Toda vez que eu vejo as imagens dos deputados do G11 me lembro do tamanho do bolso da batina de Frei Fernando, aquele capuchinho que cuidava das finanças de Frei Damião.
Por mais ofertas que entrassem, o bolso permanecia vazio. E tome oferta e nada do bolso encher. O povo dava e o padre pedia mais e o povo atendia e o bolso nem dava sinais de cansaço.
Pois é assim que vejo o grupo que aprisionou o governador João Azevedo. Parece que cada um dos seus integrantes mandou fazer um bolso de Frei Fernando e o carrega pendurado no pescoço, sempre exigindo de João, encostando João na parede, fazendo-o refém desse amontoado de bolsos inesgotáveis, compridos, profundos, insaciáveis.
João foi condescendente desde o princípio. Aceitou as pressões, a turma viu o buraco aberto e não titubeou: foi pra cima, sempre querendo mais, sempre exigindo mais, encostando a faca nos peitos do governador e ameaçando: “Ou dá ou desce”.
Agora mesmo se anuncia uma renúncia coletiva de cargos. E o governador, sem voz, sem pulso, tende a ceder, como tem cedido desde que tomou posse como chefe do Governo.
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