Memórias

LAMPIÃO QUIS SANGRAR A PRÓPRIA FILHA

7 de agosto de 2020

Expedita Ferreira, a filha de Lampião e Maria Bonita que tanto lutou nos tribunais para preservar a memória dos pais, não morreu sangrada porque Maria Bonita não deixou.

O próprio avô dela, Seu Zé de Felipe, conta que Lampião quis sangrar a filha de poucos dias de nascida, incomodado com o seu choro e com os atrasos que provocava na marcha do bando, já que Maria era obrigada a fazer paradas para amamentar e cuidar da limpeza da criança.

Segundo Zé de Felipe, Virgulino pretendia utilizar o famoso punhal de 83 centímetros, furando a partir da fossa supraclavicular da menina, “com a lâmina traçando um caminho em linha diagonal pelo corpo , passando pelo coração e proporcionando-lhe morte dolorosa e lenta, ao gosto dos cangaceiros”, conta Adriana Negreiros no seu livro “Maria Bonita, sexo, violência e mulheres no cangaço”.

Conforme o relato do avô de Expedita, o bando parou em uma fonte para se abastecer e Maria, com Expedita no colo, demorou para encher o cantil, ficando para trás. Com dificuldade para alcançar o grupo e com a menina que não parava de chorar, Maria ficou nervosa e reclamou aos gritos:

– Cambada de filho da peste, mundiça, miseráveis! Tão vendo isso não?

Como ninguém deu ouvidos, ela se espritou com o próprio Lampião:

– Moleque! Canela de veado! Também não tá vendo que a menina tá chorando e eu tenho que ir mais devagar, seu cego velho?

Foi aí que, sentindo-se provocado, Lampião propôs com a sua já conhecida frieza de cangaceiro:

– Dá cá pra sangrar”.

Maria não se conteve. Partiu pra cima do marido disposta a rasga-lo com as unhas.

Vendo a cena, os cangaceiros caíram na gargalhada, dizendo que Maria era “tresloucada, jararaca braba e serpente choca”.

Dias depois Expedita era entregue ao casal Seu Severo e Dona Aurora, na Fazenda Exu, seus pais de criação.

Isso tudo aconteceu em 1932.

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9 Comentários

  • Reply Ernesto 7 de agosto de 2020 at 21:14

    Cachorro filho de uma puta!!!!!!

  • Reply Fabrício Rodrigues 8 de agosto de 2020 at 01:18

    Fantasias assim como outras q ele segurava crianças na ponta do punhal. Mistérios e folclore do cangaço.

  • Reply SIMPLICIO 8 de agosto de 2020 at 07:29

    Isso nunca existiu em tempo algum. Tudo mentira, conversa fiada. As mulheres cangaceiras quando pariam entregavam as crianças logo para a guarda de terceiros. Jamais saiam com recém nascidos pelo.mato. Expedita nasceu na Fazenda Exú e lá mesmo ficou. Outra coisa que contesto no texto, nenhum cangaceiro possuía cantil para transportar água, e sim, utilizavam cabaças. Ainda hoje, o maior núcleo de informações corretas podem ser encontradas na fronteira oeste/norte dos Estados de Alagoas e Sergipe, ao longo do Rio São Francisco.

  • Reply HUDSON 8 de agosto de 2020 at 09:53

    Na verdade existe muito folclore no quesito CANÇAÇO. Muitos escreveram livros criando estórias da sua própria imaginação. Outros foram cuidadosos e pesquisaram, indo procurar fontes de informações nos lugares percorridos pelos bandos de cangaceiros. Existe uma infinidade de livros acordando o tema em questão. Os autores mais zelosos procuraram cangaceiros ainda cumprindo pena, outros já em liberdade, como também proprietários rurais e membros de suas famílias que viveram aquela época fatídica. Quando estive na cidade de PIRANHAS-AL, durante as filmagens da novela VELHO CHICO, ouvi muitos depoimentos de senhores e senhoras idosos que viveram nos anos mais efervescentes do cangaço. O que pude resumir de tudo que ouvi foi a existência de formações de pequenos grupos de meliantes, todos se dizendo pertencer a subgrupos do chefe maior Lampião. Famintos e maltrapilhos, invadiam feiras de pequenas cidades desprotegidas de forças policiais e no caso de resistências, realmente matavam. Mas, nunca ouvi estórias de romantismo nem tampouco Lampião matando crianças. Hudson Vates. Paulo Afonso-na, 7/8/2020.

    1D

  • Reply Rena Bezerra de São José 8 de agosto de 2020 at 10:19

    Das muitas lendas essa foi a mais bizarra. Muitos “historiadores” se preocupam mais na venda de seu trabalho de que na veracidade.

  • Reply JOCA 8 de agosto de 2020 at 11:52

    Aqui mesmo em Princesa Isabel, nunca passou bandos de cangaceiros. Os cangaceiros que por aqui transitaram foram aqueles contratados por Zé Pereira para impedir a invasão da polícia militar na nossa cidade, em 1930, fato já exaustivamente divulgado. Aliás, esse assunto velho de cangaço já está enchendo meu saco e inchando meus ovos.

  • Reply severino de maria 8 de agosto de 2020 at 18:05

    Os comentadores aqui tem razão quem é esse que escreve esses textos? esse preciso escrever no mínimo com mais cuidado

  • Reply Pereira 9 de agosto de 2020 at 14:06

    Com todo respeito, em décadas de pesquisa e colecionismo sobre o tema cangaço, nunca li uma mentira tão grande como essa. Hoje em dia, qualquer pessoa pode buscar no youtube canais e pesquisadores sérios sobre o assunto, dentre os quais recomendo Aderbal Nogueira, Robério Santos, Dr. Sergio Dantas, dentre outros.
    O nível de pesquisa melhorou muito. Há livros excelentes sendo publicados. É uma tristeza que alguns setores ainda publiquem algo inverídico e sem nenhum fundamento. Em centenas de livros sobre o assunto, não há nada sobre isso.
    É uma informação não assinada. Onde foi publicado? quais as testemunhas?
    Me desculpe discordar, o faço com todo respeito pois sou leitor assíduo e algumas distorções nas informações sobre o cangaço vinham me causando um certo desconforto, até que essa acho que foi o auge da invencionice.

    Na Paraíba há muitos pesquisadores e grupos de estudos. Já que a temática é de interesse do blog, sugiro se fazer mais embasado em fontes confiáveis, ou que, ao menos, existam fontes, nomes, testemunhas.

    grande abraço,

    • Reply Sebastião 10 de agosto de 2020 at 03:40

      Amigo, se você leu a matéria – o que eu duvido – viu que lá está citada a fonte da informação: “Maria Bonita – Sexo, violência e mulheres no cangaço”, da jornalista Adriana Negreiros, livro bem escrito e sucesso de vendas no país inteiro.

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