Dos jornalistas do meu tempo, melhoraram de vida aqueles que encontraram uma segunda profissão. Como jornalistas jamais sairiam do prego, porque as empresas empregadoras nunca pagaram o salário digno aos profissionais de imprensa.
Eu, por exemplo, sobrevivo do meu salário como funcionário público. Chico Pinto se aposentou e, aos 70 anos, enfrenta a luta diária da sobrevivência como comerciante. Meu amigo Rubens Nóbrega, que já foi tudo numa redação de jornal, vive dos proventos de funcionário federal. E assim por diante.
Um dos exemplos de profissional que chegou aonde chegou sem abandonar o batente é Frutuoso Chaves. Aos 76 anos, ainda dá expediente como assessor de imprensa do Tribunal de Contas do Estado.
E outros podem ser citados aqui. Edmilson Lucena não deixou de ser jornalista, mas ganha a vida como servidor qualificado da Câmara Municipal. Meu outro irmão, Miguelzinho, fez concurso público e virou delegado de polícia.
Hoje temos jornalistas que vivem do trabalho como jornalistas e são pobres, trabalham de sol a sol com ética e profissionalismo, porém não têm o merecido reconhecimento.
Há, porém, uma casta de afortunados que, nem bem chegaram, já ficaram ricos.
Moram em coberturas, uns até avião compraram, levam uma vida de nababos e alguns deles já deixaram a condição de empregados para se tornarem empregadores, Châteaubriants tupiniquins.
Não preciso identificá-los, quem é do ramo os conhece.
Sempre estão do lado mais vantajoso, nunca desgrudam de quem está no poder e mudam de lado como quem muda de roupa. Basta sentirem o cheiro da nota de cem para passarem do tango ao frevo, do forró ao brega.
Mas, fazer o que! Se estão aí é porque encontraram espaço, apoios e gente disposta a financiá-los.
Sem Comentários