Por GILBERTO CARNEIRO
“Eu só tenho a agradecer a todos os amigos falsos que tive. Sem eles, eu nunca saberia quem são meus verdadeiros amigos”. Mike Bastos
EXISTEM pessoas tendenciosas para comportamentos provocativos. Adoram provocar, sentem prazer em ofender e estimular sensações de irritabilidade nas pessoas.
Lembram dos fariseus? Estavam sempre querendo bater boca com Jesus, porém Ele não discutia, os ignorava. Debatia com eles apenas quando percebia que os seus discípulos estavam ouvindo, pois seu propósito não era dar atenção aos fariseus, mas instruir seus discípulos como se comportar no debate com pessoas provocativas, agressivas, ignorantes e intolerantes.
Quando os discípulos não estavam próximos Jesus evitava o debate com os fariseus. Sabia que a intenção era provocá-lo, instigá-lo a falar para interpretarem de forma distorcida suas palavras. Queriam matá-lo. Então o que Jesus fazia? Ignorava-os, afastava-se para lugares distantes e solitários.
Jesus com sua sabedoria evitava discussões inúteis priorizando momentos de ensinamento em meio a pessoas dispostas a ouvir e aprender. Sabia que seu tempo era precioso e focava em edificar a fé junto aqueles dispostos a ouvi-lo.
Os debates que fazia não era com o propósito de vencer a discussão, mas para ensinar verdades profundas a quem estava disposto a absorvê-las.
Com o tempo e a partir das reflexões que faço diariamente inspirado nos exemplos de Jesus Cristo, aprendi a ouvir sem escutar, ignorar provocações, comentários maldosos, fofocas e pré-julgamentos de pessoas que estão habituadas a fazer comparações sociais ascendentes. Não reconhecer que o sucesso tem uma boa dose de acaso, além do trabalho árduo, é o que leva muita gente a ultrapassar a linha tênue entre o orgulho e a arrogância.
A vida nos mostra que preservar amigos verdadeiros é uma tarefa árdua, simplesmente porque a maioria não são verdadeiros. Renato Russo na bela canção “Andra Doria” resumiu bem o sentimento de decepção que nos invade quando descobrimos a falsidade e a inveja daqueles amigos oportunistas: “Vendendo fácil o que não tinha preço. Eu sei é tudo sem sentido. Quero ter alguém com quem conversar. Alguém que depois não use o que eu disse contra mim”.
O texto bíblico é rico em passagens sobre os falsos amigos: “(…) Há companheiro que se alegra com o amigo na felicidade, mas no momento da aflição se volta contra ele. O companheiro se esforça com o amigo por interesse, mas no momento do conflito toma o escudo. (…) Não peça conselhos a quem olha você com desconfiança, e esconda suas intenções de todos os que tem inveja de você. (Eclo 37-4-10).
Jesus quando se afastava para lugares desertos nos ensinava sobre a importância do retiro espiritual, do momento de solitude para reflexão, oração e sublimidade. Esses momentos são essenciais para fortalecer a fé e preparar o coração para enfrentar os desafios da vida dura que nos testa todos os dias.
O exemplo de Jesus nos ensina que devemos evitar confrontos desnecessários e convivência com pessoas que em nada contribui para o nosso crescimento espiritual, afinal, o senso comum nos alerta que “é melhor andar sozinho que mal acompanhado”.
Dos falsos amigos nem o filho de Deus escapou. Foi traído por um dos discípulos que mais gostava – Judas Iscariotes – que o entregou aos fariseus por trinta moedas de prata e simbolizou a traição com um beijo na face de Jesus Cristo. De forma um tanto exagerada, costuma dizer um amigo: “Só o homem não deu certo no projeto de Deus”.
Sem Comentários