Meu beijo enamorado para a mais bela das namoradas

Quando namoramos ela tinha 18 anos e eu 21,

quando casamos ela tinha 21 e eu 26,

e este ano, entre namoro e casamento, vamos comemorar 49 anos juntos, três de namoro e noivado e 46 morando sob o mesmo teto, brigando, divergindo, convergindo, se amando e querendo bem.

O tempo nos deu uma família. E que família! Três filhos lindos, cinco netos lindíssimos, claro que genros igualmente belos e brevemente um bisneto, já que a neta mais velha, casada, promete a novidade para quando a gente menos esperar.

Se foi tudo às mil maravilhas? Foi não. Tivemos nossos desencontros, nossos desertos, nossas dores. Já vivemos dias de fartura e tempos de escassez. Ora tínhamos carro para nos levar aos melhores restaurantes, ora eu me equilibrava entre dois balaios dentro de um ônibus lotado, levando a feira para casa.

Já moramos em casas grandes e em casas dos outros, experimentamos de tudo, mas uma coisa jamais mudou: a certeza de que acertamos quando unimos nossos destinos e que faríamos tudo de novo se preciso fosse.

Hoje voltamos ao tempo de nós dois. Os filhos cresceram, casaram, tomaram seus rumos. E nós ficamos como éramos antes, como éramos no tempo dos começos, eu e ela, ela e eu, um cuidando do outro, segurando na mão para evitar uma queda, anotando lembranças para evitar os esquecimentos comuns à idade.

Mas continuamos namorados, ela enciumada, eu ciumento, ela tão bonita quanto era antes e eu charmoso como sempre fui.

Que dias de namorados se multipliquem daqui pra frente. Ainda vamos viver muito.

Meu beijo enamorado para a mais bela das namoradas.