Marcos Maivado Marinho Aproveitando-se da fina educação do âncora Lázaro Farias, uma das gratas revelações atuais da Correio FM (98.1), a presidente da Câmara Municipal de Campina Grande, Ivonete Ludgério (PSD), deu ontem no final da tarde nos microfones da emissora um show de inabilidade política, falta de ética e de educação, além de incivilidade – o que não revela nenhuma surpresa -, ao insultar a um só tempo o próprio Lázaro e seus companheiros (ausentes) de bancada Celino Neto e Carlos Souza, e o Ministério Público. Após anunciar a presença de Ivonete nos estúdios desfilando a parte boa do currículo da vereadora e agradecer pela atenção dada por ela ao “convite”, Lázaro foi rebatido peremptoriamente: “Eu não fui convidada. Vim aqui por insistência dos colegas vereadores, porque eu não escuto mais rádio e nem acesso redes sociais”, avisou para delimitar o terreno. Ivonete foi mais adiante e informou que alí estava para exercer um legal ‘Direito de Resposta’ em rebate às críticas que a equipe do programa diariamente estaria fazendo ao trabalho dos vereadores. “E é um ‘Direito de Resposta’ de um ano”, sentenciou para prevenir que gastaria todo o espaço possível do horário. Advertida de que ‘Direito de Resposta’ prescinde algum ataque à pessoa que o deseja exercer, Ivonete disse que estava falando em nome do colegiado, alegando que todos os vereadores já haviam sido insultados pelo programa e seus apresentadores e ela tinha delegação, enquanto presidente do Poder, para falar por todos os edis. Depois de cobrar dos radialistas a divulgação de uma pauta positiva do Legislativo, Ivonete elencou os números do trabalho parlamentar deste ano. Cobrada a dar nota de um a 10 para o desempenho da Casa que dirige neste exercício, não titubeou: “Dez!”. Lázaro Farias tentou ponderar, mas Ivonete o interrompia insistentemente e aproveitou a ocasião para cobrar a presença nos estúdios de Celino Neto, a quem qualificou como um “atuante” cobrador das faltas dos vereadores às sessões ordinárias do Legislativo. “Cadê Celino, que costuma cobrar da gente; vou cortar seu ponto!”, anunciou esboçando um sarcástico sorriso. Aproveitando o tempo da vereadora respirar, coube a Lázaro Farias informar-lhe que as críticas existiam, existem e existirão, por ser essa também uma das missões do jornalismo sério que a emissora pratica. O radialista lembrou de elogios feitos, citando como exemplo o acontecido quando da instalação da CPI dos combustíveis, e aproveitou para cobrar de Ivonete e sua assessoria de imprensa o envio de press-releases para o programa, aumentando aí o destempero da parlamentar. Segundo ela o outro ausente da bancada, Carlos Souza, é quem tem a obrigação de divulgar a CMCG cotidianamente, pois recebe dinheiro dela para isso porque é credenciado da Correio. “Todo mês recebe ele e mais de 30 jornalistas”, informou em tom de ameaça. MINISTÉRIO PÚBLICO Um tanto constrangido, o elegante Lázaro tentou conduzir a entrevista para uma pauta mais profissional, mas Ivonete escorregava e elencou três alternativas que, à sua ótica, poderiam ser a causa que ela entendia para as sucessivas críticas que o programa costumeiramente faz à Câmara: determinação superior do Sistema Correio, que ela já descartava por não acreditar que “o dono da rádio Senador Roberto Cavalcanti” se passe para isso; desejo dos jornalistas de que as tradicionais famílias voltem a comandar a Casa em detrimento “dos Ludgérios” da vida, causa que ela também não acreditava; e por último preconceito da equipe e da emissora por ela ser mulher. Lázaro ainda teve tempo para dizer que Ivonete estava se “vitimizando” com um discurso que não pega e é ultrapassado e aproveitou para perguntar se ela achava que os proventos dos vereadores campinenses não estavam muito elevados. Depois de gastar cinco minutos justificando que os vereadores trabalham além do plenário e do gabinete e dar o exemplo dela própria como presidente da Casa, mãe de família, dona de casa, esposa dedicada etc., a vereadora disse da dificuldade para se eleger e conquistar a simpatia popular e sem o mmenor poudor engfreossoua voz: “acho o salário defassado!”. Segundo Ivonete, ser Vereador é ser aprovado em um concurso extremamente difícil. Foi quando aproveitou uma brecha para alfinetar o Ministério Público, certamente por conta d’alguma mágoa não revelada. “É muito mais fácil passar num concurso de promotor do que ser Vereador”, disse em tom de deboche com a classe ministerial. Bastante polido e vendo a hora avançar, Lázaro Farias avisou que Ivonete não disporia do tempo que desejava, pois tinha outro entrevistado na pauta – o ex-vereador Maracajá – e convidou-a a voltar aos estúdios, marando de antemão o dia dois de janeiro para tal.
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