Minha irrestrita e imorredoura solidariedade ao radialista Antonio Malvino

O radialista Antonio Malvino é da velha guarda. Começamos praticamente juntos na velha Arapuan AM, ele no microfone e eu no teclado da máquina.

E bote tempo nisso.

Durante mais de 30 anos de convivência, nunca vi uma censura sequer ao trabalho de Malvino. Ele faz um rádio limpo, corajoso sem ser agressivo, duro, às vezes terno, mas sempre praticando um jornalismo exemplar, digno de ser ouvido e comentado.

No tempo do Correio Debate de Luiz Otávio, Malvino fazia o contraponto na Sanhauá. Luiz era governista, Malvino fazia oposição, ele e Maurílio Batista, outro guerreiro a quem tributo respeito e admiração.

Depois de passagens pela Arapuan de Gregório e Sanhauá, Malvino pousou na 89, uma rádio nova, ainda capengando na audiência, e fez, como era de se esperar, a diferença.

Enquanto em outras rádios se fazia e se faz um jornalismo de esgoto, Malvino continuava a fazer o jornalismo de verdade. Eu disse continuava, porque a partir de hoje não continua mais. Deram um fim no seu programa e o demitiram. Não gostaram da postura decente de um dos últimos representantes do jornalismo sério e verdadeiro.

Perde a 89, lucra de volta a Sanhauá. Malvino volta à casa de Wilson Braga e leva com ele a cadeia de emissoras independentes, que cobre do litoral ao sertão, passando pelo brejo e curimataú.

E eu vou continuar seguindo ele. Enquanto meus ouvidos não forem transformados em penicos, farei o possível e o impossível para separar o que presta e o que não presta. E Malvino presta. Presta muito. É exemplo, coisa rara nos dias que seguem.