Expedita Ferreira, a filha de Lampião e Maria Bonita que tanto lutou nos tribunais para preservar a memória dos pais, não morreu sangrada porque Maria Bonita não deixou.
O próprio avô dela, Seu Zé de Felipe, conta que Lampião quis sangrar a filha de poucos dias de nascida, incomodado com o seu choro e com os atrasos que provocava na marcha do bando, já que Maria era obrigada a fazer paradas para amamentar e cuidar da limpeza da criança.
Segundo Zé de Felipe, Virgulino pretendia utilizar o famoso punhal de 83 centímetros, furando a partir da fossa supraclavicular da menina, “com a lâmina traçando um caminho em linha diagonal pelo corpo , passando pelo coração e proporcionando-lhe morte dolorosa e lenta, ao gosto dos cangaceiros”, conta Adriana Negreiros no seu livro “Maria Bonita, sexo, violência e mulheres no cangaço”.
Conforme o relato do avô de Expedita, o bando parou em uma fonte para se abastecer e Maria, com Expedita no colo, demorou para encher o cantil, ficando para trás. Com dificuldade para alcançar o grupo e com a menina que não parava de chorar, Maria ficou nervosa e reclamou aos gritos:
– Cambada de filho da peste, mundiça, miseráveis! Tão vendo isso não?
Como ninguém deu ouvidos, ela se espritou com o próprio Lampião:
– Moleque! Canela de veado! Também não tá vendo que a menina tá chorando e eu tenho que ir mais devagar, seu cego velho?
Foi aí que, sentindo-se provocado, Lampião propôs com a sua já conhecida frieza de cangaceiro:
– Dá cá pra sangrar”.
Maria não se conteve. Partiu pra cima do marido disposta a rasga-lo com as unhas.
Vendo a cena, os cangaceiros caíram na gargalhada, dizendo que Maria era “tresloucada, jararaca braba e serpente choca”.
Dias depois Expedita era entregue ao casal Seu Severo e Dona Aurora, na Fazenda Exu, seus pais de criação.
Isso tudo aconteceu em 1932.
9 Comentários
Cachorro filho de uma puta!!!!!!
Fantasias assim como outras q ele segurava crianças na ponta do punhal. Mistérios e folclore do cangaço.
Isso nunca existiu em tempo algum. Tudo mentira, conversa fiada. As mulheres cangaceiras quando pariam entregavam as crianças logo para a guarda de terceiros. Jamais saiam com recém nascidos pelo.mato. Expedita nasceu na Fazenda Exú e lá mesmo ficou. Outra coisa que contesto no texto, nenhum cangaceiro possuía cantil para transportar água, e sim, utilizavam cabaças. Ainda hoje, o maior núcleo de informações corretas podem ser encontradas na fronteira oeste/norte dos Estados de Alagoas e Sergipe, ao longo do Rio São Francisco.
Na verdade existe muito folclore no quesito CANÇAÇO. Muitos escreveram livros criando estórias da sua própria imaginação. Outros foram cuidadosos e pesquisaram, indo procurar fontes de informações nos lugares percorridos pelos bandos de cangaceiros. Existe uma infinidade de livros acordando o tema em questão. Os autores mais zelosos procuraram cangaceiros ainda cumprindo pena, outros já em liberdade, como também proprietários rurais e membros de suas famílias que viveram aquela época fatídica. Quando estive na cidade de PIRANHAS-AL, durante as filmagens da novela VELHO CHICO, ouvi muitos depoimentos de senhores e senhoras idosos que viveram nos anos mais efervescentes do cangaço. O que pude resumir de tudo que ouvi foi a existência de formações de pequenos grupos de meliantes, todos se dizendo pertencer a subgrupos do chefe maior Lampião. Famintos e maltrapilhos, invadiam feiras de pequenas cidades desprotegidas de forças policiais e no caso de resistências, realmente matavam. Mas, nunca ouvi estórias de romantismo nem tampouco Lampião matando crianças. Hudson Vates. Paulo Afonso-na, 7/8/2020.
1D
Das muitas lendas essa foi a mais bizarra. Muitos “historiadores” se preocupam mais na venda de seu trabalho de que na veracidade.
Aqui mesmo em Princesa Isabel, nunca passou bandos de cangaceiros. Os cangaceiros que por aqui transitaram foram aqueles contratados por Zé Pereira para impedir a invasão da polícia militar na nossa cidade, em 1930, fato já exaustivamente divulgado. Aliás, esse assunto velho de cangaço já está enchendo meu saco e inchando meus ovos.
Os comentadores aqui tem razão quem é esse que escreve esses textos? esse preciso escrever no mínimo com mais cuidado
Com todo respeito, em décadas de pesquisa e colecionismo sobre o tema cangaço, nunca li uma mentira tão grande como essa. Hoje em dia, qualquer pessoa pode buscar no youtube canais e pesquisadores sérios sobre o assunto, dentre os quais recomendo Aderbal Nogueira, Robério Santos, Dr. Sergio Dantas, dentre outros.
O nível de pesquisa melhorou muito. Há livros excelentes sendo publicados. É uma tristeza que alguns setores ainda publiquem algo inverídico e sem nenhum fundamento. Em centenas de livros sobre o assunto, não há nada sobre isso.
É uma informação não assinada. Onde foi publicado? quais as testemunhas?
Me desculpe discordar, o faço com todo respeito pois sou leitor assíduo e algumas distorções nas informações sobre o cangaço vinham me causando um certo desconforto, até que essa acho que foi o auge da invencionice.
Na Paraíba há muitos pesquisadores e grupos de estudos. Já que a temática é de interesse do blog, sugiro se fazer mais embasado em fontes confiáveis, ou que, ao menos, existam fontes, nomes, testemunhas.
grande abraço,
Amigo, se você leu a matéria – o que eu duvido – viu que lá está citada a fonte da informação: “Maria Bonita – Sexo, violência e mulheres no cangaço”, da jornalista Adriana Negreiros, livro bem escrito e sucesso de vendas no país inteiro.