Natural de Afogados da Ingazeira, no Pajeú pernambucano, o tenente João Bezerra, famoso por comandar a volante que matou e degolou Lampião, aprendeu a atirar com o coronel José Pereira, em Princesa, no início do século XX.
Sua passagem por Princesa se deu em razão de uma fuga.
Ele matou um fazendeiro que abusou sexualmente de sua sobrinha e ainda fez chacota.
Para fugir da Polícia, se escondeu em Princesa e fez amizade com o coronel Zé Pereira.
Seu feito mais notável em Princesa foi matar uma onça que vivia por ali dizimando os rebanhos bovinos dos fazendeiros.
No ano de 1919 foi embora para Maceió, Capital de Alagoas, decidido a ingressar no Exército. Deu baixa em 1922 e sentou praça na Polícia, passando a integrar volantes formadas para perseguir cangaceiros.
Num confronto com os foras da lei levou um tiro que lhe valeu quatro centímetros a menos de uma das pernas. Por isso ficou manco e recebeu de Lampião, seu desafeto, o apelido de Cão Coxo.
Em troca, apelidou Virgulino Ferreira de O Cego.
Por ter comandado a volante que matou Lampião e seu bando, tornou-se alvo de várias honrarias e chegou a ser recebido pelo presidente Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro.
Foi comandante da Polícia Militar de Alagoas, lançou um livro em 1945 contando como matou Lampião e morreu em 1970, vítima de um AVC, sendo enterrado como herói no cemitério Parque das Flores, em Recife.
3 Comentários
Nobre jornalista, nossa Princesa Isabel-PB, só difere do RJ pelo tamanho geográfico
O tiro que matou Lampião saiu do fuzil do soldado Antonio Honorato da Silva. A volante de Bezerra só teve sucesso na empreitada porque armou uma emboscada na gruta de Angicos às quatro horas da manhã. Em campo aberto, o tenente não teria peito de enfrentar o temido cangaceiro de Serra Talhada.
O tenente João Bezerra foi o comandante de uma tropa de volantes que conjuntamente com o aspirante a oficial Francisco Ferreira de Melo(Chico Ferreira) e do sargento Aniceto
Rodrigues dos Santos agiu no episódio do cerco a grota do Anjico, não sendo ele o autor do disparo que atingiu fatalmente o cangaceiro-mor: há divergências sobre quem foi o soldado autor, Antônio Honorato da Silva(Honoratinho) e Sebastião Vieira Sandes(Santo)!