Francisco Cartaxo
“Pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff”.
A frase é do deputado Jair Bolsonaro, pronunciada na Câmara Federal, no dia 17 de abril de 2016, ao votar a favor do impeachment da presidente Dilma. O coronel Brilhante Ustra (1932-2015) foi comandante do DOI-CODI de São Paulo, de 1970 a 1974. DOI é o Destacamento de Operações e Informação e CODI, Centro de Operações de Defesa Interna, criados em 1970 por meio de instrumentos legais secretos, com a finalidade de investigar ações contra a ditadura. No exercício dessa tarefa, era comum o uso da tortura, que, em alguns casos, levava à morte do preso.
Meu amigo Jorge morreu na tortura.
A notícia de sua morte chegou do Rio, sem aviso prévio, em lacônica comunicação oficial. Problemas cardíacos. Tempos depois, no entanto, a verdade foi sendo revelada pouco a pouco. Verdade cruel. Alguém o viu entrar na sala da tortura, já muito machucado. Depois ouviram gritos de dor e angústia. Urros, mais do que gritos. Submetido a processos primários de aniquilamento físico e psicológico, Jorge não abriu a guarda. Falou o que poderia dizer sem comprometer seus companheiros. Resistiu até o limite de suas energias. Jorge foi um dos primeiros presos políticos a morrer nos porões da ditadura, antes do AI 5, quando sequer tinha sido criado o DOI-CODI.
Quem era Jorge?
Um jovem de sólida formação cristã, moldada na Juventude Estudantil Católica (JEC) e na Juventude Universitária Católica (JUC). Integrou o núcleo baiano que estruturou a Ação Popular (AP), no início da década de 1960. Mais tarde, parte de seus militantes migrou para o PC do B. Jorge foi trucidado na prisão antes disso. Engenheiro, trabalhou na Petrobras, em Salvador, mas logo após o golpe de 1964 foi expulso, junto com outros colegas, entre os quais o cearense Eudoro Santana, pai do atual governador Camilo Santana. Livre da cadeia, trabalhou na empresa de energia elétrica da Bahia. Portanto, Jorge não era clandestino, quando o prenderam de novo. Nem terrorista nem guerrilheiro.
Passados mais de 50 anos, trago na memória a dor da estúpida morte de Jorge na tortura, o mais abominável dos atos praticados pelo homem. Ato ignóbil. Covarde. Abjeto. O torturador é um ser desprezível, tanto quanto aqueles que consideram heróis quem tortura, como fez Bolsonaro na sessão da Câmara que votou o impeachment de Dilma.
Saudade da ditadura?
No dia 11 desde mês, Jair Bolsonaro admitiu que o seu objetivo é criar um Brasil semelhante àquele que tínhamos há 40, 50 anos atrás. O Brasil do AI 5? É disso que o povo brasileiro precisa? O Brasil não quer um regime de exceção, com a quebra da harmonia entre os poderes, censura à imprensa etc. etc. Muito menos o uso da força para fechar o Poder Judiciário, tal como pregam o filho e outros partidários de Bolsonaro. Na época dos sonhos de Bolsonaro, o povo não votava para presidente, governador e prefeito das capitais. Se um deputado contestava o regime, podia ser cassado em rito sumário, sem direito de defesa. Não, o povo não tem saudade desse tempo! Não se apaga a História.
Impossível esquecer a morte de Jorge.
Essas coisas me chegam forte à mente, quando vejo a arrogância do candidato, gritando como quem dá ordem unida em quartel, a fazer o gesto-símbolo de sua campanha. Atirar em quê? Na democracia, é claro. Embora seja crítico do PT e dos desvios das gestões petistas, como registrei em dezenas de artigos, neste domingo voto 13 Haddad.
Francisco Sales Cartaxo Rolim é autor dos livros: Política nos currais, Do bico de pena à urna eletrônica e Guerra ao fanatismo.
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BAIANOS DESAPARECIDOS NOUTROS ESTADOS
ADERBAL ALVES COQUEIRO
Filiação: Jovelina Alves Coqueiro e José Augusto Coqueiro
Data e local de nascimento: 18.07.1937, Aracatu-Ba
Data e local da morte: 06.02.1971, Rio de Janeiro
Operário operador de máquina e vendedor autônomo. Casado, pai de duas filhas. Militância política e
preso em São Paulo no dia 29.05.1969, torturado na 2ª Companhia da Polícia do Exército, transferido
para o DOPS/SP, e, finalmente para o Presídio Tiradentes, onde ficou até ser banido e figura como o
primeiro militante banido a retornar ao país em 31.01.1971.
Aderbal morreu no Rio de Janeiro, de acordo com o laudo oficial assinado por João Guilherme Figueiredo,
no dia 06.02.1971, no Cosme Velho. Seu corpo foi entregue a família posteriormente, enterrado no
cemitério de Inhaúma no dia 14. Não foi localizada a perícia do local da morte e nem o laudo
necroscópico.
CARLOS MARIGHELLA
Filiação: Maria Rita Nascimento Marighella e Carlos Augusto Marighella
Data e local de nascimento: 05.12.1911, Salvador-BA
Data e local da morte: 04.11.1969, São Paulo-SP
Carlos Marighella, militante político, sua primeira prisão em 1932; eleito em 1946 Deputado Federal
Constituinte, pelo partido comunista, cassado pelo governo Dutra, entra na clandestinidade, preso
novamente em 1936; em 1937, em 1939, libertado em 1945; foi morto em via pública na Cidade de São
Paulo, numa emboscada com a participação de cerca de 150 agentes policiais, sob o comando do
delegado do DOPS, Sergio Paranhos Fleury.
A Comissão sobre Mortos e Desaparecidos, Lei 9140/95, após um árduo trabalho de investigação
contendo depoimentos de militantes e ex-presos, médicos legistas etc., esclarece as circunstancias da
morte de Carlos Marighella, concluindo que, “A morte de Carlos Marighella, não corresponde à versão
oficial divulgada na época pelos agentes públicos”.
Os indícios apontam para a não ocorrência de tiroteio entre a polícia e seus supostos seguranças e
indicam, também, que ele não morreu na posição em que o cadáver foi exibido para a imprensa. Carlos
Marighella, afirma o parecer médico legal: “(…) Foi morto com um tiro a curta distancia, depois de ter sido
alvejado pelos policiais, quando já se encontrava sob seu domínio, e, portanto, sem condições de reagir
(…)”.
CÉLIO AUGUSTO GUEDES
Filiação: Adosina Santos Guedes e Julio Augusto Guedes
Data e local de nascimento: Mucugê-Ba.
Data e local da morte: 15.08.1972, Rio de Janeiro-RJ
Célio foi educado em Salvador, estudou e sua militância política iniciou no Colégio Estadual da Bahia,
formou-se em odontologia. Militou no PCB, trabalhava para pagar os estudos e ajudar no sustento da
família. Em abril de 1964, a sua casa foi invadida e saqueada por militares – o que obrigou a partir daí,
viver na clandestinidade e a mudar-se para o Sul.
Mesmo na clandestinidade, Célio desempenhava no PCB a função de segurança da direção nacional do
partido. Em julho de 1972, recebeu a missão de encontrar-se e transportar um companheiro que voltava
do exílio. Ao cruzar um posto na fronteira, entre Jaraguarão e Rio Branco, os dois foram identificados,
detidos e transportados em avião diretamente para a sede do Cenimar no Rio de Janeiro. Segundo
informações do seu irmão, Armênio Guedes, morreu sob tortura, aos 53 anos, em 15.08.1972. A
comunicação do falecimento só foi feita a família quinze dias depois.
ISRAEL TAVARES ROQUE
Filiação: Lygia Violeta Tavares Roque e Lídio José Roque
Data e local de nascimento: 03.01.1929, Nazaré-BA
Data e local do desaparecimento: Entre 1964 e 1967
Preso em 31.07.1953 em Salvador quando trabalhava no Jornal O Momento, órgão do PCB. No segundo
semestre de 1964, Israel foi detido por um policial baiano, em frente à Central do Brasil, Rio de Janeiro, e
conduzido a uma delegacia de polícia que funcionava na estação. O seu irmão foi procurá-lo e obteve a
resposta que Israel não se encontrava naquela delegacia, afirma também a data da sua prisão em
15.11.1964. Nunca mais foi visto.
A Comissão sobre Mortos e Desaparecidos Políticos/Lei 9140/95, colheu depoimento de um Capitão de
Fragata, amigo de um colega do irmão de Israel, informando que na época da prisão, a pedido de seu
amigo, buscou informações sobre Israel e que ele teria sido preso pela polícia política baiana.
JOEL VASCONCELOS SANTOS
Filiação: Elza Joana dos Santos e João Vicente Vasconcelos Santos
Data e local de nascimento: 09.08.1949, Nazaré-BA
Data e local do desaparecimento: 15.03.1971, Rio de Janeiro
Baiano de Nazaré das Farinhas, em 1966, juntamente com a família foi residir na Cidade do Rio de
Janeiro, onde estudou contabilidade na Escola Técnica do Comércio. Foi presidente da Associação
Metropolitana dos estudantes Secundaristas – AMES – RJ, em 1970, foi diretor da União Nacional dos
Estudantes. Quando da sua prisão e desaparecimento, estava vinculado à União da Juventude Patriótica.
Preso juntamente com outro companheiro, Antonio Carlos de Oliveira Silva, nas imediações do Morro do
Borel em 15.03.1971. Em depoimentos transcritos no livro Desaparecidos Políticos de Reinaldo Cabral e
Ronaldo Lapa, o companheiro de cela descreve os espancamentos sofridos por Joel “Lá na PE, começou
tudo muito tranqüilo ao ponto de agente imaginar que não iríamos ser torturados. Caiu à noite e
começamos tudo novamente. (…) Era pau – de – arara, choque e tudo mais. Um mês nesse sofrimento e
nós já estávamos com queimaduras por todo o corpo em virtude dos choques elétricos. Levaram então o
Joel para a esticadeira com uma pedra amarrada nos testículos. Fiquei apavorado e me trancafiaram
numa geladeira. Depois me pegaram para assistir às torturas de Joel e me fizeram um montão de
perguntas”.
Após a abertura dos arquivos do DOPS/RJ, em 1991, registros oficiais comprovam a prisão de Joel.
Documentos datados de 17.03.1971 do Serviço de Informações do Estado Maior da PM/2, do então
Estado da Guanabara também, confirmam a prisão e documentos do DOI CODI de 15.03.1971, trazem
declarações de Joel. O Relatório apresentado pela Marinha ao Ministro da Justiça Maurício Correa,
informa que Joel foi preso em 15.03.1971, e transferido para local ignorado. Seu corpo e as
circunstancias da sua morte continuam não esclarecido.
JORGE LEAL GONÇALVES
Filiação: Rosa Leal Gonçalves Pereira e Enéas Gonçalves Pereira
Data e local de nascimento: 26.12.1038, Salvador-BA
Data e local da morte: 20.10.1970, Rio de Janeiro-RJ
Baiano de Salvador, engenheiro elétrico, trabalhou na Petrobrás na Refinaria de Mataripe, sua primeira
prisão em Salvador em 1964 e nesse mesmo ano foi demitido. Casado, pai de quatro filhos. Após ser
libertado trabalhou na Companhia de Eletricidade da Bahia – Coelba.
Seqüestrado na Rua Conde de Bonfim, na Tijuca, Rio de Janeiro, em 20.10.1970, por agentes do DOICODI/RJ,
levado para o Batalhão de Polícia do Exército.
Em depoimento no Conselho de Justiça, o preso político Marco Antonio de Melo, confirmou a prisão de
Jorge no DOI CODI, Cecília Coimbra, psicóloga e fundadora do Grupo Tortura Nunca Mais do Rio de
Janeiro, presa no DOI CODI/RJ viu Jorge sendo levado para depoimento Mesmo assim o I Exército
oficiou a Auditoria da Aeronáutica, negando o fato.
Em novembro de 1972, sua mãe, senhora Rosa Leal Gonçalves Pereira, enviou uma carta, que não
obteve resposta à esposa do Presidente da República, senhora Scyla Médici, com o seguinte teor:
“Há dois anos meu filho Jorge foi preso na Guanabara. Jorge é casado, tem quatro filhinhos e eu, como
mãe e avó, venho lhe pedir para ter pena destas crianças que ainda tão pequenas estão privadas do seu
amor e do seu carinho. Os meninos têm 8,6 e 4 anos (…). E a menina está com 2 anos e meio, e esta não
conhece o pai. D. Scyla, perdoe-me tomar algum tempo seu para me ouvir, mas acho que não tenho
outra pessoa a quem me dirigir. Assim faço neste momento, lhe dirijo o pedido de uma mãe e avó à outra:
onde está Jorge?”.
Nos arquivos do DOPS/PR o nome de Jorge figura na gaveta com a identificação de “falecido”, o médico
cassado Amilcar Lobo em entrevista a revista Isto È, revela ter visto Jorge no DOI CODI/RJ. A sua morte e
de mais 11 desaparecidos foi confirmada por um general entrevistado pelo jornal Folha de S. Paulo, no
dia 28.01.1979, cujo nome não foi publicado. A sua morte, bem como, as circunstancias não foram
esclarecidas.
Seu caso foi o último episódio a confirmar a existência de uma verdadeira sentença de pena de morte
extrajudicial, decretada pelos órgãos de segurança para todos os banidos que retornassem ao Brasil.
MARIO ALVES DE SOUZA VIEIRA
Filiação: Julieta Alves de Souza Vieira e Raimundo Leal Vieira
Data e local de nascimento: 14.06.1923, Sento Sé-BA
Data e local da morte: 17.01.1970, Rio de Janeiro
Baiano de Sento Sé fez o curso secundário em Salvador, iniciou a militância política aos 16 anos,
fundadores da União dos Estudantes da Bahia, Formou-se em letras em Salvador e posteriormente
concluiu o curso de jornalismo.
Ingressa no PCB em 1945, integra o Comitê Estadual, e em 1957 é eleito para o Comitê Central. Em
seguida passa a residir no Rio de Janeiro, dirige os jornais Novos Rumos e Imprensa Popular. Preso em
julho de 1964, no Rio de Janeiro e libertado um ano depois por concessão de habeas corpus. Em 1966,
teve os direitos políticos cassados por 10 anos. Em 1968, deixa o PCB e funda o PCBR.
Em 16 de janeiro de 1970 foi preso pelo DOI CODI/RJ, e morreu no dia seguinte. Em depoimentos na
Auditoria do Exército, os presos políticos, Salatiel Teixeira Rolins e René Louis Laugery de Carvalho,
afirmam ter presenciado espancamentos ao jornalista Mario Alves e que veio a falecer em vista de brutal
espancamento que recebera e pela introdução em seu anus de um pedaço de madeira. Foi empalado
com um cassetete.
Sua esposa, Dilma Borges Vieira, em 29.09.1970, escreveu a Senhora Aparecida Gomide, esposa do
Cônsul Brasileiro, seqüestrado no Uruguai e diz o seguinte:
“Todos conhecem seu sofrimento, sua angustia. A imprensa falada e escrita focaliza diariamente o seu
drama. Mas do meu sofrimento, da minha angústia, ninguém fala. Choro sozinha. Não tenho os seus
recursos para me fazer ouvir, para dizer também que tenho o coração partido, que quero o meu marido
de volta. O seu marido está vivo, bem tratado, vai voltar. O meu foi trucidado, morto sob tortura, pelo I
Exército, foi executado sem processo, sem julgamento. Reclamo seu corpo. Nem a Comissão de Direitos
da Pessoa Humana me atendeu. Não sei o que fizeram dele, onde jogaram”.
Apesar das denúncias que cercaram as ilegalidades de sua prisão e assassinato, nada foi apurado. Sua
morte e as circunstancias nunca foram revelada.
STUART EDGAR ANGEL JONES
Filiação: Zuleika Angel Jones e Norman Angel Jones
Data e local de nascimento: 11.01.1945, Salvador-BA
Data e local do desaparecimento: 14.05.1971, Rio de Janeiro-RJ
Nasceu em salvador e cresceu no Rio de Janeiro. Apaixonado por esporte. Era estudante de economia na
Universidade Federal do Rio de Janeiro. Casado com Sonia Maria Lopes de Moraes, também morta em
1973 na Cidade de S. Paulo. Moravam na Tijuca.
Militante do MR 8, Stuart foi preso por agentes do CISA, por volta das 9 horas, do dia 14, na Avenida 28
de Setembro em Vila Izabel. O preso político, Alex Polari, esteve com ele naquela unidade da Aeronáutica
na Base Aérea do Galeão e descreve:
“Em um momento retiraram o capuz e pude vê-lo sendo espancado depois de descido do pau-de-arara.
Antes, à tarde, ouvi durante muito tempo um alvoroço no pátio do CISA. Havia barulho de carros sendo
ligados, acelerações, gritos e uma tosse constante de engasgo e pude notar que se sucediam sempre as
acelerações. Consegui com muito esforço olhar pela janela que ficava a uns dois metros do chão e me
deparei com algo difícil de esquecer: junto a um sem número de torturadores, oficiais e soldados, Stuart,
já com a pele esfolada, era arrastado de um lado para outro do pátio, amarrado a uma viatura e, de
quando em quando, obrigado, com a boca quase colada a uma descarga aberta, a aspirar gases tóxicos
que eram expelidos”.
No Relatório do Ministério da Marinha, enviado ao Ministro Maurício Correa em 1993, consta que Stuart
foi morto no Hospital Central do Exército, indicando a data incorreta de sua morte de 5 de janeiro de 1971.
Já o Relatório do Ministério da Aeronáutica, limita-se a informar: “neste órgão não há dados a respeito da
prisão e suposta morte de Stuart Edgar Angel Jones”. As circunstancias da morte de Stuart, e local de
sepultamento, nunca foram esclarecidas.
SERGIO LANDULFO FURTADO
Filiação: Diva Landulfo Furtado e George de Souza Furtado
Data e local de nascimento: 24.05.1951, Serrinha-Ba
Data e local do desaparecimento: 11.07.1972, Rio de Janeiro/RJ
Sergio nasceu na Cidade de Serrinha-Ba, estudou economia em Salvador na Universidade Federal da
Bahia, passou a viver na clandestinidade desde 1969, respondeu a diferentes processos, sendo julgado a
revelia.
Militante do MR 8, preso juntamente com outro companheiro, Paulo Costa Ribeiro Bastos, no bairro da
Urca, Rio de Janeiro, levados ao DOI CODI, sendo torturado e morto No mesmo dia da prisão, Sergio
havia telefonado à sua mãe para parabenizá-la pelo dia das mães. No dia 24.07 seus pais receberam a
notícia de que estava preso. Imediatamente se deslocaram para o Rio e constituíram o advogado Augusto
Sussekind, que impetrou habeas corpus junto ao STM. Nunca obtiveram notícias do seu paradeiro. Todos
os esforços para localizar Sergio foram envidados. Cartas a diversas autoridades e ao Presidente da
República Emílio Garrastazu Médici, foram enviadas, solicitando informações, porém não receberam
respostas.
Denúncias sobre a prisão de Sergio, feitas nas auditorias militares, por vários presos políticos: Paulo
Roberto Jabour, Nelson Rodrigues Filho, Manoel Henrique Ferreira e Zaqueu José Bento. Em 1978 o
Ministro do STM, general Otávio Jordão requereu ao Tribunal que fosse investigado o desaparecimento
de Sergio, mas nada foi apurado.
As circunstancia de sua morte e local de sepultamento, nunca foram informados.
WALTER RIBEIRO NOVAES
Filiação: Maria Rosalinda Ribeiro e Arlindo Ribeiro Novaes
Data e local de nascimento: 01.08.1939, Estado da Bahia
Data e local do desaparecimento: 12.07.1971, Rio de Janeiro/RJ
Baiano de nascimento trabalhava como salva-vidas do Serviço de Salvamento Marítimo do Rio de
Janeiro, na praia de Copacabana. Era casado e tinha dois filhos.
Preso em 13.06.1970, libertado após dois meses, passando a viver na clandestinidade. A segunda prisão
ocorreu em 12.07.1971, às 18h30min, no bairro da Penha, Rio de Janeiro. Os presos políticos, Alex Polari
de Alverga e Lúcia Maurício de Alverga, em depoimentos prestados a Justiça Militar denunciam os
agentes do DOI CODI/RJ, disseram que Walter estava morto, após ter sido torturado naquele órgão.
Inês Etiene, presa política, em seu relatório afirma no período em que esteve seqüestrada no sítio
clandestino em Petrópolis/RJ em julho de 1971, viu um militante que pensa ser Walter Ribeiro Novaes. O
carcereiro “Marcio” lhe afirmou que o tinha matado. Agregou que, no período calculado por ela entre 8 e
14 de julho, houve uma ruidosa comemoração dos carcereiros em virtude de sua morte.
As circunstancias da morte, bem como, o local de sepultamento, nunca foram informados.
VITORINO ALVES MOITINHO
Filiação: Yolinda Alves Moitinho e Izaú Lopes Moitinho
Data e local de nascimento: 03.01.1949, Poções-Ba
Data e local da morte: 27.10.1973, Rio de Janeiro-RJ
Vitorino era militante do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário – PCBR trabalhou como bancário e
operário. Respondeu a alguns processos por sua militância política, sendo preso pelo mesmo motivo e
depois passou a viver na clandestinidade. O Relatório do Ministério da Marinha, de 1993, registra que
ele “teria morrido juntamente com outros subversivos, durante operação não definida”. Não há
confirmação da sua morte no Relatório do Ministério do Exército, mas o da Aeronáutica afirma que
Vitorino foi “morto em 27.10.1973, em tiroteio com elementos dos órgãos de segurança da Guanabara,
juntamente com outros três militantes do PCBR”.
Uma verdadeira cena foi montada na Praça Sentinela em Jacarepaguá, para legalização das execuções.
Vitorino e outros três companheiros apareceram totalmente carbonizados dentro de um Volkswagen. No
dia 29.10.1973, a imprensa carioca apenas noticiou a morte de dois casais em Jacarepaguá. O Jornal do
Brasil estampou. “Polícia especula, mas nada sabe ainda sobre os casais executados em Jacarepaguá”.
Enquanto o Jornal O Globo noticiou. “Metralhados dois casais em Jacarepaguá”.
JOÃO CARLOS CAVALCANTE REIS
Filiação: Helena Cavalcante Reis e João Viveiros Reis
Data e local de nascimento: 08.08.1945, Salvador-Ba
Data e local da morte: 30.10.1972, São Paulo
João Carlos cursava o quinto ano na Faculdade de Engenharia Mackenzie, em São Paulo, quando se
vinculou a Aliança Libertadora Nacional-ALN.
Saiu do país após a onda de prisões que atingiu a organização. Retornou clandestinamente ao Brasil, já
como militante do Movimento de Libertação Popular-MOLIPO. Foi morto no bairro de Vila Carrão, na
capital paulista no dia 30.10.1972. O caixão funerário, lacrado e soldado foi entregue a família, com o
compromisso de não pedir a exumação do corpo. Os legistas Isaac Abromovitc e Orlando Brandão
assinaram o óbito como causa da morte, lesões traumáticas crânio encefálica.
JOÃO BISPO DE JESUS
Filiação: Maria Silvina de Jesus e José Simião de Jesus
Data e local de nascimento: 04.01.1931 – Santo Antonio de Jesus-BA
Organização política ou atividade: militar
Data do desaparecimento: não definida
O requerimento da esposa de João Bispo Sra. Zenira dos Santos, informa a Comissão sobre Mortos e
Desaparecidos Políticos, que não tem exatidão do dia e horas da sua prisão, que foi preso junto com seu
pai no mês de julho de 1964.Ssegundo a informação que a mesma presta o fato ocorreu em Nova IguaçuRJ,
onde Bispo era cabo da Marinha do Brasil e desenvolvia atividades contra o regime militar. Encontrase
desaparecido até os dias atuais. O Processo foi arquivado por falta de maiores informações,
principalmente da Marinha.
BAIANOS DESAPARECIDOS NO ESTADO DO PARÁ – ARAGUAIA
ANTONIO CARLOS MONTEIRO TEIXERA
Filiação: Luiza Monteiro Teixeira e Gerson da Silva Teixeira
Data e local d nascimento: 22.08.1944, Ilhéus-Ba
Data e local do desaparecimento: 21 ou 29.09.1972, Pará
Baiano, geólogo, formado pela Universidade Federal da Bahia, casado com sua colega Dinalva Oliveira
Teixeira.
Os relatórios dos três ministérios militares não fazem nenhuma menção à data da morte, bem como, as
circunstancias. No Relatório Arroyo está registrado: “Antonio foi gravemente ferido e levado para São
Geraldo-Pa, onde foi torturado e assassinado. Segundo relato de moradores seu corpo foi enterrado
clandestinamente no cemitério de Xambioá-To.
DINAELZA SANTANA COQUEIRO
Filiação: Junília Soares Santana e Antonio Pereira de Santana
Data e local de nascimento: 22.03.1949, Vitória da Conquista-Ba
Data e local do desaparecimento: 08.04.1974, Pará
Dinaelza estudou na Cidade de Jequié-Ba, no Instituto Educacional Régis Pacheco e em 1969, foi
aprovada no vestibular, cursou geografia na Universidade Católica de Salvador. Trabalhou até 1971, na
Empresa Aérea Sadia, depois Transbrasil, mas, diante da perseguição política, teve que abandonar o
trabalho e a partir daí passa a viver na clandestinidade, juntamente com o seu marido Vandick Reidner
Pereira Coqueiro, também desaparecido.. Na época, participou ativamente do movimento estudantil, foi
eleita para a Comissão Executiva Pró Diretório Acadêmico Estudantil, e foi uma das fundadoras do
Diretório Acadêmico de Geografia-Ucsal.
Perseguida e com muitos companheiros já presos em Salvador, resolve sair do Estado da Bahia em 1971,
e viver no Sul do Pará, onde, juntamente com o marido e outros companheiros do PC do B, decidiram
resistir à ditadura militar, integrando o Destacamento B da região denominada Gameleira.
No relatório do Ministério do Exército, apresentado9 em 1993, ao Ministro da Justiça Maurício Corrêa,
consta que, “usava os codinomes Dinorá e Mariadina e que sua carteira de identidade havia sido
apreendida em um aparelho do PC do B”. Já o relatório do Ministério da Marinha, do mesmo ano, registra
que “Dinaelza foi morta em 08 de abril de 1974, (…) relacionada entre os que estiveram ligados a tentativa
de implantação de guerrilha rural, levada a efeito pelo Comitê Central do PC do B, em Xambioá. Segundo
moradores de Xambioá, Dinaelza foi capturada por forças do Exército. As circunstâncias da sua morte,
bem como a localização dos vestígios físicos, permanecem no mais absoluto segredo, por parte das
Forças Armadas.
DINALVA OLIVEIRA TEIXEIRA
Filiação: Elza Conceição Bastos e Viriato Augusto de Oliveira
Data e local de nascimento: 16.05.1945, Castro Alves-Ba
Data do desaparecimento: julho de 1974
Dinalva estudou no município de Argoim-Ba e mudou-se para a Cidade de Salvador, cursou o ginasial no
Instituto de Educação Isaías Alves, e formou-se em geologia pela Universidade Federal da Bahia-Ufba,
em 1968. Em 1969 casa-se com Antonio Carlos Monteiro Teixeira, seu colega de turma, também do PC
do B, e desaparecido. No mesmo ano foram residir no Rio de Janeiro, e ambos trabalharam como
geólogos no Departamento Nacional de Produção Mineral, do Ministério de Minas e Energia.
Não sendo mais possível a sua permanência no Rio, em maio de 1970, foram deslocados para a região
do Araguaia, integrando o Destacamento C, da região dos Caianos, no Sul do Pará. O Relatório da
Marinha, apresentado ao Ministro da Justiça, Maurício Corrêa, assim descreve a atuação de Dina no
início de 1973. “entre os dias 30 JAN e 02 FEV/73, acompanhada por outros elementos, percorreu várias
casas de caboclos da região de pau preto, onde foi comprado arroz e distribuído um manifesto do PC do
B, prometendo aos elementos da região que após a derrubada do governo seriam instalados na mata
escolas e hospitais.
Na ocasião foi notado que o grupo de Dina portava arama semelhante às usadas pelo Exército, e que a
mesma portava uma atravessada no peito que aparentava ser automática. A Dina comentou que o grupo
estava preparando para vingar os companheiros mortos durante as operações militares ocorridas em
SET/72”. E o relatório conclui a data de sua morte. “JUL/74, teria sido morta em Xambioá. As
circunstâncias da sua morte, bem como a localização dos vestígios físicos, permanecem no mais absoluto
segredo, por parte das Forças Armadas.
DERMEVAL DA SILVA PEREIRA
Filiação: Francisca das Chagas pereira e Carlos gentil Pereira
Data e local de nascimento: 16.02.1945, Salvador-Ba
Data do desaparecimento: entre janeiro e 28.03.1974
Dermeval fez o curso secundário no Colégio Estadual da Bahia, ingressou na Faculdade de Direito/UFBA,
onde foi diretor do Centro Acadêmico. Em 1969 foi expulso através do Decreto 477.
Conseguiu ingressar no curso de direito da Universidade Católica de Salvador-Ucsal, concluiu o curso e
foi trabalhar como advogado. Em 1971, por sua atividade política foi condenado à revelia pela Auditoria
Militar de Salvador. Depois disto, já militando no PC do B, foi viver clandestinamente na região do
Araguaia, na localidade chamada de Faveira, integrando o destacamento A da guerrilha, onde era
conhecido por João Araguaia.
Segundo relato de camponeses aos procuradores federais, Marlon Weichet, Guilherme Schelb, Ubiratan
Gazeta e Felício Pontes, Dermeval foi visto preso e posteriormente executado no DNER de Marabá e seu
corpo sepultado no mesmo local. As circunstâncias da sua morte, bem como a localização dos vestígios
físicos, permanecem no mais absoluto segredo, por parte das Forças Armadas.
JOSÉ LIMA PIAUHY DOURADO
Filiação: Anita Lima Piauhy Dourado e Pedro Piauhy Dourado
Data e local de nascimento: 24.03.1946, Barreiras-Ba
Data do desaparecimento: 24 ou 25.01.1974
Baiano de Barreiras estudou no Colégio Padre Antonio Vieira, e mudou-se para Salvador, juntamente com
a família em 1960, e cursou a Escola Técnica Federal da Bahia e trabalhava na Rede de Televisão Itapoã.
Em 1968, participa ativamente do movimento estudantil, já integrante do Partido Comunista do Brasil,
mesmo partido do seu irmão Nelson. Em 1971, já na clandestinidade, se desloca para a região do
Araguaia, morando inicialmente próximo a transamazônica. Integrou o Destacamento A da guerrilha e
pertenceu a guarda da comissão militar.
Consta no Relatório da Marinha, apresentado em 1993, ao Ministro da Justiça, Maurício Corrêa, uma
anotação de novembro de 1974, informando que teria sido morto em 24 de janeiro daquele ano. As
circunstâncias da sua morte, bem como a localização dos vestígios físicos, permanecem no mais absoluto
segredo, por parte das Forças Armadas.
MAURÍCIO GRABOIS
Filiação: Dora Grabois e Agostim Grabois
Data e local de nascimento: 02.10.1912, Salvador-Ba
Data e local do desaparecimento: 25.12.1973
Filho de uma família humilde de judeus russos. Em 1925 ingressou no Ginásio da Bahia e se formou em
1929, sendo colega de Carlos Marighella. Em 1935, engajou-se nas ações desenvolvidas pela Aliança
Nacional Libertadora – ANL. Maurício desapareceu no Araguaia. Durante o estado Novo, (1937-1942) foi
condenado à revelia em Minas Gerais. No Início de 1941 foi preso no Rio de Janeiro. Libertado nos
primeiros meses de 1942, integrou a comissão que preparou a Conferência da Mantiqueira. Foi membro
do Comitê Central do PCB e nas eleições de 1945, se elegeu a Assembléia Nacional Constituinte pelo
antigo Distrito Federal, designado a liderança da bancada comunista. Viveu esta legalidade até
07.05.1947, quando teve o seu mandato cassado.
Divergindo da orientação política do partido, em 1962, juntamente a outros camaradas, rompe com o
PCB, que nesse período tinha trocado a denominação de Partido Comunista do Brasil, por Partido
Comunista Brasileiro. Um dos fundadores do PC do B, que retoma a denominação anterior, considerando
esse ato como sendo uma reorganização do partido fundado em 1922.
Após abril de 1964, passa a viver novamente na clandestinidade por força do AI-2, teve seus direitos
políticos cassados, condenado em vários processos na Justiça Militar, nas Auditorias do Rio de Janeiro, a
penas que ultrapassava 14 anos. Na clandestinidade vai residir na região do Araguaia, na localidade
conhecida como Faveira. Há registros de sua chegada a região no dia de Natal d e1967.
Maurício era casado com Alzira da Costa Reys, com que teve dois filhos: André Grabois, desaparecido e
Victoria Olimpio Grabois, casada com Gilberto Olimpio Maria, também desaparecido no Araguaia. Em
17.10.1982 o Jornal Estado de São Paulo, publicou que Maurício morreu com um tiro de Fal na cabeça,
que lhe arrancou o cérebro e outro na perna que provocou fratura externa. O colunista Carlos Castelo
Branco escreveu no Jornal do Brasil, que ouviu do general Hugo de Abreu a informação de que Maurício
Grabois estava enterrado na Serra das Andorinhas. O Relatório do Ministério da Marinha, de 1993,
confirma que Maurício foi morto em 25.12.1973. As circunstâncias da sua morte, bem como a localização
dos vestígios físicos, permanecem no mais absoluto segredo, por parte das Forças Armadas.
NELSON LIMA PIAUHY DOURADO
Filiação: Anita Lima Piauhy Dourado e Pedro Piauhy Dourado
Data e local de nascimento: Jacobina-Ba
Data do desaparecimento: 02.01.1974
Nelson fez o curso primário em jacobina e cursou o científico já residindo em Salvador. Funcionário da
Petrobrás trabalhou na Refinaria Landulfo Alves em Mataripe. Desempenhou atividade sindical e em 1964
foi preso e demitido do emprego. Era militante do PC do B e a partir de 1967, passou a atuar na
clandestinidade. Antes de ir residir na localidade da Metade no Pará, morou no norte de Goiás, tendo
estabelecido uma farmácia em Augustinópolis, hoje Estado do Tocantins. Integrante do Destacamento A,
ficou conhecido na região do Araguaia por Nelito, nesta mesma região, casou-se com Jana Moroni
Barroso, também desaparecida. O Relatório do Ministério do Exército, apresentado em 1993, ao Ministro
da Justiça Maurício Corrêa, informa que Nelson viajou para a China em 13.09.1968. “onde realizou curso
de guerrilha na Escola Militar de Pequim”. Em contradição com esse registro, um documento do SNI,
informa que a viagem à China ocorreu 26.01.1967.
Em 1974, os agentes do DOPS de Salvador, invadiram a casa do irmão de Nelson, apoderando-se de
uma carta onde o seu companheiro de guerrilha informava a sua morte. A polícia política do regime militar
tentava não deixar qualquer prova da existência de combates na região do Araguaia. Seu irmão: José
Lima Piauhy Dourado, também desaparecido no Araguaia, na mesma época. O Relatório do Ministério da
Marinha, apresentado ao Ministro da Justiça, Maurício Corrêa, apenas oficializou a informação de que
Nelson foi “morto em 02.01.1974. As circunstâncias da sua morte, bem como a localização dos vestígios
físicos, permanecem no mais absoluto segredo, por parte das Forças Armadas.
ROSALINDO SOUZA
Filiação: Lindaura Correia Silva e Rosalvo Cipriano Souza
Data e local de nascimento: 02.01.1940, Caldeirão Grande-Ba
Data do desaparecimento: entre 16.08 e setembro de 1972
De Caldeirão Grande, Rosalindo com sua família muda-se para a Cidade de Itapetinga-Ba, onde concluiu
o curso ginasial. Já em Salvador, interrompeu os estudos para ingressar no Exército, fez curso de cabo e
sargento, dando baixa em 1960.
Trabalho em 1961, como diretor da secretaria da Câmara Municipal de Itapetinga. Retornando a Salvador,
é aprovado no curso de direito da UFBA, e trabalha na mesma época como escriturário do Instituto de
Aposentadoria e Pensão dos Comerciários. Cinco anos depois, já militante do PC do B, foi eleito
presidente do Diretório Acadêmico Rui Barbosa, Faculdade de Direito da UFBA, quando teve início a sua
perseguição política.
Após o AI -05 foi impedido de matricular-se e mudou-se pára o Rio de Janeiro em 1969, onde concluiu o
curso de direito na Faculdade Cândido Mendes, se inscreveu na OAB em 31.03.1970. Retornou a
Itapetinga, montou um escritório de advocacia. No ano seguinte foi denunciado a Justiça Militar e julgado
a revelia no dia 13.05.1971, sendo condenado a dois anos e dois meses de prisão. Dias antes do
julgamento, em 22.04.1971, viajou pára o Araguaia e foi morar na região dos Caianos, integrou o
Destacamento C da guerrilha e era conhecido como Mundico.
O relatório do Ministério do Exército, entregue ao Ministro da Justiça, Dr. Maurício Corrêa, em 1993,
consta que Rosalindo “teria sido morto no dia 06 de agosto de 1973, em combate com a s forças de
segurança”. Já o Relatório da Marinha, do mesmo ano, também marca setembro. “relacionado entre os
que estiveram ligados a tentativa de implantação de guerrilha rural, levada a efeito pelo Comitê Central do
PC do B, em Xambioá. Morto em setembro de 74”. As circunstâncias da sua morte, bem como a
localização dos vestígios físicos, permanecem no mais absoluto segredo, por parte das Forças Armadas.
VANDICK REIDNER PEREIRA COQUEIRO
Filiação: Elza Pereira Coqueiro e Arnóbio Santos Coqueiro
Data e local de nascimento: 09.12.1949, Boa Nova-Ba
Data do desaparecimento: 17.01 ou setembro de 1974
Vandick estudou em Jequié no Colégio Régis Pacheco. Naquela cidade participou de um grupo de
estudos, juntamente com outras duas guerrilheiras do Araguaia, sua futura esposa Dinaelza, também
desaparecida e Luzia, presa na região do Araguaia em 19972. Mais tarde, vai residir em Salvador e é
aprovado no vestibular da UFBA, no curso de economia. Nesta cidade, Integrava o Comitê estudantil do
PC do B, quando em 1970 foi eleito para o DCE da Universidade. Era professor de história. Em 1971, ele
e Dinaelza Santana Coqueiro, diante do quadro de perseguição, foram juntos morar na região do
Araguaia no Gameleira, integrou o Destacamento B, onde ficou conhecido como João Goiano.
Consta no Relatório da Marinha, apresentado em 1993, ao Ministro da Justiça Maurício Corrêa, registra
apenas: “morto em 17.01.1974, pela equipe C 11. As circunstâncias da sua morte, bem como a
localização dos vestígios físicos, permanecem no mais absoluto segredo, por parte das Forças Armadas.
UIRASSU ASSIS BATISTA
Filiação: Aidinalva Dantas Batista e Francisco de Assis Batista
Data e local de nascimento: 05.04.1952, Itapicuru-Ba
Data do desaparecimento: entre janeiro e 21.04.1974
Uirassu, o mais jovem entre todos os militantes do PC do B, deslocado para a região do Araguaia.
Estudou o curso primário no interior do Estado, transferindo-se para Salvador, onde concluiu o científico,
participando ativamente do movimento estudantil, integra a diretoria da Associação Baiana dos
Estudantes Secundarista – ABES. Foi aprovado no vestibular da UFBA, no curso de advocacia. Em
fevereiro de 1971, procurado pela polícia federal, resolve viver na clandestinidade.
Foi residir na localidade da Metade, no Araguaia, pertencia ao Destacamento A das Forças Guerrilheiras e
usava o nome de Valdir.
O Relatório do Ministério da Marinha, de 1993, registra que Valdir “foi morto em janeiro de 74,
contrariando os muitos depoimentos já colhidos e transcritos em livros de vários autores. Em matéria
publicada no Jornal o Globo em 29.04.1996, “nas 54 fichas individuais, nas quais os arapongas do
Exército concentravam os dados sobre os suspeitos de integrar a guerrilha, a informação de que Uirassu
Assis Batista havia sido morto em 11 de janeiro – em Brejo Grande, próximo a Transamazônica – pela
equipe A 1, foi riscada de caneta”. As circunstâncias da sua morte, bem como a localização dos vestígios
físicos, permanecem no mais absoluto segredo, por parte das Forças Armadas.
BAIANOS MORTOS NO ESTADO DA BAHIA E EM SALVADOR
JOÃO LEONARDO DA SILVA ROCHA
Filiação: Maria Nathália da Silva Rocha e Mario Rocha
Data e local do nascimento: 04.08.1939, Salvador-Ba
Data e local do desaparecimento: Junho de 1975 – Bahia
Estudou o segundo grau no Colégio Marista em Salvador, aprovado no concurso para o Banco do Brasil,
onde trabalhou na Cidade de Alagoinhas-BA, professor de português e latim em Colégio da mesma
cidade.
Em 1962 mudou-se para São Paulo e continuou como funcionário no Banco do Brasil, lecionava as
mesmas aulas na região do ABC Paulista, aprovado no vestibular da Faculdade de Direito do Largo São
Francisco –USP, engajado na militância política, atuou como diretor da Casa do Estudante localizada na
Av. São João que abrigava estudantes daquela faculdade.
Como estudante de direito já fazia parte dos quadros do partido comunista, no último ano de direito era
membro da Aliança Libertadora Nacional – ALN, (agrupamento comunista de São Paulo) quando foi preso
pelo DOPS no final de janeiro d e1969.
Em setembro de 1969, foi posto em liberdade junto a 15 presos e banidos do país, indo para o Mexico e
posteriormente para Cuba, onde realizou treinamentos militares.
João Leonardo retorna ao Brasil em 1971, e vai residir em São Vicente-Pe. Posteriormente, na
clandestinidade mora em vários locais, por último, em busca de trabalho para sobreviver mudou-se para o
interior da Bahia, onde terminaria sendo localizado e morto em junho de 1975.
Num choque com policiais que, ainda hoje, é recoberto por densa camada de mistério e informações
desencontradas, foi executado por agentes da polícia militar da Bahia em Palmas de Monte Alto, entre
Malhada e Guanambi, no sertão baiano, divisa entre Bahia e Minas.
JOSÉ CAMPOS BARRETO
Filiação: Adelaide Campos Barreto e José de Araújo Barreto
Data e local de nascimento: 02.10.1946, Bahia
Data e local da morte: 17.09.1971, Brotas de Macaúbas-Ba
José Campos Barreto era o mais velho de uma família de sete filhos de José e Adelaide. Seu pai, José de
Araújo Barreto, era muito querido e respeitado na cidade, educava os filhos com rigor, trazia e hospedava
em sua casa professora para as crianças do vilarejo.
Em 28.08.1971, os agentes da chamada Operação Pajuçara, sob o comando do DOI CODI da 6ª Região
Militar, invadiram o povoado de Buriti Cristalino, município de Brotas de Macaúbas. Na casa de Zequinha,
como era conhecido mataram um de seus irmãos Otoniel, feriram a bala e prenderam o outro, Olderico.
Seu pai, de 65 anos, foi torturado durante dias.
Zequinha e Lamarca se encontravam escondidos na mata da caatinga. Consta no relatório da Operação
Pajuçara, “foi fácil e rápido de exterminá-los: Zequinha despertou com o barulho da aproximação dos
agentes e acordou Lamarca. Tentou correr, mas foi metralhado por um soldado, gritando antes de cair
morto: Abaixo a ditadura! Os agentes estabeleceram um pequeno diálogo com Lamarca, já ferido e logo
depois o executaram com rajadas”.
Seu corpo foi levado para Brotas de Macaúbas e jogados no campo de futebol da cidade para apreciação
da população. O seu corpo foi colocado em um helicóptero e transportado para Salvador. A família ainda
tentou localizar, mas ficou sem qualquer informação sobre o local aonde poderia estar enterrado. Jamais
conseguiu seu atestado de óbito.
LUIS ANTONIO SANTA BÁRBARA
Filiação: Maria Ferreira Santa Bárbara e Deraldino Santa Barbara
Data e local de nascimento: 08.12.1946, Inhambupe-Ba
Data e local da morte: 28.08.1971, Brotas de Macaúbas
Nascido de uma família pobre, Luiz Antonio estudou no Colégio Municipal Joselito Amorim em Feira de
Santana, onde presidiu o Grêmio Estudantil. Trabalhou na gazeta do Povo, onde começou sua militância
política. Em 1969, já na clandestinidade, depois de passar pela sua primeira prisão na onda repressiva
que se seguiu ao AI 5, foi o primeiro militante do MR -8 a ser deslocado para aquela região. Chegou em
Brotas do Cristalino como o professor Roberto. Hospedou-se na casa de Otoniel, Zequinha, Olderico e
trabalhava diariamente com essa família na roça.
A Operação Pajuçara foi organizada com o objetivo de capturar Lamarca e seu grupo, conforme consta
em documentos oficiais. Dela chegaram a participar 215 pessoas, escolhidas a dedo, entre integrantes da
Marinha, Aeronáutica, Polícia Federal, Polícia Militar da Bahia, DOPS de São Paulo, CODI/6 e 19 BC,
conforme descreve o relatório elaborado pelo IV Exército. Todos os seus integrantes atuaram a paisana. A
Companhia de Mineração de Boquira forneceu avião, carros e funcionários para que a ação pudesse ser
mantida em sigilo. Também colaborou a empresa Transminas.
O cadáver de Luiz Santa Bárbara, sepultado no mesmo local da morte foi inumado no dia seguinte e
seguiu para Salvador. A sua mãe foi comunicada, esteve no cemitério do Campo Santo na mesma cidade,
porém não lhe permitiram olhar. O caixão estava lacrado. Ela não sabe informar o local do sepultamento.
NILDA CARVALHO CUNHA
Filiação: Esmeraldina Carvalho Cunha e Tibúrcio Alves Cunha Filho
Data e local de nascimento: 05.07.1954, Feira de Santana-Ba
Data e local da morte: 14.11.1971, Salvador-Ba
Aos 17 anos de idade, Nilda foi presa na madrugada de 19 para 20 de agosto de 1971, no apartamento
onde morreu Iara Iavelberg. Foi levada para o Quartel do Barbalho e, depois para a Base Aérea de
Salvador. Liberada no início de novembro, profundamente debilitada em conseqüência das torturas
sofridas e morreu no dia 14 do mesmo mês, com sintomas de cegueira e asfixia. Fazia o curso secundário
e trabalhava como bancária, quando passou a militar no MR 8 e viver com Jaileno Sampaio, também
ferido a bala e preso.
No dia 04 de novembro, Nilda foi internada na Clínica Amep em Salvador, conforme prescrição do seu
médico, Dr Eduardo Saback. No mesmo dia, os enfermeiros tentaram evitar a entrada do major Nilton de
Albuquerque Cerqueira em seu quarto de hospital, mas não conseguiram. Na presença da mãe, ele
ameaçou Nilda, disse que parasse com suas frescuras, senão voltaria para o lugar que sabia bem qual
era. O estado de Nilda se agravou, sendo transferida para o Sanatório Bahia, onde faleceu no dia
14.11.1971. No seu prontuário constava que não comia, via pessoas dentro do quarto, sempre homens,
soldados, e repetia incessantemente que ia morrer, que estava ficando roxa. A causa da morte nunca foi
conhecida, o atestado de óbito diz: edema cerebral a esclarecer.
Sua mãe, a Sra. Esmeraldina denunciou a morte da filha como conseqüência das torturas, foi encontrada
morta em sua casa, cerca de um ano depois.
OTONIEL CAMPOS BARRETO
Filiação: Adelaide Campos Barreto e José de Araújo Barreto
Data e local de nascimento: 11.04.1951, Brotas de Macaúbas-Ba
Nascido no sertão baiano, Otoniel era camponês, irmão de José Campos Barreto, também morto na
Operação Pajuçara. Na mesma Operação em Buriti, também foram presos um terceiro irmão, Olderico,
baleado no rosto, bem como seu pai, José de Araújo Barreto de 65 anos, que foi barbaramente torturado.
No depoimento, Olderico, diz: que Otoniel foi despido, permanecendo apenas de calção e que na sua
calça, deixada nas proximidades, havia uma arma de fogo, fato não percebido pelos agentes. Levaram o
pai para o barracão, onde o velho foi pendurado em uma corda, de cabeça para baixo e, com socos,
golpes de arma e ameaças de morte, exigiam saber o paradeiro do seu filho Zequinha. Do lado de fora,
Otoniel em desespero pelos gritos do pai, alcançou a arma, deu um disparo e saiu correndo, tendo sido
atingido. Olderico declara ainda que, enquanto era novamente espancado, um policial disse, referindo-se
ao irmão morto: “isso é para ver o que acontece com quem foge”.
O seu corpo teve o mesmo destino de Zequinha: foi colocado em um helicóptero e transportado para
Salvador. A família ainda tentou localizar, mas ficou sem qualquer informação sobre o local aonde poderia
estar enterrado. Jamais conseguiu seu atestado de óbito.
PEDRO DOMIENSE DE OLIVEIRA
Filiação: Januária Domiense de Oliveira e João Fagundes de Oliveira
Data e local de nascimento: 14.05.1921, Salvador-Ba
Data e local da morte: 07 ou 09.05.1964, Salvador-Ba
Funcionário público, casado com Maria de Lourdes Santana Domiense de Oliveira, com quem teve 03
filhos. Foi presidente da Associação dos Posseiros de Amaralina, da Sede Beneficiente de Ubaranas e
das Classes Fardadas do Departamento de Correios e Telégrafos de Salvador. Estudou no Colégio
Central da Bahia e antes de concluir o curso de bacharel em ciências e letras, abandonou por conta das
perseguições políticas. Era militante do PCB e trabalhava no Jornal O Momento. Em 1950, ingressou no
Departamento de Correios e Telégrafos.
Foi preso no dia 04.05.1964 na sede dos correios, em Salvador. No dia 06.05.1964, um vendedor
ambulante comunica a Sra. Maria de Lourdes, que ao passar nas imediações da base aérea, no local
conhecido como Santo Amaro havia visto o Sr. Pedro Domiense quase morto. Maria se dirigiu ao local e
levou o marido a base aérea que imediatamente o encaminhou a 6ª Região Militar. Chegando lá, o
coronel Maurino mandou levá-la em um carro, acompanhado por soldados, até o pronto socorro Getúlio
Vargas. No dia 07 de maio de 1964, o Sr. Pedro Domiense de Oliveira faleceu. Consta como causa
mortis, “intoxicação aguda exógena” assinada pelo legista Edgard dos Passos Marques.
PÉRICLES GUSMÃO RÉGIS
Filiação: Laudicéia Gusmão de Freitas Silva e Adalberto Régis Keler Silva
Data e local de nascimento: 05.12.1925, Vitória da Conquista-Ba
Data e local da morte: 12.05.1964, Vitória da Conquista-Ba
Casado, pai de quatro filhos, quando da sua morte, a esposa estava no sétimo mês de gravidez. Péricles
era vereador na Cidade de Vitória da Conquista, eleito pelo partido Movimento Trabalhista Renovador –
MTR, Foi preso no Quartel da Polícia Militar (9º BPM/VC) em 06.05.1964, junto com prefeito Pedral
Sampaio e várias outras pessoas. O vereador era líder do prefeito na Câmara.
Péricles foi detido por ordem do Comandante do 19º Batalhão de Caçadores do Exército para responder a
IPM, presidido pelo capitão Antonio Bandoqui, em razão de “crime contra a segurança nacional” No
inquérito consta que: “Depois de prolongado interrogatório, realizado em dependência daquele quartel,
(…) Péricles (…) foi reconduzido a sua cela, onde foi encontrado morto em 12.05.1964”. Na verdade o
vereador foi interrogado ininterruptamente das 07 horas do dia 11 de maio, às 2 horas do dia seguinte.
Em depoimento do radialista Gilson Moura Silva, afirma que ficou na mesma cela até mais de meia noite
do dia 11.05.1964, quando chegaram dois soldados trazendo Péricles, que, segundo ele “terminara seu
longo e tenso interrogatório”. Gilson recebeu ordens para sair da cela para que o vereador ficasse
sozinho. “Perícles estava muito deprimido, semblante carregado, diferente daquele que eu encontrara
dias atrás. (…) Mais tarde vimos passar o Dr. Hugo de Castro Lima. Horas depois é o próprio Hugo que
nos dá a pavorosa notícia da morte de Péricles. Ele não suportara a tortura mental que sofrera.
ESMERALDINA CARVALHO CUNHA
Data e local de nascimento: 01.04.1922, Araci-Ba
Data e local da morte: 20.10.1972
Esmeraldina foi encontrada morta na sala de sua casa, em Salvador, no dia 20.10.1972, aos 49 anos. O
corpo foi encontrado pendurado num fio de máquina de costura elétrica. Era a mãe de Nilda Carvalho
Cunha, já morta pela Operação Pajuçara.
Inconformada com a prisão da filha, Esmeraldina revirou a Bahia. Procurava os comandantes militares, o
juiz de menores, advogados, tentava romper a incomunicabilidade imposta pelo regime. Só conseguiu vêla
tempos depois, na Base Aérea de Salvador. Encontrou a filha em estado lastimável pelas torturas.
Esmeraldina enfrentou o Major Nilton de Albuquerque Cerqueira, um dos carcereiros da filha. Da primeira
vez, o major tentou impor como condição para a soltura de Nilda, que a mãe voltasse a viver com o exmarido,
o que não concretizou e quase impediu a liberdade da filha. Da segunda vez o major esteve no
quarto de hospital em que Nilda, já em liberdade, estava internada. Sua presença e ameaças de retorno à
prisão, agravaram o estado de Nilda, que veio a óbito dias depois, em circunstâncias nunca esclarecidas.
Em certa ocasião quando bradava pelas Ruas a morte de Nilda, Esmeraldina foi detida pela Rádio
Patrulha, levada a Secretaria de Segurança Pública e liberada, por intervenção de uma amiga que vira
chegar presa. Recebeu tempos depois a visita de um estranho que lhe levara um recado dizendo: “o
major mandou avisar à senhora que se não se calar, nós seremos obrigados a fazê-lo”. Mas esmeraldina
não se intimidou e não se calou – as praças de Salvador acolhiam sua angústia e suas denúncias.
INOCÊNCIO PEREIRA ALVES
Filiação: Cecília Pereira Valle e Hermenegildo Pereira Valle
Data e local do nascimento: Feira de Santana-Ba
Data e local da morte: 1967, Albergue Irmã Dulce, Salvador-Ba
Militante político do PCB desde 1945. Fundador do Sindicato dos Alfaiates em Feira de Santana, preso
em março de 1964 pelo Batalhão da Polícia Militar de Feira de Santana, levado para Salvador, passou por
vários quartéis. Quando preso sua família não obteve permissão para visitá-lo. Condenado cumpriu pena
e depois foi colocado em liberdade. Seu estado de saúde era precário. Saiu da prisão com tuberculose e,
urinava sangue. Nenhum hospital aceitava o ex-preso político, só o Albergue Santo Antonio o fez, apesar
de seu funcionamento ainda ser fraco Os médicos que mantinham um atendimento de forma gratuita o
faziam em atenção ao trabalho da irmã Dulce para com os indigentes.
Inocêncio morre no referido Albergue e foi enterrado como indigente. Provavelmente, segundo parecer
médico legista, provenientes das torturas sofridas quando preso.
Se o coiso ganhar, adeus licença maternidade.
O Temer entregou o pré-sal de ,ão beijada. E o nióbio também terá o mesmo fim?
Para quem não sabe o Brasil possui 98% de toda a reserva mundial de nióbio.
Eu fico me perguntando: como pode um trabalhador votar em alguém que é
contrário aos seus direitos? É complexo de vira-lata ou loucura mesmo?
ENTÃO, SE VOCẼ NÃO GOSTA DO PT, MAS ACREDITA EM TUDO QUE O BOLSONARO DIZ QUE VAI FAZER,
É MELHOR VOTAR NO 13.
Se foi torturado, tava fazendo merda. Não conheço ninguém que estava com sua família ter sido torturado. Somente vagabundos e desocupados. Essa é uma verdade. E ninguém se esconde da verdade. Ok.
Bicho, tu és um escroto