Éramos quatro. Quatro matutos que mal sabiam andar dois quilômetros além dos limites do 14 RI de Jaboatão. Passávamos a semana aquartelados, comendo a bóia do Exército e aos sábados aventurávamos uma ida à casa de Pedrina, uma doce conterrânea que morava sobre palafitas em cima da maré com cheiro de bosta. Uma casa humilde e uma dona de casa do coração tão grande a abrigar o sertanejo que, sem eira nem beira, ali aportava pedindo pousada.
Depois, já ambientados na nova vida, alugamos um quarto em Tijipió. Um quarto para quatro, os três soldados e o irmão do colega de farda que passou a morar no Recife para estudar.
Dormíamos em redes, quatro redes emparelhadas. Se uma bufa escapasse em qualquer madrugada silenciosa, todos eram obrigados a respirá-la sem reclamar.
E assim passamos um ano: Eu, Ademar, Osman e Francisco. Um ano de confidências, de aventuras, de boas farras e de manobras militares. Dali surgiu uma amizade que só deixou de ser contínua por causa dos acidentes geográficos e do destino, este último revelado anteontem pelo conterrâneo Elenildo Arruda: “Aviso que morreu, nesta data, em Brasília, o conterrâneo Osman de Zé do Campo.”
Logo Osman, o mais forte e atlético do grupo.
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