O Fisco entra em greve por melhores salários, mas seria isso uma bandeira justa?
Todos sabem a crise que o Estado atravessou, e que todas as categorias entenderam pacientemente as dificuldades financeiras.
Apesar disso, os dados do SAGRES-TCE comprovam que quando o Governador RC assumiu, em Janeiro/2011, a remuneração “média” de um Auditor Fiscal era R$ 14.265,44 (Jan/2011), já considerando férias e gratificações de cargos em comissão. O maior contracheque do mês foi pouco mais de R$ 19 mil.
Por outro lado, em Janeiro/2018, seguindo o mesmo critério, a remuneração “média” foi de R$ 27.718,05, e o maior contracheque superou os R$ 50 mil.
Ocorre que nesse mesmo mês (Jan/2018) o subsídio do Governador foi de R$ 23.500,82, sendo esse o teto do funcionalismo.
A variação remuneratória desses dois meses pesquisados (jan/2011 e jan/2018) , por si só já indica um ganho de 94,30%; índice que não tem parâmetro em nenhuma outra categoria do funcionalismo estadual.
Mas a conta ainda é mais grave. A PB (Paraíba) tem cerca 700 Auditores Fiscais na ativa, fora inativos. É muita gente.
Para se ter uma idéia, o Estado do RN (Rio Grande do Norte) arrecada aproximadamente 10% a mais, tendo 1/2 (metade) do efetivo fiscal daqui.
RO (Roraima) arrecada quase o dobro da PB, tendo apenas 70 (setenta) Auditores Fiscais. Temos a 4ª (quarta) pior eficiência per capita do país em termos de gestão do pessoal fiscal (só ganhando para Tocantins, Sergipe e Amapá).
Há uma má distribuição dos auditores fiscais na PB. São fiscais demais lotados em setores não afetos às suas atividades, que não necessitam ser auditores, como órgãos burocráticos, administrativos, assessorias, órgãos jurídicos, departamentos de informática, contabilidade interna,
chefias de gabinete, e até mesmo em almoxarifados ou emitindo de diárias. Só falta encontrarmos Fiscais, ganhando R$ 30 mil para tirar xerox e servir café.
Acrescente-se a isso que praticamente nenhum deles dá as 40 horas semanais (8 horas diárias). O que torna o custo horário caríssimo.
O pessoal do SINDIFISCO precisa ter muita cautela com o avanço tecnológico e de gestão estadual.
Lembremos que, quando o FISCO mineiro estava em greve, em 2010, houve um crescimento estrondoso da arrecadação, de quase 20% a mais.
FONTES:
https://sagres.tce.pb.gov.br/
https://blogdoafr.com/2016/07/16/a-greve-do-fisco-mineiro-reflete-na-arrecadacao-do-estado/
7 Comentários
É brincadeira um negócio desse o salário dessa gente comparada a imensa maioria do cidadão é astronômico. Fazer greve por melhores salários é uma tapa na cara do trabalhador médio.
Ontem, por volta das 15.30h, eu encontrei, no estacionamento do BB da Epitácio, um cidadão (não sei se Auditor Fiscal) vestido com
uma camiseta de apoio à greve do Fisco. Com os salários que recebem, é até uma afronta aos demais funcionários públicos.
Eles não se tocam que a população paraibana está se lixando para essa e as demais categorias. 82% da massa vivem fora da máquina pública, portanto, não adianta choramingar perto de eleição quando a expressa maioria é da iniciativa privada. FODAM-SE!!! Ricardo 40, sim senhor!
Quando chega as eleições o sistema começa a trabalhar contra o povo.
Simples assim, politicagem.so
Esta greve prejudica o cidadão de bem. Fui pegar um boleto do parcelamento do IPVA e tudo fechado, olhe que hoje é dia 29/03/18. Para completar não tem nenhuma opção para pegar o BOLETO pela internet. E agora como vai ficar o cidadão. O pagamento seria para todo dia 31, como cliente fiz o certo, mas estou prejudicado agora.
Enquanto isso, os professores do estado da PB ganham menos de R$3.000,00/mês, mas não estão de greve… Será que o ensino vale menos para a sociedade? Acho que o mundo está mesmo ao contrário.