O mais incrível nesse festival de adesões ao governante é que ele acredita na sinceridade dos adesistas, mesmo sabendo que lhe virarão as costas na primeira oportunidade.
Hoje passou um filme velho, tantas vezes reprisado, nessa festa do PSB.
Vi prefeitos aderindo aos montes. E quando procurei seus nomes, revi quase todos fazendo a mesma fila e a mesma festa em passados não tão distantes.
Ontem eles juravam amor eterno ao governante de plantão.
Hoje juram o mesmo amor ao governante da vez.
Amanhã, com certeza, farão as mesmas juras a quem vier depois.
Porque eles a todos amam e não são de ninguém.
Até me faz lembrar aquele personagem que vivia paparicando um prefeito famoso e, quando a fama do prefeito não mais existiu, ele, o personagem, sumiu do mapa, esqueceu o endereço tantas vezes visitado, trocou o amor antigo pelo novo amor.
O prefeito se queixava aos poucos amigos que lhe restaram:
– Se um dia eu voltar a ter poder, que fulano não me apareça pela frente.
Um dia voltou a ter poder. E voltou para a mesma Prefeitura.
Na festa da posse, na fila do beijão mão, na cabeça da fila, sorrindo, mostrando os dentes e lacrimejando de emoção, estava ele, o personagem, o amigo fujão.
Que de pronto abraçou o prefeito, chamou-o de compadre e lhe cochichou:
– Meu compadre, já arrumei duas morenas tipo violão para o senhor remoçar as energias.
E o prefeito, esquecido de tudo, olhou pra Toinho Priquitim e se rendeu:
– Desse jeito, não tem quem resista!
Sem Comentários