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“Não houve nenhum desencontro que pudesse gerar o afastamento de João do projeto que o elegeu”, afirma Gervásio Maia

3 de janeiro de 2020

Durante entrevista ao programa Arapuan Verdade na tarde desta sexta-feira (3), na rádio Arapuan FM, o deputado federal Gervásio Maia (PSB) falou sobre sua atuação na Câmara dos Deputados, eleições municipais, relação com o governo João Azevedo e sobre os últimos acontecimentos relacionados ao ex-governador Ricardo Coutinho e demais companheiros de partido.

De acordo com Gervásio, não houve nenhum desencontro tão grave que pudesse gerar o afastamento do governador João Azevedo de Ricardo Coutinho. “A vitória de João foi fruto de um trabalho de muitos, mas as pessoas que tinham prestado um serviço muito forte ao projeto foram deixadas de lado logo em janeiro. Foi muito estranho, pessoas que tinham garantindo a vitória dele foram deixadas de lado”, afirmou.

Ainda sobre o rompimento de João Azevêdo com o PSB, o parlamentar criticou a falta de diálogo por parte do governador, que segundo ele foi sentida antes mesmo do aliado chegar ao poder. “Era estranho a forma de tratamento. Então dava pra perceber o distanciamento. Em nenhum momento fui chamado para algum diálogo ou reunião. O governador foi a Brasília, procurou 14 congressistas e não me procurou. Muito pelo contrário, foi no meu gabinete já sabendo que eu havia viajado e deu uma infeliz entrevista dizendo que eu tinha evitado um encontro com ele, o que não era verdade. Eu jamais evitaria um encontro, até mesmo com um adversário meu, imagina com a pessoa em que apostei todas as minhas fichas para ser a primeira pessoa do projeto, que foi João Azevedo. O meu gabinete foi o último que ele se dirigiu já sabendo que eu tinha viajado. Isso não faz parte do meu perfil, nem com meus adversários”, pontuou o parlamentar.

Sobre o ex-governador Ricardo Coutinho, Gervásio pontuou a desistência do socialista em concorrer a uma vaga ao Senado pela continuidade ao projeto. “Ricardo deixou de ser candidato ao Senado para ajudar e contribuir no projeto de eleição de todos aqueles que estavam no arco de alianças. Se ele fosse tão ambicioso e apegado a cargos não teria deixado uma vaga no senado para lutar pela campanha de João Azevêdo, um candidato que ninguém conhecia”, destacou.

Gervásio afirmou ainda que a vitória do atual governador foi fruto de um trabalho de construção de muitos, que segundo ele, foram descartados no meio do caminho. “Quando João coloca a cabeça no travesseiro deve lembrar das pessoas que pegaram na bandeira, que adesivaram carros, que se doaram, que viraram noites se dedicando não só no pleito eleitoral, mas ao projeto como um todo. Essas pessoas foram descartadas sem nenhuma justificativa. Se existisse justificativa, o primeiro que daria razão a João seria eu. Aliás, seria até conveniente ficar do lado da caneta, do lado do poder. Mas, esse tipo de comportamento não me atrai e é exatamente por não me atrair que tomei a decisão de ficar do lado certo da história. E o tempo vai se encarregar, o tempo e a verdade são implacáveis”, ressaltou o deputado.

Sobre a operação Calvário, o parlamentar destacou a importância do judiciário, da imprensa, dos políticos, mas pontuou que é preciso ter cautela e evitar julgamentos precipitados.
“Todos nós temos uma responsabilidade muito grande, os que fazem a imprensa, os que fazem a política, os que fazem a justiça. Eu reconheço a importância do Poder Judiciário no Brasil. Sem um Poder judiciário ativo e acreditado tudo se acaba, até mesmo a própria democracia. O próprio STJ, em uma decisão bem feita, demonstrou que não cabia prisão preventiva aos que foram citados. Primeiro, era preciso que algum daqueles pudessem oferecer algum risco à ordem pública, o que não era o caso. Eu torço para que haja serenidade de todas as autoridades do Estado que estão atuando nesse episódio”, comentou.

Com relação ao próximo pleito, Gervásio disse que o partido ainda vai sentar para avaliar a questão. “O partido tem que sentar e se reunir para avaliar a viabilidade das candidaturas nos municípios. Consultar eleitores, as pessoas, fazer pesquisas, avaliar quadros e ver as decisões que devam ser tomadas”, pontuou.

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2 Comentários

  • Reply Zé Bedeu 3 de janeiro de 2020 at 20:58

    Foi sensato. Só não votei em Gervásio por dos motivos, que são os seguintes: primeiro, aquele acontecimento com seu parente no pleito de 2014. Segundo, foi o meu compromisso de votar com PT com Frei Anastácio. Mas hoje votaria em Gervásio, camarada tem que ter palavra. Eu não tenho nada, sou como aquela música de Belchior ” passarinho urbano” mas tenho dignidade de manter a minha palavra em tudo que faço.

  • Reply Standislau 5 de janeiro de 2020 at 12:38

    O problema foi a operação calvário! Aí a dupla do barulho (Ricardo e João) tiveram que inventar essa briguinha que só engana os bestas.

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