opinião

Martha, ninguém tem seu violão!

5 de julho de 2020

 

 

Maria José Rocha Lima

Cresci ouvindo a minha mãe, Dona Teresinha, cantando para os males espantar. Eu era pequena, mas, no real ou no imaginário, ficou gravada na minha memória. Nunca esqueci da marchinha de Martha Rocha: “Por duas polegadas a mais, passaram a baiana pra trás/Por duas polegadas, e logo nos quadris/Tem dó, tem dó, seu juiz!”. Martha, Martha, não ligue mais pra isso, não/ Martha, Martha, ninguém tem o seu violão”.

Maria Martha Hacker Rocha nasceu em Salvador, a 19 de setembro de 1936, e faleceu em Niterói, neste domingo, 4. Foi uma rainha da beleza, eleita a primeira Miss Brasil, em 1954.
Aos 18 anos, participou do Miss Bahia, vencendo o concurso. Em 26 de junho de 1954, foi eleita Miss Brasil, no Hotel Quitandinha, em Petrópolis, no Rio de Janeiro.
Em julho de 1954, logo depois de chegar aos Estados Unidos, tornou-se a favorita nas casas de apostas para vencer o Miss Universo. No entanto, Martha ficou em 2º lugar, perdendo para a americana Miriam Stevenson.
De volta ao Brasil, tornou – se referência nacional de beleza e alcançou a fama. Segundo texto no Clic RBS, de 2014, “o ideal de beleza consolidado pela baiana seguiria influenciando gerações e gerações de mulheres pelas décadas seguintes”.
Tudo indica que as duas polegadas foram uma lenda contada como verdade. A história das duas polegadas foi uma invenção do jornalista João Martins, da revista O Cruzeiro, do Rio de Janeiro, para consolar o orgulho brasileiro. Tudo foi combinado com os demais jornalistas brasileiros que estavam em Long Beach. A própria Martha autorizou a versão, conforme consta em sua autobiografia.

Em dezembro de 2015, o colunista Ancelmo Gois reviveu na coluna Retratos da Vida, de O Globo, a história das duas polegadas, relembrando que em 1955 Pedro Caetano, Alcyr Pires Vermelho e Carlos Renato lançaram uma marchinha de Carnaval, homenageando a baiana. Em 1961, eu me lembro de reportagens na Revista Cruzeiro sobre Martha e o seu marido Ronaldo Xavier de Lima.

Recentemente, acompanhei o seu drama financeiro e fiquei contente com o apoio imprescindível do Jornalista Roberto Macedo, que trouxe as suas memórias de volta.

Em sua homenagem, foi criado o bolo ou a torta Marta Rocha. A receita foi criação de Dona Dair da Costa Terzado, proprietária da Confeitaria das Famílias, de Curitiba.

Viva nossa Miss Martha Rocha!

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1 Comentário

  • Reply Gustavo Woltmann 16 de outubro de 2020 at 23:22

    A música sempre presente.

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