Marcos Pires
Esta é a incrível e verdadeira história de Jho Low, um malaio que com menos de 30 anos conseguiu enganar o sistema financeiro internacional por muito tempo e tornar-se o mais destacado bilionário nas superfestas da mais alta sociedade do mundo. Para que vocês tenham uma pálida ideia de quem era Jho, ele conseguiu ser amigo de infância de Leonardo de Caprio e Paris Hilton em poucos meses, desviou algo em torno de 5 bilhões de dólares, dava festas semanalmente nas boates da moda onde nunca pagou uma conta de menos de um milhão de dólares. Exibia-se em leilões de arte, embora entendesse zero do assunto e chegou a arrematar um único quadro de Basquiat num leilão da Christie´s por 50 milhões de dólares. Num réveillon lotou um enorme Boeing com os amigos, rompeu o ano na Australia e em seguida voou até Las Vegas onde novamente rompeu o ano aproveitando o fuso-horário.
Querem mais? Para ficar amigo de Leonardo de Caprio e Martin Scorsese financiou o filme “O lobo de Wall Street” e aproveitando o fato de ter fundado uma produtora para esse fim, de lambujem produziu “Debi & Loide” e “Pai em dose dupla”. Gostava tanto de Leo (como chamava Di Caprio) que comprou no mercado negro o Oscar ganho por Marlon Brando e deu-o de presente ao amigo. Não vai haver espaço para descrever seu iate “Equanimity” e as fabulosas festas que fez ali.
Mas justiça se faça; distribuía parte do roubo com autoridades, principalmente com o primeiro ministro da Malásia e sua esposa, a quem mimoseava sempre com joias caríssimas feitas sob encomenda. Sobre a dama vale dizer que um de seus hábitos era chegar na Hermés, apontar para uns quatro ou cinco itens e dizer que NÃO queria aqueles, o resto poderiam entregar em seu hotel, que madame não andava com sacola pelo meio da rua. Saliente-se que entre as compras sempre muitas bolsas Binkin. Quem é do ramo sabe do que estou falando.
Mas como tudo acaba o golpe foi descoberto. Seus bens foram confiscados, sobrado somente uma graninha, uns cem milhões de dólares. Muita gente presa, menos ele. Desconfio que esteja escondido aqui, porque como diz Marcia de Carlinhos: “- Ô terra boa pra gente ruim”.
Registre-se a bem da verdade que Di Caprio devolveu o Oscar de Brando à Academia. Naquela altura já ganhara sua própria estatueta pela atuação no filme “O regresso”.
Como isso pôde acontecer? Eu sei; vez por outra aparece por aqui um desses falsos milionários e uma parte da sociedade, embasbacada, lhe faz os salamaleques mais vis. Se me provocarem conto 14 casos que colecionei, começando pelo empresário holandês que nem holandês era, quanto mais empresário.
Cala-te boca!
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