opinião

Natal do anti-ricardismo vai ser triste: nova derrota no STJ

24 de dezembro de 2019

Por Flávio Lúcio

Os anti-ricardistas não vão ter o natal que esperavam. Os fogos de artifício que compraram aos montes terão de ser guardados para a campanha de prefeito que vão perder – uma alternativa é doarem à prefeitura de João Pessoa para a queima de fim de ano.

É que a ministra a vice-presidente do STJ, Maria Thereza de Assis Moura, rejeitou pedido da PGR para tornar nulo o habeas corpus que libertou o ex-governador Ricardo Coutinho na noite do último domingo.

Segundo a ministra de plantão no STJ, não só cabe agora a ministra Laurita Vaz, relatora do caso, tomar essa decisão. Como o STJ ficará em recesso até o início de fevereiro, a decisão fica mantida até lá.

Mas, é bom a imprensa antiricardista não cultivar esperanças com a ministra Laurita Vaz, que tem assumido posições garantistas, evitando a heterodoxia de certos magistrados que se sentem investidos no poder de interpretar a Constituição ao seu bel prazer, ou de acordo com o réu.

Segundo matéria do Consultor Jurídico, Laurita Vaz protestou contra a imprensa que divulga, como se fosse um fato, ataques a magistrados a partir de delações premiadas – pimenta nos olhos dos outros é refresco.

Segundo ela, “todos que detêm o poder/dever de informar devem fazê-lo sem desrespeitar princípios e garantias fundamentais dos cidadãos, sob pena de produzir prejuízos irreparáveis não só a pessoas e agentes públicosmas à própria democracia, que depende da integridade e confiabilidade das instituições que a sustentam”.

Sobre a delação premiada, Laurita Vaz defende esse instrumento, mas sob certa condições. Em outra matéria sobre a sua posse como primeira presidenta do STJ, Vaz diz que sozinha, a delação não é suficiente para impor uma “constrição ou uma condenação a quem quer que seja.”

“É importante entender que o instituto da delação premiada é uma das várias fontes das quais se vale o processo penal para angariar elementos de prova, a fim de subsidiar o magistrado na formação de sua convicção. Também parece claro e inegável que a delação tem sido instrumento de fundamental importância para orientar a linha de investigação e a produção de outras provas em muitos casos noticiados pela imprensa”, destaca Laurita Vaz.

E acrescenta: “O país precisa de uma reação imediata e proporcional ao tamanho do problema. Ninguém mais aguenta tanta desfaçatez, tanto desmando, tanta impunidade. A corrupção é um câncer que compromete a sobrevivência e o desenvolvimento do país.”

Segundo ela, a delação premiada pode ser um dos instrumentos utilizados para subsidiar o magistrado na hora de decidir uma medida cautelar ou prolatar uma sentença. Entretanto, ressalta a ministra, não será ela, sozinha, suficiente para impor uma constrição ou uma condenação a quem quer que seja.

“É importante entender que o instituto da delação premiada é uma das várias fontes das quais se vale o processo penal para angariar elementos de prova, a fim de subsidiar o magistrado na formação de sua convicção. Também parece claro e inegável que a delação tem sido instrumento de fundamental importância para orientar a linha de investigação e a produção de outras provasem muitos casos noticiados pela imprensa”.

Essa posição tem sido corroborada em vários entendimentos realizados no STJ. “Ou seja, não basta que o investigado confesse sua participação no crime. Ainda que conte detalhes de toda a atividade ilícita e incrimine seus comparsas, ele só fará jus aos benefícios da delação premiada se suas informações forem efetivamente eficazes para a resolução do do delito.”

Ou seja, ou apresentam provas ou só delação premiada de preso em busca de benefício não vai valer

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4 Comentários

  • Reply BATISTA 25 de dezembro de 2019 at 09:03

    Chupa que a cana é doce.

  • Reply Pedro 25 de dezembro de 2019 at 09:55

    Eu votei minha vida toda em RC, acreditando que fosse um político diferente, mas estou decepcionado como boa parte dos paraibanos.

  • Reply Joselia benvindo 25 de dezembro de 2019 at 14:21

    Se o Brasil concordasse com o entendimento da Ministra do STJ , a mídia inescrupulosa e criminosa não teria tantos discípulos para suas mentiras! Defendo o Estado de Direito em todos os seus termos.

  • Reply Fred 25 de dezembro de 2019 at 17:34

    O que eu não entendo é como os brasileiros ainda caem nas armações da rede Globo. O povo não analisa circunstâncias e fatos. O povo ainda cai nas montagens, adaptações, narrativas e direcionamento das informações. Há pouco, as pessoas caíram na narrativa da Globo e do MP (chefiado por Dalagnol, que por sua vez era chefiado por Moro…), acreditaram nos áudios editados acompanhados de falsas narrativas. A Narrativa de que Lula queria virar ministro para fugir da Lava a Jato caiu por terra:

    https://revistaforum.com.br/politica/vaza-jato/vazamento-seletivo-de-grampo-com-dilma-comprova-prepotencia-odio-e-perseguicao-da-lava-jato-a-lula/

    Trecho da reportagem:

    “Os novos diálogos da Vaza Jato revelados neste domingo (8) pela Folha de S.Paulo, em parceria com o site The Intercept, revelam o conluio de parte do judiciário, do Ministério Público e da Polícia Federal para impedir que Lula assumisse a Casa Civil no governo Dilma Rousseff e estancasse a crise que levou ao golpe.

    “A reportagem mostra que todos os áudios desprezados e mantidos em sigilo pela força-tarefa mostram que o ex-presidente relutou ao aceitar o convite de Dilma e mantinha diálogos com políticos, sindicalistas e outras esferas da sociedade, até mesmo com o então vice-presidente, Michel Temer, para encontrar caminhos para sanar a crise política e econômica por meio do diálogo.”
    Todo Mundo acreditou que a intenção de Lula era fugir do infame e facista. A história se repete agora com o melhor governador da Paraíba de todos os tempos.O povo adora acreditar em mentiras. A história se repete, repete, repete e o povo não aprende.

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