O delegado da Coordenação de Repressão a Crimes Contra o Consumidor, a Propriedade Imaterial e a Fraudes (Corf), Miguel Lucena, divulgou uma nota em que repudia o feminicídio que vitimou Valderia da Silva Barbosa, colega de profissão que atuava na Delegacia da Mulher, em Ceilândia.
O agente da Corf ressaltou que Valderia “tinha a missão de proteger e aconselhar as mulheres vítimas de violência”. “Ela sabia dos perigos que corria e pereceu, ao cair nas mesmas ciladas que as pessoas comuns caem”, lamentou o delegado. “Para completar a obra maligna e perversa, Leandro Peres Ferreira, o ex-marido, esfaqueou o rosto de Val, como a desfigurar todo o trabalho que ela e suas colegas faziam e fazem em defesa das mulheres”, acrescentou.
Para Lucena, com os golpes no rosto, o autor do feminicídio quis enviar uma mensagem a todas as defensoras dos direitos das mulheres, de que elas não são nada diante do “poder de um macho”.
“A chuva de pétalas, lançadas do helicóptero da instituição, marcou a despedida da companheira martirizada, como a representar as lágrimas dos que ficaram e a alertar para a consciência de que nenhuma mulher, nem mesmo policial, estará segura enquanto perdurarem o machismo, o sentimento de posse, a rudeza e os baixos instintos”, encerrou o delegado da Corf.
O velório da policial civil Valderia da Silva Barbosa aconteceu nesta segunda-feira (14/8), no Templo Ecumênico nº 2, do Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul, das 14h às 16h. A cerimônia foi marcada por emoção e protestos.
Muitos participantes portavam cartazes com as mensagens, que também eram entoadas, “feminicídio não!” e “homens, parem de nos matar”. A vice-governadora do DF, Celina Leão (PP), o secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar, e a ex-primeira dama da República Michelle Bolsonaro estiveram presentes no cortejo.
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