Inaldo Dantas, o homem que mais entende de condomínios na Paraíba, de vez em quando se depara com cada pergunta…
Hoje, por exemplo, respondia sobre os mais diversos temas, interagindo com os telespectadores e mostrando soluções, quando veio de lá a denúncia/pergunta da telespectadora constrangida:
– Eu quero saber como me livrar dos gemidos sexuais da minha vizinha.
Marcos Pires deve ter dito a sua “que cousa!” lá de onde está. E Geordim Tampa de Furico certamente deixou escapar o seu “viuge!” direto de Monteiro.
Porque uma coisa dessas não acontece todo dia.
O pobre de Inaldo, meio sem jeito, sugeriu que a moça arrumasse três testemunhas e juntos, ela e as testemunhas, ficassem a ouvir os gemidos que tanto incomodam as suas oiças, para depois levar o problema às autoridades constituídas.
Meu irmão Miguezim Lucena já passou por isso.
No tempo que ele era comunista, quase não dormiu uma noite inteira no hotel de Santa Luzia com a voz de uma mulher a gemer: “Tu me mata, tô morrendo, ai meu Deus, tem pena de mim”, e assim por diante.
Revoltado, mal o sol saiu e o galo cantou, pegou uma peixeira e se postou na porta do apartamento de onde vinham os gemidos, disposto a fazer justiça com as próprias mãos.
Mas aí veio a decepção.
A porta se abriu e de dentro saiu um casal de pombinhos apaixonados, ela, com o cabelo molhado, dengosa e sorridente, agarrada na cintura dele e ele, ancho e feliz, agarrado no pescoço dela.
Comigo aconteceu diferente.
Uma noite fui com Dona Cacilda dormir num desses motéis de Cabedelo para fugir da poeira do apartamento em reforma.
Quando já deitados, uma voz feminina ultrapassou a parede com “ai ai ai ai, me mata, me estraçalha, ui ai ui ai, valha-me Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Oh Santa Mãe dos Homens, vem em meu socorro!”
Eu não tive dúvidas. Levantei-me da cama, encostei na parede e toda vez que ela gemia de lá eu respondia de cá : “Ai, ai, tô lascado, desse jeito eu me desmancho”.
A moça parou de gemer na hora.
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