O líder de impõe pela autoridade pessoal, não precisa de bravatas nem de gritos.
Ainda me lembro de uma passagem contada por Gonzaga Rodrigues sobre Zé Américo de Almeida.
Já fora do Governo, envelhecido e recolhido ao Cabo Branco, certa vez foi a uma solenidade no Palácio da Redenção.
Na entrada o guarda, que não o conhecia, tentou barra-lo colocando a mão no seu ombro. Zé Américo respondeu com um olhar, aquele olhar que dispensa palavras ou gritos. O guarda emudeceu e pediu desculpas.
João Agripino jamais gritou. E com a fala mansa sempre amansou os brabos, incluindo nesse rol aquele capitão de navio ancorado em Cabedelo que se recusou a pegar uma carga no nosso porto argumentando que se encontrava no mar e o mar não era subordinado à jurisdição do Estado. “O mar não é, o senhor é e está preso”, disse-lhe Agripino.
Nos oito anos como governador da Paraíba Ricardo Coutinho jamais abriu mão da sua autoridade. Enfrentou tempestades, se viu minoria na Assembléia, esteve praticamente sozinho em parte do seu Governo, porém jamais se curvou, se deixou engolir pelos lobos famintos.
O único líder que se fazia respeitar no grito era Ernani Sátyro, não que lhe faltasse autoridade moral para tanto, mas porque seu jeito de falar era aquele mesmo. Falava alto até na hora de dar boa noite a uma criança.
Jair Bolsonaro grita, chama nome feio e se entala com farofa, mas ninguém o respeita.
Não é líder, jamais o foi.
E jamais será.
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