Por Gilberto Carneiro
Alguém que acompanha o blog do meu amigo Tião já ouviu falar em “gaslighting? É uma palavra inglesa que não possui ainda sequer tradução literal para o português, mas que tem o significado de “manipulação psicológica”. Merriam-Webster, a editora de dicionários mais antiga dos Estados Unidos, acaba de escolher “gaslighting” como a palavra mais pesquisada no ano de 2022.
“Gaslighting” começou a ser usada há poucos anos para definir abusos em relacionamentos amorosos, inspirada na peça “Gas Light (Luz a gás). O esposo tenta convencer a mulher de que ela está ficando louca quando reclama que a luz está mais fraca — insiste em dizer que é coisa da sua imaginação. Com essa manipulação psicológica terrível o marido vai aos poucos convencendo a esposa que ela realmente está louca e que a luz não está fraca – é tudo coisa da cabeça dela.
Com o tempo, impulsionada pelo aumento de novas tecnologias e canais, a prática se aperfeiçoou e saiu do campo das relações amorosas abusivas, passando a ser usada para dominar um determinado grupo de indivíduos, especialmente dentro de contextos políticos. Gaslighing nada mais é que um método usado para enganar alguém de forma rudimentar, visando levar algum tipo de vantagem.
É assim que agem na mente das pessoas. Um grupo que tem sido alvo frequente é o dos idosos, que, na maioria das vezes, encontram-se fragilizados emocionalmente devido ao abandono dos familiares; a falta de reconhecimento da labuta que travaram e a impiedosa solidão que os rodeiam.
Logo, tornaram-se alvos fáceis da desinformação; das notícias falsas, das teorias da conspiração, dos trolls do Twitter e das deep fakes. Foi assim que o Bolsonarismo agiu com os idosos tornando uma grande parte deles refém dessa manipulação psicológica doentia, alimentando o ódio, a intolerancia, a histeria, tudo sob o falso propósito de se defender valores fundamentais, a exemplo de religião, patriotismo e familia.
2 Comentários
discordo em grande parte. Esses “idosos” sao assim por natureza.
O senhor está certissimo Doutor Gilberto, parabens pelo comentário.