunca esquecer: uma ponte no coração facilita a passagem do amor.