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Meiota com picado

4 de março de 2021

Alcancei a fase de só escrever por prazer, jamais por obrigação.

Aqueles textos chatos, pautados por sisudos chefes de reportagens, onde a gente narrava o que vinha da alma dos outros, nunca mais.

Se eu quiser falar de cuscuz com bode, eu falo.

Escrever errado, então, escreverei com o maior prazer.

E chamar nomes feios para escandalizar as puritanas, é só dar vontade.

Se bem que por causa desses nomes feios alguns pediram a minha cabeça ao meu chefe.

E pediram em forma de abaixo assinado.

O chefe, além de não atender o pedido, enviou-me o documento, que guardo com muito amor e carinho no meu baú de alfarrábios.

Esclareço que isso aconteceu em algum lugar do passado.

Mas escrever para agradar ao próprio ego não é exclusividade minha.

Meu amigo Sebastião Gerbase já faz isso há tempos.

Francisco Florêncio, outro aposentado, só fala do que gosta também.

E o que dizer de Aldo Lopes, o romancista, o contista, o poeta e o descendente de cangaceiro?

Não censuro os coleguinhas que colocam as tintas de suas canetas bics a serviço desse ou daquele.

Já fiz isso e sei que a lei da sobrevivência é muito carrasca.

Eles um dia chegarão onde estou e hão de pensar como eu penso agora.

Vamos rosetar, vamos alegrar o ambiente. É do que precisamos nesses tempos sombrios de pandemia e isolamento.

Por falar nisso, amanhã eu tenho a pretensão de derrubar uma meiota com picado de bode.

Alguém aí está servido?

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1 Comentário

  • Reply Zé Bedeu 4 de março de 2021 at 21:30

    Saudades de atender você, mas vamos esperar a vacinação. És um camarada da mais alta qualidade.

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