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Família de Alan Garcia dispensa as honras militares

18 de abril de 2019
Alejandro Pagni/AFP

A família do ex-presidente peruano Alan García, que morreu nesta quarta-feira ao dar um tiro na própria cabeça para evitar ser detido por seu envolvimento no caso Odebrecht, rejeitou a realização de um funeral com honras de Estado como lhe correspondia como ex-governante do país.

O secretário pessoal de García, Ricardo Pinedo, anunciou a meios de comunicação locais que o funeral acontecerá na Sexta-feira Santa ao meio-dia, depois que seus restos mortais tenham sido velados durante um dia e meio na sede do Partido Aprista Peruano, que era liderado pelo ex-mandatário.

“Será velado e enterrado somente com as honras apristas, que às vezes são muitos maiores que as honras do presidente (Martín) Vizcarra”, disse Pinedo sobre o atual governante do Peru, o qual García acusou de estar por trás da investigação sobre ele, a mesma que rotulou de “perseguição”.

O secretário de García indicou que a sede do Partido Aprista estará aberta a “toda pessoa que queira render honras” ao ex-presidente, que morreu com 69 anos.

Além disso, afirmou que a autópsia de García será realizada no Hospital Casimiro Ulloa, onde o ex-governante foi internado após ter disparado contra a própria cabeça, e que o corpo não passará, portanto, pelo necrotério central de Lima, onde habitualmente acontecem as necropsias para constatar as causas da morte nestas circunstâncias.

García era investigado pelo Ministério Público para averiguar se tinha recebido subornos da Odebrecht relacionados com a licitação da linha 1 do metrô de Lima. EFE

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2 Comentários

  • Reply Paulinho A 18 de abril de 2019 at 08:37

    Eita Tião, se fosse no Brasil, seria “GOLPE”.
    Uma boa Semana Santa para todos !

  • Reply Lumière 18 de abril de 2019 at 17:00

    CASO GARCIA: :DELATOR FEZ ACUSAÇÃO “VAGA” E PARTIDO CULPA MINISTÉRIO PÚBLICO POR SUICÍDIO DE ALAN GARCIA.
    (GGN)

    Colaborador premiado, Marcelo Odebrecht foi “vago” em depoimento aos investigadores do Peru, quando questionado sobre pagamento de propina ao ex-presidente Alan García, morto na quarta (17). O peruano cometeu suicídio quando a polícia bateu em sua porta tentando cumprir um mandado de prisão no âmbito de investigação alimentada pelas delações da Odebrecht.

    Segundo a jornalista Mônica Bergamo, Marcelo Odebrecht – que conviveu com García, assim como a cúpula da família, dona da empreiteira – indicou que era possível que o ex-presidente tivesse sido beneficiado com pagamentos de propina no Peru. Mas a indicação era de ajuda em campanhas eleitorais, não roubos para proveito pessoal.

    “O único benefício pessoal, ainda investigado pela procuradoria, seria o pagamento de US$ 100 mil por uma palestra que ele efetivamente deu na brasileira Fiesp. A ação foi delatada por um advogado terceirizado da Odebrecht.”

    Em 2013, as contas de García foram analisadas pelas autoridades. O ex-presidente entregou aos investigadores contratos, recibos e outros documentos que atestavam a lisura de palestras e conferências que ele realizou ao redor do mundo, que justificam sua renda.

    Apesar disso, o Ministério Público do Peru utilizou delações da Odebrecht para desenvolver a tese de que as palestras eram uma fraude para justificar os repasses da Odebrecht. Narrativa semelhante é usada contra Lula, que também teve as atividades de sua empresa de palestas, a LILS, criminalizada pela Lava Jato.

    Congressistas do PAP (Partido Aprista Peruano) apontaram o MP como responsável pela morte de García. Os correligionários do ex-presidente denunciaram lawfare por parte da Lava Jato peruana.

    Mauricio Mulder afirmou à imprensa que a tragédia é “a concretização de um mecanismo de perseguição e busca de popularidade doentia por parte de algumas pessoas que se alimentam de poder e que querem ficar na história como carcereiros”.

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