Lúcia Braga não conseguiu realizar o sonho de ser prefeita de João Pessoa, em 1992, por causa do PMDB. Era favorita, tinha feito um trabalho memorável na Funsat durante o Governo do marido, e nas áreas mais pobres da Capital, onde atuou intensamente, era chamada de “Mamãe Lúcia”. Por isso o favoritismo, que o PMDB desmanchou nos tribunais.
Dizia-se que era inelegível por conta de problemas administrativos na Funsat. Ela insistia que tudo era balela. Mas o PMDB mexia os pauzinhos procurando um jeito de barrar a arrancada da mulher de Wilson Braga.
Ronaldo era o governador e era do PMDB. Ronaldo, Zé Maranhão, Humberto Lucena, Cássio Cunha Lima e Antônio Mariz formavam a linha de frente do partido.
O candidato escolhido pelo PMDB para disputar a Prefeitura foi o então vereador Delosmar Mendonça júnior, político jovem, inteligente e de boa oratória.
A campanha de Delosmar era suntuosa, cheia de enormes e potentes carros de som, de palanques a perder de vista e de mocinhas bem vestidas emprestando um colorido todo especial à festa. E, quando a música da campanha tocava “… É Delosmar!”, tinha mulher que desmaiava de emoção.
O PT também participava do pleito com o estreante Chico Lopes, que fazia uma campanha pobre, sem recursos, quase sem visibilidade.
O PMDB só tinha olhos para Lúcia Braga e para a tese da sua inelegibilidade. Que terminou acontecendo. A justiça impugnou-lhe a candidatura e ela, só pra mostrar que tinha votos, botou Chico Franca no seu lugar e anunciou: “Quem votar em Chico, vota em mim”. A frase pegou. E pegou tanto que Chico cresceu. Delosmar, ao contrário, foi diminuindo, diminuindo e, para surpresa geral da nação paraibana, terminou ultrapassado por Chico Lopes, que disputou o segundo turno com o filho de Seu Damásio.
Chico Franca, que nunca tinha disputado uma eleição, terminou eleito prefeito de João Pessoa, derrotando Chico Lopes, do PT.
Quanto a Delosmar, bem, ele ficou tão traumatizado com a experiência que abandonou a política e foi advogar nos tribunais daqui e de alhures.
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