Calango Sem Couro ligou para Macaxeira Descascada e solicitou a imediata liberação de R$ 2 milhões para bancar o patrocínio dos times do Cancão, da Escorregada, do Barracão e da Moça Branca. Isso tudo para tirar das mãos de Edu do Carro o contrato de locução, pela Difusora do Padre, das peladas domingueiras no campo do Gavião.
Macaxeira Descascada, que de besta só tem as curvas, viu nas entrelinhas alguma coisa incerta e não sabida. Acostumado aos mistérios do seu amigo, de logo concluiu que por debaixo do angu havia um monte de caroços. E não perdeu tempo: procurou Edu do Carro e contou tudo. Fez mais: admitiu problemas futuros com o Sargento Muriçoca e uma possível volta à prisão caso entrasse no jogo do Calango.
O que Calango Sem Couro queria com essa reviravolta, não foi revelado. Mas sabe-se que ele tem cérebro para arquitetar todo tipo de ruindade. Sempre foi assim desde menino. Chamava os coleguinhas pra trocar, exigia ir primeiro, passava a vara nas crianças e, depois de satisfeito, saía correndo.
Como “faiou” a investida sobre Macaxeira Descascada, Calango achou melhor recolher as armas. Mas a manobra acendeu a luz amarela no entorno da Difusora do Padre, que, embora mantendo o direito sobre a tutela das peladas de futebol, vai examinar jogador por jogador para ver se em algum deles alguém escondeu algum objeto espião.
E o Sargento Muriçoca, avisado do acontecido, baixou uma portaria determinando que só joga bola na vila a partir de agora quem fizer o exame da goma.
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