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Mais um: Gilmar manda soltar Beto Richa

15 de setembro de 2018

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a soltura do ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB), cuja prisão preventiva havia sido decretada nesta sexta-feira (14). Como este site mostrou mais cedo, o tucano já havia pedido que Gilmar analisasse seu pedido de liberdade. Richa estava preso desde terça-feira (11), e sua prisão temporária chegava ao fim hoje (sexta, 14).

Além da soltura, Gilmar Mendes expediu ainda um salvo-conduto para que o tucano não volte a ser preso e não precise se submeter a decisões como a que prorrogava sua prisão por tempo indeterminado, assinada pelo juiz Fernando Fischer. O tucano é apontado como chefe de quadrilha que se beneficiava do pagamento de propinas feito por fornecedoras do governo do Paraná. Outras 14 pessoas foram beneficiadas com a ordem de soltura.

Ele tenta se eleger senador nas eleições deste ano. Antes de ser preso, chegou a 28% das intenções de voto na última pesquisa Ibope, perdendo apenas para o senador e também ex-governador paranaense Roberto Requião (MDB), que atingiu 43% das intenções de voto.

Freio

Diante da prisão, Gilmar Mendes se manifestou sobre a ação do Ministério Público. “Pelo que estava olhando no caso de Richa, é um caso de 2011. Vejam vocês que fundamentaram a prisão preventiva a uns dias da eleição, alguma coisa que suscita muita dúvida. Essas ações já estão sendo investigadas por quatro, cinco anos, ou mais. No caso de Alckmin, Haddad, todos candidatos. E aí [o Ministério Público] anuncia uma ação agora! É o notório o abuso de poder”, declarou o magistrado, defendendo “freios” nos ímpetos dos promotores.

Amigo declarado de diversos tucanos e indiciado para o STF pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Gilmar Mendes tem se destacado na soltura de políticos e empresários presos em operações policiais de grande proporção, como a Operação Lava Jato. Em 26 de junho, por exemplo, o Congresso em Foco mostrou que o ministro já havia determinado àquela época, a cada dois dias, a soltura de um investigado em operações decorrentes da Lava Jato.

No recorte de 15 de maio a 25 de junho, Gilmar atendeu a 23 pedidos de liberdade a suspeitos presos pela Polícia Federal por solicitação do Ministério Público e determinação da Justiça. Duas pessoas foram libertadas duas vezes.

Operação Piloto

Além de Richa, foi presa a esposa do tucano e Deonilson Roldo, ex-chefe de gabinete do ex-governador. As prisões estão relacionadas a investigações sobre o programa Patrulha Rural. Os mandados foram cumpridos pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). A casa onde o casal mora foi alvo de busca e apreensão em nova etapa da Operação Lava Jato, batizada de Piloto.

Deonilson Rodo ainda é alvo de prisão da Polícia Federal (PF) na 53ª fase da Lava Jato, que cumpriu, ao todo, 36 ordens judiciais no Paraná, na Bahia e em São Paulo. A investigação apura o pagamento milionário de vantagem indevida, em 2014, pelo Setor de Operações Estruturadas do Grupo Odebrecht, o departamento de propina da empreiteira, para agentes públicos e privados no estado do Paraná.

Segundo os delatores, a contrapartida era o direcionamento do processo licitatório para investimento na duplicação, manutenção e operação da rodovia estadual PR-323 na modalidade parceria público-privada. Pesam contra os acusados as suspeitas de terem cometido os crimes de corrupção ativa e passiva, fraude à licitação e lavagem de dinheiro.

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