Áudio encaminhado à Direção Estadual do Partido dos Trabalhadores na Paraíba (PT-PB), a presidente nacional da legenda, Gleisi Hoffmann, faz uma profunda avaliação sobre o posicionamento político do PT no Estado, após os atos provocados pela Operação Calvário, que culminaram na prisão do ex-governador e aliado Ricardo Coutinho (PSB), já em liberdade.
Segundo Gleisi Hoffmann, o líder dos socialistas no Estado foi um dos principais responsáveis pela aproximação entre o PT e o PSB na campanha do presidenciável Fernando Haddad, em 2018. Ela cita também o posicionamento pessoal e político de Ricardo Coutinho na defesa do Partido dos Trabalhadores em dois momentos negativos de sua história, que foi o impeachment sofrido pela ex-presidente Dilma Rousseff e a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Confira trechos do áudio da dirigente nacional do PT:
“O PT trabalhou e construiu uma aliança política preferencial com o PSB na Paraíba, o que nos ajudou na aproximação com este partido em nível nacional. Isso foi muito importante para as eleições de 2018 e para a candidatura do companheiro Haddad, que embora não tenha ganho as eleições, foi ao segundo turno e fez mais de 47 milhões de votos.
O Ricardo Coutinho, ex-governador, foi um grande companheiro dos nossos governos, implantando projetos importantes que mudaram a vida do povo no Estado, com a participação do PT, e sempre esteve ao lado do PT nos momentos mais difíceis das nossas lutas, quando deram o golpe contra a Dilma, quando perderam Lula. Também ajudou a aproximar o PT do PSB em nível federal. Eu digo isso porque as alianças políticas solidas se constroem ao longo do tempo na luta e na defesa das mesmas causas que acreditamos. Hoje temos um bom diálogo e atuação com o PSB muito em parte pela construção que os companheiros fizeram aí na Paraíba.
O Ricardo foi vitimado por um processo judicial utilizado para fazer show midiático. Condenaram-no antecipadamente, sem julgamento, nós nos posicionamos firmemente contra essa ação e nos solidarizamos com ele, reivindicando que o processo devia cumprir o que manda a lei e que não fosse utilizado politicamente. Só um processo isento, sem exploração política de mídia é capaz de dizer se ele tem culpa ou é inocente. Ninguém antecipadamente pode ser penalizado.
RELAÇÃO COM O GOVERNO JOÃO AZEVÊDO
No mesmo áudio, Gleisi Hoffmann comenta sobre a participação do PT no governo João Azevêdo, e sobre as discussões que envolvem a permanência na base aliada após o rompimento político entre o governador e Ricardo Coutinho.
“Sei do esforço dos companheiros e companheiras ai em ajudar ao Estado, através da ação política e da participação na gestão estadual, em especial do companheiro Luiz Couto, nosso ex-deputado, que hoje ocupa uma secretaria de Estado, um Governo que até então caminhava com o PSB”, diz.
“A conjuntura aí não é fácil, nós temos a responsabilidade de ajudar a construir e fortalecer o Consórcio do Nordeste, e a resistência que os governadores demonstram ao ataque e desconstruções do Bolsonaro. O Nordeste tem sido um diferencial nessa resistência, e construído saídas para o povo, que são negadas pelo governo de retrocesso e ultra-neoliberal que hoje nós temos no Brasil”, complementou.
Por fim, ela pede para participar das discussões envolvendo o diretório na Paraíba e o governo João, e solicita o cancelamento da reunião interna que ocorreria com a militância nesta sexta-feira (7). “Tem de ser um debate mais aprofundado, que deve dialogar com o projeto nacional do Partido e nossa estratégia para recuperar o Brasil para a mão do povo. Por isso, em nome da direção nacional, eu peço ao companheiro Jackson e aos companheiros e companheiras da estadual que suspendam a reunião da sexta-feira, que adie que a gente tenha tempo de conversar e avaliar”, disse Gleisi.
OUÇA o áudio encaminhado por Gleisi Hoffmann na íntegra:
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