Toda vez que eu lançava um livro, Mário Tourinho mandava a secretária dele ligar pedindo dez exemplares. A aquisição era feita pela Associação dos Transportes Coletivos, dirigida por ele. Era uma forma de ajudar o amigo que editava livros pagando do bolso, tirando das magras finanças de funcionário público.
Depois que ele saiu da Direção das empresas, não tive mais notícias suas. Aliás, minto, sabia das suas coisas pela coluna que escrevia no WSCOM de Walter Santos.
E quando é hoje, a surpresa: Mário Tourinho morreu, aos 77 anos, de câncer na cabeça.
Uma surpresa e tanto. Uma lapada no coração. Uma tristeza a mais para minha coleção de coisas tristes.
Quando eu digo a Chico Pinto que nosso pessoal está indo embora, ele faz troça e garante que chave da porta ficará em seu poder para o derradeiro fechamento.
Mas aí fica a pergunta: Valerá a pena enfrentar a solidão?
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