Não sei se vou, não sei se fico…

Quem primeiro inaugurou um espaço jornalístico na internet foi Heraldo Nóbrega. Depois dele vieram Walter Santos com o WSCOM e Paulo Santos com o PSonlinebr.com . Eu cheguei depois. Cansado de ser rifado de jornais que me acolhiam e me demitiam de acordo com o gosto do freguês da hora, me dei ao desfrute de criar o Blog do Tião que está no ar até hoje.

Já fui o campeão de acessos, hoje não sei se sou mais. Talvez nem seja, mas para mim tanto faz como tanto fez. Não tenho mais aquela tara de correr atrás do furo e de informar a notícia na frente dos outros. Não preciso provar mais nada. São 50 anos de estrada, já fui e voltei várias vezes, conheço o gado velho que está no curral e o novo que está chegando.

Também não preciso mais agradar a seu ninguém. Alcancei a idade da intolerância zero.

Mas não me peçam para desprezar meus amigos. Isso não aprendi, disso não faço profissão. Quem é meu amigo hoje vai ser amigo amanhã, depois de amanhã e sempre. A não ser que o amigo que eu achava amigo não seja o amigo que eu achava que fosse.

Já pensei em pendurar as chuteiras, mas sempre aparece alguém pedindo para dar um tempo e aguardar mais um pouco. Estou naquela fase definida pelo grande Francisco Internacional Florêncio do escrever quando der na telha, nunca mais por obrigação.

Agora mesmo alinhavo minhas memórias. Comecei com a água açucarada e de repente me vi escrevendo coisas que, com certeza, vão incomodar a ignara massa. Terei coragem para ir adiante? E os processo que com certeza advirão? Não aguento mais incomodar meus amigos Francisco Ferreira e Cícero Lima que me defendem nas querelas da justiça.

Vou terminar o livro por obrigação, publicá-lo serão outros quinhentos, talvez faça uma edição doméstica só para a família e para uma meia dúzia de amigos escolhidos a dedo.

E depois disso, juro que penduro o bacamarte e vou criar galinhas no quintal de casa.