MARCOS MAIVADO MARINHO
O casal Manuel/Ivonete Ludgério, ele deputado estadual e ela vereadora-presidente da Câmara Municipal de Campina Grande, ambos filiados ao PSD que é presidido na Paraíba pelo aliado histórico Romero Rodrigues, tentou de tudo para convence-lo a apoiar a pretensão do parlamentar de sair candidato a prefeito pela base governista, que acabou sendo definida pelo nome de Bruno Cunha Lima.
Como os anais da mídia local registram, o jogo foi de baixíssimo nível, sobretudo da parte de Ivonete, reconhecidamente muito mais beligerante que o marido – uma “barraqueira”, como se diz no linguajar da periferia.
Conciliador nato, coube ao prefeito Romero Rodrigues com impressionante paciência e extremado “jogo de cintura” celebrar o que a muitos parecia impossível: calar o inoportuno casal.
Definido o nome de Bruno, Romero juntou todos os aliados em torno dele e acreditou piamente que o passado virou poeira… Manuel e Ivonete, fumado que foi o tal cachimbo da paz, iriam para a batalha de pedir votos para Bruno no meio da rua como se pedissem para eles.
Aliás, como ficou devidamente combinado, tudo na base do ‘prego batido e ponta virada’.
Ivonete, entretanto, não se contentou com a retirada de cena do marido, que havia em manifesto publicado nas redes sociais para pressionar Romero, elencado todas as suas qualidades (sic!?) e mais: a fidelidade que jurou no documento ser “canina” ao chamado “Grupo Cunha Lima”, razão pela qual se achava merecedor da vaga de candidato a prefeito, pois a seu ver e ao ver da sua baixinha, ninguém mais possuía tão brilhante biografia.
Campina Grande toda lembra do inconsequente discurso de Cássio Cunha Lima quando Romero decidiu entre Bruno e Tovar qual dos dois – já havia ele excluído Manuel – receberia o beneplácito do seu apoio, ocasião em que deu um mote do tamanho da Montanha de Maomé à oposição ao identificar Bruno Cunha Lima e Lucas Ribeiro como finas flores da mais genuína ELITE campinense.
O sinal de Cássio, ele também provavelmente chateado por não ter sido dada a chance da candidatura ao seu filho Pedro, ou a si próprio, sabe-se agora que amoldou-se ao casal Ludgério, que passou a ser fiel depositário de um ‘fogo amigo’ que o ex-Senador não teve coragem de acender, mas que encontrou em Ivonete a labareda mais fumegante para atrapalhar a caminhada dos netos de Ivandro e de Enivaldo na busca da cadeira maior do Palácio do Bispo.
Ser da ELITE, em uma cidade de tanta pobreza como Campina Grande e seus distritos e zona rural, é como se o ungido fosse chamado de anti-Cristo, e o inteligente Cássio Cunha Lima não desconhece isso.
Mas, Cássio Cunha Lima à parte, vamos ao que interessa registrar: a ardilosa armadilha da vereadora.
Ontem cedinho, eu ainda cumprindo compromissos no Conde, recebi fotos de material de propaganda política que estava sendo rodado em Campina Grande por encomenda de Ivonete Ludgério para alavancar a sua candidatura, mas de tão inusitado o pacote achei ser uma brincadeira ou, na melhor das hipóteses, uma notícia falsa, ou Fake News, como os que adoram modismos gostam agora de apelidar o que não é verdade.
Que a digníssima do deputado Manuel não é lá esse rompante de inteligência e sabedoria, isso até esquecidos e caçados pombinhos de João Pinta Cega na Praça da Bandeira sabem muito bem, daí eu não ter dado atenção ao material, caso contrário estaria atestando ‘burrice’ em elevado grau na ilustre presidente da Casa Félix Araújo.
Os registros econômicos da Paraíba já elencam, há anos, o deputado Manuel Ludgério como um novo milionário, estando aí em terra de pouca gente da ELITE uma das razões do seu sucesso eleitoral e também do sucesso eleitoral da esposa, que apesar de tanta riqueza acumulada, ainda assim à falta de melhor modo de tratar o eleitor já tem carimbado no currículo uma derrota nas urnas, coisa que a faz chorar quando lembra disso.
Ivonete, principalmente ela, não é nenhum ‘pé rapado’ da vida. E o eleitor que recebe os seus presentes sabe disso e vota por isso. O toma-lá-dá-cá sempre encontrou no popularesco casal o ambiente mais que perfeito para florescer…
Daí porque eu fiquei incrédulo ao abrir o envelope que a boa fonte me mandou e verificar que Ivonete vai incendiar a campanha de Bruno, até torrá-la deixando-a no pó se possível, mas ao mesmo tempo o fogo que está tocando também vai murchar a sua caminhada. Ou seja, as labaredas dela podem até matar Bruno e Lucas, mas ela morrerá no mesmo sufoco!
A primeira foto é da impressora com dúzias de sandálias em papel colante na forma de botton, onde em letras garrafais antecedendo o nome e o número da vereadora se lê: ORGULHO DE SER PÉ DE CHINELO.
Teimei em pensar ser mentira. Alguém certamente queria que eu fizesse o registro n’APALAVRA e o FAKE, por conta da alta credibilidade do portal, ganharia foro da mais cristalina verdade.
Só podia ser isso!
Guardei o envelope e me policiei a esperar pelo menos mais 24 horas. E antes do prazo findar, caiu-me o queixo: no perfil do Facebook da cunhada de Ivonete, Elizabeth, por sinal minha ex-colega de repartição na Justiça do Trabalho, a realidade definitivamente foi hasteada: Ivonete Ludgério se auto-denomina ‘Pé de chinelo’ para exatamente perante o eleitorado se contrapor a Bruno e Lucas, identificados por Cássio como gente da elite que ela abomina e diz não fazer parte, mesmo que as contas bancárias a desmintam esplendorosamente.
Diz o Aurélio que PÉ DE CHINELO (adjetivo e substantivo masculino) é o “que ou quem não tem meios financeiros ou materiais”. Um POBRE, na melhor configuração do termo. Nada a ver, portanto, com Dona Ivonete Ludgério.
No Brasil, PÉ DE CHINELO é ainda conhecido como “marginal pouco perigoso”, ou seja, um ladrãozinho de meia tigela, de bujão de gás, nada a ver com ladrões engravatados que tanto a gente costuma ver por aí… E é por isso que eu aconselho aos políticos: cuidado com o fogo amigo!
Escutou isso, Bruno Cunha Lima e Lucas Ribeiro?
2 Comentários
Texto longo da pourra!!!
Vou esperar e assistir o filme!!!!
Tratado de Tordesilhas. Aí dento, baixinho invocado.