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Nem tudo está perdido

25 de abril de 2025

O amigo mais antigo que eu tenho se chama Chico Pinto. De 75 pra cá são 50 anos de amizade ininterrupta. Viajamos por mares bravios e nunca, em tempo algum, nos separamos. Divergências existiram e não foram poucas, habitamos mundos diferentes no campo político, mas isso não desmancha uma amizade que o destino construiu a partir do nascimento, eu e ele, ele e eu, ambos os dois nascidos num 19 de dezembro de 1951.

Falo isso para provar que amizade existe, fidelidade não é uma utopia, o mundo se prostituiu mas ainda resta uma nesga de esperança.

Claro, no percurso da vida existem as decepções.

Amigos que acreditávamos eternos não eram amigos, se mostravam como tais mas não passavam de pilantras travestidos de santos. Esses existiram e foram necessários para que pudéssemos deixá-los no esgoto, sem misturá-los com os  que verdadeiramente nos amavam e mereciam o nosso amor.

Marcos Pires – um amigo de verdade – certa vez me parabenizou por não abandonar um amigo. O gesto seria considerado estranho se não vivêssemos num mundo sem amigos. Mas a gente vive. Um mundo onde o outro sobrevive sugando o sangue do vizinho sem a menor cerimônia.

Eu e Chico Pinto, Chico Pinto e eu, estamos aí para provar que nem tudo está perdido. A amizade existe e vale a pena. Basta saber escolher. E escolher com os erros, como eu fiz.

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