Morreu no final da noite deste sábado (29), aos 89 anos, Angela Maria, expoente da Era do Rádio e uma das maiores vozes da MPB. Ela estava internada há 34 dias no Hospital Sancta Maggiore, em São Paulo. O marido da artista, o empresário Daniel D’Angelo, informou sobre o falecimento da cantora nas redes sociais.
É com meu coração partido que comunico a vocês que minha Abelim Maria da Cunha, a nossa Angela Maria, partiu, foi morar com Jesus. Espero que vocês entendam, ela teve uma trajetória de 34 dias no hospital, estava sofrendo muito e, hoje, ela nos deixou”, disse emocionado, ladeado por Alexandre, filho adotivo do casal, e outro rapaz.
A página oficial de Angela Maria no Facebook informa que velório e sepultamento serão realizados ainda neste domingo (30), no Cemitério Congonhas, em Vila Sofia, São Paulo.
Abelim Maria da Cunha, conhecida artisticamente como Angela Maria, nasceu em Macaé, Rio de Janeiro. Filha de uma dona de casa e de um pastor evangélico, descobriu a música ainda jovem cantando em coro de igrejas.
Apelidada ‘Sapoti’ pelo ex-presidente Getúlio Vargas, Angela Maria foi considerada uma das cantoras mais populares do Brasil na década de 1950. Ganhou notoriedade no fim dos anos 1940, participando de programas de calouros como o de Ari Barroso, na Rádio Tupi.
Em 1952, lançou o samba “Não tenho você”, primeiro grande sucesso de sua carreira. Em 1954, após concurso, foi nomeada a “Rainha do Rádio”. No mesmo ano estreou no cinema, no filme “Rua sem sol”, escrito e dirigido por Alex Viany.
Durante a década de 1950, Angela Maria ainda lançou inúmeros sucessos. “Ave Maria no morro”, “Lábios de mel” e “Fósforo queimado” figuram entre os hits do repertório da cantora desta época. Nos anos 1960 gravou “Gente humilde”, composição de Vinícius de Moraes, Garoto e Chico Buarque, que também fez um sucesso estrondoso.
Em 1982, a EMI-Oden lançou o álbum “Angela & Cauby”. Este é o primeiro encontro em disco da “Rainha do Rádio” com um de seus grandes amigos, Cauby Peixoto. No LP, os dois interpretam canções como “Começaria tudo outra vez”, de Gonzaguinha, e “Eu não existo sem você”, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes.
Em maio deste ano, a cantora arrebatou plateias com a turnê Angela Maria e as Canções de Roberto e Erasmo. Para homenagear seus 70 anos de carreira, foi lançado o musical Lady Crooner, no Teatro Municipal Carlos Gomes. O repertório da grande dama da música brasileira foi revisitado por Kacau Gomes, Lilian Valeska e Janaína Azevedo.
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