1berto de Almeida
hoje era o dia da fogueira de são joão não . a dele. de joão heráclito. o meu. o nosso. joão dos almeida.
a fogueira que era feita em minha porta, por ele, hoje está acesa na cidade para onde se mudou. ainda queima. arde.
faz pouco tempo que trocou de roupa. a última fogueira que ele fez e acendeu por aqui continua chamas – sempre nos chamará – no meu peito. se faz falta? a mim e ao são joão.
nenhuma estrela na minha porta. silêncio. nada de fogos espoucando no ar. nada de estrelas aqui na terra. a estrela joao – assim como a dalva – brilha no alto. noutra cidade.
aqui o seu brilho é dentro de nós. esse nunca vai se apagar. apagar a minha fogueira. o meu são joão. que falta! sem fogueira na porta de casa não existe João. só uma fogueira acesa dentro do peito. nada mais.
desculpem. mas dói. e muito.
putabraco. triste. um triste putabraço.
1 Comentário
Sebastião, esse é mais um belo texto desse que muitos julgam um pseudônimo? O cara existe mesmo e, segundo um leitor deste viciado (um vício!), o cara escreve como poucos no país do Bozo louco! verdade! texto Simples, leve e poético. É gostoso de ler e muito! Muito do teu estilo, Sebastião, ele escreve como se não estivesse nem aí para as palavras. Mas tudo de mentira. Ele sabe usá-las e muito bem em proveito da linguagem. Fogueira e São João. Afinal, 1berto é ou não teu pseudônimo?! Kkkkkkksk rindo mesmo! Pula essa fogueira, Sebastião!