Há quem me critique por não ser ingrato, não ter o péssimo hábito de cuspir no prato que me serviu comida, apunhalar pelas costas o amigo de ontem que, hoje, já não me tem serventia.
Alguém chegou a chamar isso de bajulação.
Mas se isso for defeito, vou morrer defeituoso.
Já senti na pele o peso da ingratidão e não gostei.
E o que não quero pra mim, não desejo para os outros.
Ainda lembro, estava numa solenidade quando o guarda me chamou dizendo que um grande amigo me esperava do lado de fora. Fui atende-lo e, nem bem cheguei, o grande amigo foi logo dizendo: “quero um emprego pra meu filho”. Atendi na hora.
Anos depois o grande amigo me chamou de fofoqueiro nas redes sociais.
De outra feita nos mobilizamos para conseguir junto a um governador amigo o custeio do tratamento de outro grande amigo, internado numa uti de hospital particular entre a vida e a morte. O grande amigo se curou, o Governo pagou a conta atendendo ao nosso pedido e, tempos depois, o amigo salvo me chamou de “velho metido a engraçado, frouxo e bajulador de governadores”.
Ingratidão é uma coisa muito ingrata.
Não combina comigo.
Aliás, não combina com nenhum dos filhos de Seu Miguel e Dona Emília.
3 Comentários
Parabéns! Deixe – os sem carcter pra lá.
Disse tudo, parabéns, a ingratidão é o pior dos sentimentos.
É ASSIM MESMO, TIÃO.
EM ATENÇÃO AO PEDIDO DE UMA DAS MINHAS SOBRINHAS, DEFENDI NA JUSTIÇA, POR MAIS DE 2 ANOS, SEM HONORÁRIOS, UM CERTO ELEMENTO. DE REPENTE ELE CONSTITUIU NOVO ADVOGADO E JUSTIFICOU A “QUEBRA DE CONFIANÇA”.