MARCOS MAIVADO MARINHO
Os 18 vereadores governistas de Campina Grande – Nelson Gomes Filho, Saulo Germano, Alexandre do Sindicato, Pimentel Filho, Ivonete Ludgerio, Sargento Régis, Sargento Neto, Renan Maracajá, Marco Raia, Joia Germano, Preto do Catolé, Aldo Cabral, Teles Albuquerque, Marinaldo Cardoso, Ivan Batista, Janduhy Ferreira, Márcio Melo e Saulo Noronha – esticaram o expediente deste dia 20 e foram comer carne de sol em um restaurante regional da cidade onde, segundo informaram à imprensa, a sobremesa foi a melhor aporte: discutir estratégias para a eleição de outubro.
Nada de mais, não fosse um novo e intrigante detalhe: a presença ostensiva, na cabeça da mesa, de Rennan Maracajá (PSDC), recentemente condenado à perda do mandato e a cumprir 36 anos e 10 meses de reclusão, sendo 22 anos e 10 meses em regime fechado por ter sido considerado o homem chave na Operação Famintos, que apura desvios de recursos públicos e fraudes em licitação no programa da merenda escolar da Prefeitura Municipal.
Rennan já havia surpreendido os campinenses na abertura dos trabalhos legislativos deste ano, quando compareceu ao plenário e recebeu todas as honras da presidente Ivonete Ludgério (PSD), algo que pode ser considerado como uma afronta ao Poder Judiciário.
A sentença prolatada pelo juiz da 4º Vara Federal, Vinícius Costa Vidor, diz que o vereador está envolvido com empresas beneficiadas no esquema de desvio em verba da merenda escolar, que causou um prejuízo de R$ 2,3 milhões aos cofres da PMCG.
Rennan Maracajá foi o vereador mais votado de Campina Grande nas últimas eleições, quando obteve 4.977 votos.
A sentença estipula que o vereador também deverá fazer o pagamento de 788 dias multa e 5% do valor de cada contrato celebrado através das licitações fraudadas. Cada dia multa foi avaliado em cinco salários mínimos vigentes em 2019 (R$ 998,00).
No dia 22 de agosto do ano passado, foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão em residências, escritórios e empresas dos investigados na Operação Famintos, além de oito mandados de prisão, sendo cinco de prisão temporária e três de prisão preventiva. Todos os mandados foram cumpridos em Campina Grande e as ordens foram expedidas pela Justiça Federal da cidade.
A primeira fase da Operação Famintos foi deflagrada no dia 24 de julho também de 2019, com o cumprimento de 67 mandados de busca e apreensão em órgãos públicos e nas residências, escritórios e empresas dos investigados, além de 17 mandados de prisão.
Na segunda fase da operação, o objetivo foi ampliar a desarticulação do núcleo empresarial da organização criminosa, responsável pela criação de “empresas de fachada”, utilizando-se de pessoas que tinham consciência de suas situações na condição de “laranjas”.
1 Comentário
É bom olhar se essa farra não foi paga pelos contribuintes, veja isso Tião.