Destaques

O BICHO ANDA SOLTO

11 de julho de 2020

 

Miguezim de Princesa

I
Brasília teve peão
Que dormiu muito na obra,
Cresceu, se multiplicou
E tem gente até de sobra,
E agora tem maluco
Que vive escondendo cobra.

II
Encontraram no Guará,
Escondida numa caixona,
Uma cobra venenosa,
A tal da naja indiana,
Que quando pega na perna
Mata em menos de uma semana.

III
Criada por estudante,
Que se diz pesquisador,
A cobra meteu-lhe a presa,
Por baixo do cobertor,
Foi uma dor tão empestada
Que o pipoco ecoou.

IV
O jovem, que era ateu,
Caiu duro no cimento,
Quanto mais ele gritava,
O Céu ficava cinzento:
– É hoje que eu não me formo,
Valei-me, Senhor São Bento!

V
Trouxeram lá de São Paulo
Um soro do Butantã.
O moço escapou fedendo:
Quando acordou, de manhã,
Procurou, mas não achou
A bola da rolimã.

VI
Pras bandas de Planaltina,
Foi o maior sururu:
Encontraram um criadouro
De um tal Zeca Pacu
Que tinha da coral fina
E da grossa jaracuçu.

VII
Tinha cascavel de chocalho,
Umas 15 serpentes chocas,
Vinte e cinco caninanas,
Jararacas de maloca
E uma jiboia roliça
Que ele escondia na loca.

VIII
Um soldado deu um pulo,
Um agente caiu no chão,
Quando o tal Zeca Pacu
Disse: – Calma, meu irmão,
Não precisa disso tudo,
A cobra não morde, não!

IX
O cabo deu-lhe um bofete,
Que estrondou no cimento;
Foi chegando o delegado,
Com o coronel e o sargento,
Dizendo: “Buraco velho,
Pode olhar, tem cobra dento!”.

X
Quando a equipe ia embora,
O rádio do camburão
Chamou pra outra ocorrência,
Firmando com precisão:
Acharam em uma casa grande,
Que o povo chama mansão,
Um macho velho alisando
As costas de um tubarão.

Você pode gostar também

Sem Comentários

Deixar uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.