“A melancolia é inerente ao ser humano diante do nascer e do morrer. Todos sabemos que vamos morrer. Se eu morrer, quero morrer vivo, não quero morrer morto”, brincou Willis Leal em 2011 ao completar 75 anos. Hoje ele, aos 84 anos, morreu dormindo. Pela madrugada seu corpo foi encontrado inerte, na cama. Atestaram parada cardiorrespiratória.
Aos 84 anos, mas frenético, agitado, polêmico e criativo como sempre foi, Willis dava a impressão de que não morreria. Ou morreria vivo, como era seu desejo. Foi atendido. Produziu até o fim, criou, inventou, fez de tudo um pouco e se a morte o abraçou durante o sono, o fez para evitar que visse, ao redor do derradeiro leito, as lágrimas dos amigos expressando a saudade que sentiam diante do inexorável adeus.
Que faça uma boa viagem.
3 Comentários
Mais um desfalque na Cultura paraibana. Lamentável! Mas, Tião, amigo, observo que você, ultimamente, tem anunciado muitas mortes. Anuncie, também, alguns nascimentos! Tô vendo a hora o mundo se acabar.
Um sonhador que morre sonhando, morre feliz.
Muito poético. Não o conhecia, mas vejo que era muito amado. Se lhe conforta um pouco, amigo, o espírito é imortal, portanto seu amigo vive, é eterno. Parabéns pelo texto. Me tocou profundamente.