Eu nunca comi leitão. Comi porco, mas leitão nunca. E agora sei porque nunca tive esse prazer: leitão é comida de presidente.
Claro que não estou falando da família Leitão, mas do bicho leitão, que vem a ser, segundo meu analista para assuntos suínos, Chico de Amaro, o porco adolescente, aquele de carne tenra e osso mole.
Ontem, no Alvorada, o presidento Bolsonaro ofereceu um almoço aos amigos do peito. E a iguaria servida foi leitão.
A imprensa que teve acesso ao banquete não informou se o leitão foi servido cosido, assado na brasa ou dourado no forno, mas nada disso importa, o importante é a comida,que, presumo, deve ser muito saborosa.
Eu gosto de carne de porco. Trago esse gosto de casa, dos ontens sertanejos. Papai comprava porco a Augusto Preto, no açougue. E levava para mamãe fazer cosido. Mamãe inventou a mistura de bode com porco e foi o maior sucesso. O bode cozinhava na gordura do porco e os dois, juntos, guarnecidos por feijão de corda e cuscuz, deixavam a turma de bucho azul e peidando alto.
Não sei se com o leitão acontece a mesma coisa, só sei que a carne de porco desprende o ferrolho do oiti e transforma o ambiente num réveillon fora de época. Disputa-se quem peida mais alto e mais fedorento.
Como em Brasília a farda abunda e a guerra é uma constante, alguém que passou pelas ribanceiras palacianas escutou estampidos estranhos, mas de logo filosofou: “Só pode ser o troar dos canhões no campo de batalha”.
2 Comentários
Você só faltou dizer que toda essa iguaria aconteceu exatamente no dia em que tivemos mais de 1700 mortes, não sei se foi a título de comemoração, mas falaram muito sobre o vírus e muitas gargalhadas
Foi pra comemorar a compra da casinha do 01 do Bozo.
Rapaz experto em investimentos imobiliário!!!